1.1  A Evolução da Televisão

 

A palavra televisão, como é fácil de perceber, tem como significado “visão à distância”. A sua origem remonta já ao final do século XIX, quando foi realizado o primeiro sistema de captura, transporte e replicação de imagens, no tempo e no espaço.

 

Só algumas dezenas de anos mais tarde é que as potencialidades deste sistema começaram a despontar, ao serem iniciadas as primeiras emissões televisivas experimentais nos Estados Unidos e no Reino Unido. Alguns anos após a segunda guerra mundial as televisões monocromáticas já faziam parte de muitas casas, e em pouco tempo entraram na vida das pessoas. Noticiários, anúncios, jogos de futebol... chegavam a milhares de casas por esse mundo fora através da “caixa mágica”. Os anos foram passando, e o que inicialmente fora algo de extraordinário, já se tinha tornado em algo comum... era necessário inovar...

 

As inovações tecnológicas da segunda metade do século XX permitiram romper barreiras, possibilitando o fabrico de componentes electrónicos melhores e com menor custo. Esta evolução levou a uma natural desenvolvimento de novos sistemas televisivos como o PAL na Europa e o NTSC nos EUA, que trouxeram um novo animo ao introduzirem a cor no mundo televisivo. Como a questão do legado não pode ser de maneira nenhuma desprezada, estes sistemas inovadores tiveram que ter em conta a compatibilidade com a televisão monocromática já existente, não sendo, portanto, sistemas completamente optimizados para cor, mas que foram pensados de forma a suportar transmissões mono e policromáticas. De qualquer das formas esta evolução permitiu uma aproximação significativa do principal objectivo da televisão: transmitir a sensação de presença no local da cena aos espectadores. Este aumento de “realidade” rapidamente levou ao alargamento de conteúdos e ao aparecimento de canais temáticos... filmes de acção, séries, novelas... o negócio televisivo cresceu...cresceu. Apareceram as emissões televisivas por satélite, operadores de televisão por cabo, e o que outrora era para todos, passou claramente a ser um produto comercial. A guerra despoletou, novos operadores entraram no mercado, oferecendo serviços de televisão por satélite e por cabo, criando pacotes de diversos conteúdos. Mas, mais uma vez, passados alguns anos, esta variedade de canais ao dispor de um telespectador tornou-se em algo banal, tornando-se necessário trazer algo de novo e inovador ao mundo televisivo.

 

A evolução tecnológica das últimas dezenas de anos permitiu uma massificação de sistemas digitais, com utilização nas mais diversas áreas. Os sistemas de televisão também não escaparam a esta evolução, e a sua digitalização veio aumentar muito as suas capacidades, outrora limitadas pela sua vertente analógica. Esta veio possibilitar não só a introdução de novos serviços, como é o caso da interactividade, bem como ter melhorias na qualidade visual dos conteúdos, uma diminuição dos requisitos de banda de canal de transmissão necessários e com isso o aumento do numero de canais disponíveis. Como nem tudo são flores, a questão da digitalização trouxe problemas quanto à sua integração com os sistemas analógicos anteriores, particularmente no caso dos receptores já instalados em milhões de casas por esse mundo fora. Este problema tem sido resolvido pela inclusão de conversores digital-analógico entre a rede e as televisões propriamente ditas, sendo o seu custo hoje em dia bastante inferior, quase irrisório, quando comparado com as primeiras caixas que realizavam esta tarefa.

Muitos operadores já disponibilizam actualmente canais e serviços digitais,  suportando muitas vezes estes custos extra, “funcionais” digamos, de modo a tentar vender o seu produto da forma menos dispendiosa possível aos seus clientes.