Instituto Superior Técnico
Av Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal
Sérgio de Oliveira
Mota nº 53639
Luís António Marques Jesus
Luz nº 51540
Bruno Brito Henriques nº 42326
1. Introdução
A televisão já faz parte da nossa
vida desde a sua introdução em Portugal em 1957, primeiramente
a preto e branco e mais tarde dando o primeiro grande salto tecnológico
para o mundo a cores, surgindo a TV a cores, tendo esta ultima sido introduzida
em Portugal durante a década de 80. No final da década de 90 a
televisão deu novo salto tecnológico com o surgimento da Televisão
Digital. O processo de substituição do sistema de TV analógica
pela Digital foi iniciado pelos sistemas de transmissão Via Satélite
seguindo-se os sistemas de transmissão por cabo. A principal diferença entre estes dois
formatos assenta na forma como a informação é transportada
desde a fonte até ao receptor. O sinal analógico baseia-se em
ondas contínuas, ao invés, o sinal digital implica uma discretização
da informação. Este simples facto permite que o sistema digital
esteja mais imune a erros de transmissão. Para os telespectadores isto
traduz-se numa imagem mais nítida e sem interferências. Para além
deste facto permite também a inclusão de novas funcionalidades,
pelo que pode-se referir a título de exemplo o formato de imagem wide
screen (16:9), o EPG ou um sistema de som 5.1. Para além destas vantagens
para o utilizador final existem também vantagens para as empresas de
transmissão visto conseguir-se incluir mais canais de televisão
num dado espectro de radiofrequências, possibilitando assim uma redução
de custos e um aumento da oferta sem comprometer a qualidade. 1.2 DVB e outros formatos de TV Digital Como já foi referido anteriormente para
os sistemas digitais em geral existem 3 tipos de tecnologia, passando-se o mesmo
para o caso particular da TDT (TV Digital Terrestre). Existe o ATSC que é
o sistema preponderante na América do Norte, o ISDB-T no Japão
e por fim o DVB-T preponderante na Europa mas que se encontra numa boa posição
para se transformar no sistema global mais utilizado, como pode ser verificado
na imagem acima. O sistema DVB-T de televisão digital
utiliza técnicas avançadas de compressão MPEG-2 (embora
recentemente também se encontre a implementação da compressão
vídeo H.264), de codificação e de Modulação
OFDM que permitem o processamento digital apropriado do sinal analógico,
cujo resultado é uma reprodução de sinal de elevada qualidade,
mesmo em condições adversas de propagação de sinal. Face ao sistema convencional PAL, o sistema
DVB-T oferece melhorias significativas, tanto em termos da qualidade do serviço
prestado, como na perspectiva do gestor de espectro. Mas o padrão DVB-T não oferece
apenas poupanças no espectro, existindo muitas outras vantagens que se
podem resumir do seguinte modo: - Qualidade "de cinema" e som ambiente:
no sistema DVB-T será possível uma recepção sem
"fantasmas" nem interferências; - Universalidade: no sistema DVB-T, a norma
digital é independente dos fabricantes e prestadores de serviços,
que poderão ter a liberdade de implementar aspectos inovadores e serviços
de valor acrescentado. No sistema convencional, não há independência,
pois a norma pode variar consoante a zona geográfica (normas PAL, SECAM,
NTSC e variações destas normas); - Transparência: o sistema DVB-T permitirá
o funcionamento conjunto de equipamentos provenientes de uma gama alargada de
fabricantes e, também, de serviços e facilidades produzidos por
operadores televisivos e outras fontes futuras de informação,
sem que surjam dificuldades técnicas ao telespectador. As possibilidades
referidas não são praticáveis no sistema convencional; - Versatilidade: o sistema DVB abre curso à
fácil transferência dos sinais de um meio para outro, sem grandes
custos, nomeadamente do satélite para o cabo e do cabo para o terrestre.
No sistema convencional, estes processos apresentam maior dificuldade. Um dos princípios básicos adoptados
no desenvolvimento inicial do sistema DVB-T assenta na identificação
das necessidades actuais e futuras do consumidor. Nesse sentido foram também
objecto de especificação e posterior normalização
os aspectos relativos ao teletexto, à informação de serviço
(entendida como a informação utilizada pelo receptor para o ajuste
dinâmico da sua configuração interna, com vista à
sua adaptação ao serviço recebido), à selecção
electrónica de programas e serviços adicionais por menus temáticos
(designada por EPG, que se baseia na informação de serviço
e que permite a navegação entre programas, facilitando a busca,
selecção e gravação do serviço recebido)
e ao acesso condicionado (por subscrição e "pay-per-view"). A realização prática da
nova filosofia de planeamento, do ponto de vista da eficiência espectral,
deverá ser feita com base em redes de emissores sincronizados, designadas
por "redes de frequência única" (também conhecidas
pela sigla anglo-saxónica "SFN"), de forma a obter-se a máxima
eficiência em termos da gestão de espectro radioeléctrico. Seguidamente, consideram-se estes três
aspectos: 1. Modo de funcionamento: pode determinar o
tamanho máximo das redes com emissores sincronizados, sendo possíveis
os dois seguintes modos: 2. Robustez dos programas: pode ser definida
em função do tipo de modulação, do intervalo de
guarda entre dois símbolos do sinal DVB-T e da redundância ou taxa
de código, sendo capaz de influenciar os seguintes parâmetros: 3. Qualidade de imagem dos programas: pode ser
definida por um dado débito binário, que é função
do grau de definição das imagens a transmitir; por sua vez, ao
grau de definição faz-se corresponder uma dada qualidade de imagem
analógica conhecida; os programas, em termos de qualidade de imagem,
poder-se-ão caracterizar tipicamente da seguinte forma: Refira-se, a este propósito, que, num
canal de radiofrequências de 8 MHz haverá lugar para um débito
efectivo máximo, variando entre valores muito distintos (teoricamente,
a máxima capacidade disponível de informação útil
por canal de radiofrequências pode variar grosso-modo entre 5 e 31 Mbit/s). 2.3 Esquema de um transmissor DVB-T • Source Coding and MPEG-2 multiplexing • Splitter • Mux Adaptation and energy dispersal • External Encoder • External Interleaver • Internal Encoder • Internal Interleaver • Mapper • Frame Adaptation • Pilot and TPS signals De forma a simplificar a recepção
de um sinal transmitido num canal de rádio terrestre, são adicionados
sinais que são inseridos em cada bloco. Os sinais piloto são utilizados
na fase de sincronização enquanto que os sinais TPS • Modulação OFDM A sequência de blocos é modulada
de acordo com a técnica OFDM, usando 2048, 4096 ou 8192 portadoras. • Guard Interveal Insertion Para diminuir a complexidade do receptor, todo
o bloco OFDM é estendido, colocando no início o próprio
fim do código (cyclic prefix). O comprimento do espaço adicionado
pode ser 1/32, 1/16, 1/8 ou ¼ da largura do bloco original. • DAC and Front-End 3 Transição Analógico
– Digital A transição do sistema analógico
para o digital depende de uma variedade de factores, mas o principal é
sem dúvida o número de pessoas que em dado país depende
única e exclusivamente da transmissão de TV por via terrestre.
Nos países em que este mercado assume uma maior dimensão é
necessário que existam maiores períodos em que ambos os sistemas
coexistam para dar tempo as pessoas para se adaptarem à nova realidade.
Um corte abrupto do sinal analógico deixaria muita gente sem sinal televisivo
o que geraria conflitos sociais e perturbação. As implicações da transição
terão impacto em toda a indústria associada à televisão,
desde as estações de televisão, passando pelos distribuidores
até chegar ao cliente final. Mas as implicações também
se farão sentir ao nível dos governos dos países e dos
fabricantes de material electrónico. 3.2 A Actual Implementação
na Europa Actualmente na Europa já existem países
com emissões TDT e algumas regiões em que já se encontra
efectuada a transição para a TDT. Em Portugal o processo tem recebido sucessivos
atrasos, mas recentemente o governo mostrou-se confiante que o processo de consulta
pública irá arrancar até fim de Agosto deste ano. Prevê-se
que o governo irá lançar posteriormente ao processo de consulta
pública, dois concursos específicos para a TDT: o 1º para
a gestão da plataforma onde irão estar presentes os canais de
sinal aberto, e um 2º concurso para os canais por assinatura. 3.4 Preços dos Equipamentos
e Serviços> O aspecto económico para o telespectador
é algo bastante importante pelo que nos iremos focar de seguida neste
aspecto. Para se poder aceder à TDT da forma mais simples e barata terá
que se proceder à compra de uma Set Top Box que permitirá a descodificação
do sinal digital com as actuais televisões. No mercado francês
ou espanhol onde já podemos encontrar canais a emitir no sistema digital,
os preços dos descodificadores situam-se na gama dos 50€ até
aos 400€. No caso de se optar por uma televisão já equipada
com um sintonizador digital os preços situam-se acima dos 500€,
sendo que aqui o principal catalisador para o preço é o tamanho
do ecrã. [1] Cádima, Francisco Rui, A televisão
digital (DVB-T) e as politicas do audiovisual no contexto da SI. Observatório
nº1, Anacom, 2000 Artigo desenvolvido na cadeira de do Instituto Superior Técnico 2007
1.1 Digital Vs Analógico
1.2 DVB e outros formatos de TV Digital
1.2.1 TV Digital Terrestre
2.A Norma DVB-T
2.1 As vantagens
2.2 Aspectos Técnicos
2.3 Esquema de um transmissor
3.Transição Analógico - Digital
3.1 Implicações
3.2 A Actual Implementação na Europa
3.3 O Caso Português
3.4 Preços dos Equipamentos e Serviços
4 Bibliografia
O salto tecnológico do mundo monocromático para o mundo a cores
trouxe consigo vantagens que são imediatamente perceptíveis para
o cidadão comum. Já o salto do Analógico para o Digital
trás vantagens cuja percepção não é imediata.
O enfoque principal deste trabalho prende-se com a descrição e
análise do sistema de Televisão Digital Terrestre DVB-T. Será
ainda dado destaque à transição de sistemas analógicos
para digitais, com particular enfoque para Portugal. Ao mesmo tempo será
analisado as consequências para os utilizadores.
À semelhança do que aconteceu com a televisão analógica
em que existiam vários formatos de distribuição (NTSC,
PAL e SECAM), a TV Digital depara-se com o mesmo “problema”. Existem
3 sistemas principais para a TV Digital: o DVB (de origem europeia), o ATSC
(de origem nos Estados Unidos da América) e o ISDB (de origem japonesa).
Para além destes ainda estão planeadas variações
destes sistemas em estudo em alguns países como o Brasil e a China.
O DVB (Digital Vídeo Broadcasting) é o termo utilizado internacionalmente
para designar um conjunto de standards para televisão digital. Estes
são publicados pelo Instituto Europeu de Standards (ETSI), pelo Comité
Europeu de Standards Electrotécnicos (CENEIEC) e pela União Europeia
de Broadcasters (EBV). Os diferentes standards variam principalmente no que
respeita ao canal de transmissão pretendido. Sendo assim os mais populares
são o DVB-S (via satélite), o DVB-C (via cabo) e o DVB-T (televisão
terrestre). Qualquer das três variações permite a introdução
de encriptação de sinal.
Os sistemas DVB-S e DVB-C foram os primeiros a serem rectificados corria o ano
de 1994. O sistema DVB-T apenas foi rectificado 3 anos depois (em 1997).
A transmissão TDT é efectuada através de ondas de radiofrequência
muitos similares ao sistema analógico, sendo que a principal diferença
é o uso de multiplexers de transmissão que permitem a recepção
de múltiplos canais numa dada frequência (canais UHF ou VHF).
A quantidade de informação que pode ser transmitida (e por consequente
o número de canais) é uma consequência directa do método
de modulação de canal utilizada. A tecnologia DVB-T usa modulações
de 64 ou 16-QAM. Em geral uma modulação 64-QAM permite a transmissão
de uma maior quantidade de informação, mas acarreta como consequência
uma maior susceptibilidade a interferências e erros de transmissão.
Ambas as modulações podem ser combinadas usando multiplexers o
que possibilita que se possa escolher entre elas permitindo um maior controlo
da degradação do sinal para streams mais exigentes.
O sistema ATSC utiliza a modulação 8-VSB (Vestigial Side Band).
Isto traduz-se numa maior robustez do sistema americano às interferências,
mas não permite a operação de uma rede numa única
frequência.
Em relação às codificações vídeo,
actualmente ambos os sistemas utilizam o padrão MPEG-2, mas diferem na
forma em como o sinal áudio e os guias de programação (EPG)
são codificados.
A recepção dos sinais TDT é feita para todas as tecnologias
através das actuais antenas que usamos para captar os sinais de televisão
analógica, apenas é necessário um receptor compatível
com um dos standards TDT.
Desenvolvidas pelo Projecto Europeu DVB as especificações deste
novo sistema terrestre foram objecto de votação em Fevereiro de
1997, no âmbito da ETSI, de que Portugal faz parte, tendo sido a norma
correspondente (EN 300 744) aprovada por unanimidade.
Como consequência directa do tipo de planeamento viabilizado pela tecnologia
DVB-T, prevê-se a libertação de algum espectro actualmente
afecto à radiodifusão televisiva analógica terrestre. Sendo
assim o sistema DVB-T permitirá uma grande economia de espectro, comparativamente
ao actual sistema convencional.
No caso específico de Portugal designadamente no que se refere aos operadores
RTP, SIC e TVI afigura-se que bastaria em principio a ocupação
de um único canal de radiofrequências (correspondente a 8 MHz na
faixa UHF) para a difusão do sinal DVB-T. Note-se que actualmente às
quatro redes referidas se encontram associadas a uma ocupação
espectral que corresponde a uma faixa de frequências superior a 350 MHz.
Assim é possível uma cobertura com o sistema DVB-T utilizando
um único canal de radiofrequências de 8 MHz (UHF), numa dada zona
geográfica, com um determinado número de programas televisivos,
número esse que poderá variar consoante a respectiva qualidade.
Adicionalmente, e no que se refere a aspectos de interactividade relacionados
com o sistema DVB, foi também desenvolvido um conjunto de protocolos
para possíveis sistemas interactivos futuros (por exemplo, utilizando
a rede telefónica pública comutada, a televisão por cabo
ou a televisão por satélite).
Por último, e no sentido da convergência multimédia (entre
radiodifusão, telecomunicações e informática), está
actualmente em curso o desenvolvimento de uma interface com os programas, serviços
e as possíveis aplicações multimédia. Este último
aspecto possibilitará a transição do receptor digital integrado
para o futuro terminal multimédia.
No que se refere propriamente ao planeamento do novo serviço, e em razão
do tipo de cobertura que está associado ao sistema DVB-T (caracterizado
por uma transição muito rápida entre uma recepção
quase perfeita e nenhuma recepção), as percentagens adequadas
dos locais a cobrir situam-se usualmente em 95% (cobertura "boa")
ou 70% (cobertura "aceitável"); em termos de protecção
contra interferências num dado local de recepção, é
desejável definir uma percentagem de 99% do tempo em que o sinal útil
não sofre degradações, devido ao ruído e a eventuais
interferências.
Por outro lado, o planeamento do novo serviço, em resultado do tipo de
tecnologia digital característico do sistema DVB-T, deverá também
contemplar, de um modo geral, outros três aspectos importantes: modo de
funcionamento, robustez e qualidade de imagem dos programas a transmitir.
• Modo 2k (com 1705 portadoras activas) – aplicável a redes
de âmbito local e, eventualmente, de âmbito local mais alargado;
• Modo 8k (com 6817 portadoras activas) – aplicável a redes
de âmbito nacional, mas também a redes de âmbito mais restrito
(nomeadamente, regional e local "alargado");
• Alcance de uma cobertura – que aumentará com a robustez,
para a mesma potência de emissão e qualidade de recepção;
• Capacidade disponível – que diminuirá com o aumento
da robustez (refira-se que a capacidade disponível de um canal de radiofrequências
poderá exprimir-se pelo débito efectivo máximo desse canal);
• Tipo de recepção – esta poderá ser fixa,
portátil e, posteriormente, móvel; poderá afirmar-se que
no quadro da recepção portátil ou móvel, em condições
menos favoráveis, os programas terão necessidade de maior robustez
do que no caso da recepção fixa.
• 1,5 a 2 Mbit/s <> LDTV (Limited Definition) <> VHS
• 2,5 a 6 Mbit/s <> SDTV (Standard Definition)<> PAL
• 8 a 12 Mbit/s <> EDTV (Enhanced Definition)<> PALplus
• 20 a 24 Mbit/s <> HDTV (High Definition) <> HD-MAC.
No contexto do planeamento do serviço DVB-T para recepção
fixa, prevê-se a possibilidade de transmitir, simultaneamente num único
canal de radiofrequências, 4 programas SDTV com boa qualidade de imagem,
equivalentes, no sistema convencional, a 4 programas analógicos com qualidade
PAL (supondo, para o efeito, receptores televisivos com écrans de dimensão
4x3).
Nesta situação, correspondente a um planeamento para recepção
fixa de 4 programas SDTV por canal de radiofrequências (ou de um único
programa HDTV), a possibilidade de recepção portátil ficaria
necessariamente restringida a um alcance de cobertura inferior ao da cobertura
para recepção fixa. Esta constatação decorre de
considerações técnicas relacionadas com o tipo de robustez
dos programas em causa, suficiente para garantir uma boa qualidade de serviço
na recepção fixa.
Se o planeamento do sistema DVB-T for, no entanto, pensado em termos de recepção
portátil, ou móvel, torna-se necessário conferir um determinado
nível de protecção aos programas a transmitir, a fim de
torná-los suficientemente robustos para o efeito (uma maior robustez
será necessária no caso da recepção móvel),
garantindo-se, assim, uma boa qualidade de serviço neste tipo de recepção.
Nestes casos, a robustez necessária será conseguida à custa
de débito binário, o que terá como consequência uma
redução do débito efectivo máximo; por sua vez,
este facto significaria uma redução da capacidade total por canal
de radiofrequências, isto é, do número máximo de
programas e serviços a transmitir conjuntamente no sinal DVB-T.
Os streams de vídeo, áudio e informação são
multiplexados em PSs (Program Streams). Um ou mais PSs são agrupados,
processo este que se designa MPEG-2 TS (Transpor Stream). O sinal resultante
(MPEG-2 TS) é aquele que é recebido em nossas casas através
das convencionais Set Top Boxes (STB). Os bits rates usados no transporte da
informação variam em função de vários parâmetros,
mas situam-se tradicionalmente entre 5 até 32 Mbit/s.
Dois TSs distintos podem ser transmitidos ao mesmo tempo, usando uma técnica
denominada Transmissão Hierárquica (Hierarchial Transmission).
Com esta técnica pode transmitir-se, por exemplo, ao mesmo tempo um sinal
SDTV e um sinal HDTV numa mesma portadora. O receptor em nossas casas irá
efectuar a escolha do qual sinal processar em função da qualidade
que cada um apresenta a recepção. O sinal SDTV apresenta maior
imunidade ao ruído e interferências que o sinal HDTV, pelo que
normalmente quando o sinal HDTV apresenta uma qualidade dúbia, o receptor
passa a processar o sinal SDTV.
O sinal MPEG-2 TS é identificado como uma sequência de pacotes
de informação, de comprimento fixo (188 bytes). Com a ajuda de
uma técnica denominada “Energy dispersal” a sequência
de bytes é descorrelacionada.
Um 1º nível de protecção é aplicado ao sinal,
usando um código de blocos não binário.
É utilizado uma técnica denominada “convolutional interleaving”
em que a sequência de dados transmitida é reordenada de forma a
permitir que seja mais robusta a erros de transmissão, evitando longas
sequências de erros.
Este bloco acrescenta um segundo nível de protecção usando
códigos convolucionais, que costumam ser designados nos menus das Set
Top Boxes como FEC (Forward Error Correction). Os 5 tipos de validos de código
são: ½, 2/3, ¾, 5/6 e 7/8.
A informação é novamente reordenada, de forma a reduzir
a influência de erros de burst. Desta vez, é adoptada uma técnica
de Interleaving em conjunto com um esquema pseudo-aleatorio.
A sequência de dados binários é mapeada segundo um dos seguintes
esquemas de modulação: QPSK, 16-QAM, 64-QAM.
A sequência produzida pelo Mapper é agrupada em blocos de comprimento
constante (1512, 3024 ou 6048 símbolos por bloco). Ao fazermos este passo
geramos um frame (constituído por 68 blocos). Um superframe é
constituído por 4 frames.
(Transmission Parameters Signalling) são usados para enviar os parâmetros
ao sinal transmitido e permitem a identificação inequívoca
da célula de transmissão. É de notar que o receptor deve
ser apto para sincronizar, igualar e descodificar o sinal para ter acesso à
informação contida nas fracções TPS. Mais, o receptor
deve conhecer essa informação de antemão, e a informação
TPS deve ser usada só em certos casos, tais como mudanças de parâmetros,
re-sincronização, etc.
O sinal original é transformado em sinal analógico utilizando
um DAC, sendo de seguida modulado para frequência rádio (VHF, UHF)
através do RF front-end. A largura de banda ocupada por um sinal DVB-T
simples é da ordem de 6, 7 ou 8 MHz.
A forma como se lança o serviço TDT geograficamente é outro
aspecto a ter em conta. Deverá lançar-se o serviço ao mesmo
tempo em todo o território nacional, ou deverá começar-se
com lançamentos em determinadas regiões e ir-se alargando à
medida que as anteriores regiões já se encontrem a funcionar em
pleno com a tecnologia digital. Mais uma vez esta é uma decisão
que cabe a cada país, e é altamente influenciada pelo tamanho
do país, mas também pela escassez de radiofrequências que
poderão existir em certas regiões.
Em relação aos governos, estes são responsáveis
por todo o processo legal destinado a estabelecer as regras para o futuro serviço,
como por exemplo a atribuição de licenças e a forma como
o processo de transição se efectuará. Se o processo for
mal preparado poderão ocorrer consequências, como por exemplos
utilizadores ficarem sem televisão durante algum tempo, o que poderá
contribuir para o descrédito do governo e para a contestação
das pessoas na rua criando agitação social.
Em relação aos operadores de televisão estes poderão
oferecer novas funcionalidades ao público, mas serão ao mesmo
tempo obrigados a renovar todo o seu equipamento técnico, com os custos
daí inerentes. Não apenas, serão também confrontados
com a libertação de espectro que permitirá o surgimento
de novos canais e o correspondente aumento da concorrência. Portanto é
espectável que existam operadores bastante renitentes a transições
rápidas para o novo sistema.
Os operadores de rede serão responsáveis por assegurar a infrastutura
da rede TDT. Serão eles que terão que fazer coexistir tanto o
sinal analógico como o digital durante o período de “switch-off”.
Serão também obrigados a avultados investimentos na modernização
das redes. Irão também perder as receitas que advinham das transmissões
analógicas, pelo que terão que encontrar novos serviços
para usar o espectro entretanto liberto, de forma a recuperarem as receitas
perdidas devido à transição para o sistema digital.
Os fabricantes de material electrónico serão talvez a industria
mais beneficiada pela transição, visto que os utilizadores serão
forçados a comprar novos equipamentos que lhes permitam aceder à
tecnologia digital. Mas a industria electrónica também enfrenta
o desafio de conseguir satisfazer a procura, visto que uma ruptura de stocks
ou a escassez de equipamentos poderão conduzir a atrasos consideráveis
no processo de “switch-off”.
Por fim os telespectadores irão beneficiar de novas funcionalidades e
possivelmente do aumento do número de canais disponíveis. Serão
ao mesmo tempo confrontados com a necessidade de comprar novos equipamentos,
mas espera-se que os benefícios da nova tecnologia e o decrescente preço
dos equipamentos, faça com que os utilizadores adiram rapidamente à
nova tecnologia, permitindo assim que a transição se efectue de
forma mais célere.
Na conferência de Genebra realizada em 2006 foram estabelecidas metas
para a conclusão da implementação da TDT em toda a Europa.
Sendo assim ficou definido que 17 de Junho de 2015 seria o prazo máximo
para a conclusão do período de transição. Nessa
data todos os países já deverão encontra-se a transmitir
apenas em sinal digital. Mas muitos países têm metas mais ambiciosas
e esperam concluir o processo mais cedo. Veja-se os seguintes quadros:
Assim sendo as mais recentes previsões do governo apontam o ano 2010
para o inicio das transmissões TDT e o ano 2012 para o “switch-off”
das emissões em sinal analógico.
A implementação da TDT permite também que possam existir
Redes a funcionar por subscrição. Nestes casos para além
do custo do receptor, irá existir também uma assinatura à
semelhança do que hoje em dia acontece com a Televisão por cabo,
ou a televisão via satélite. Para além da subscrição
de canais também poderemos aceder a novas funcionalidades como o Video
On Demand ou os Pay Per View, serviços a que podemos ter acesso através
do pagamento de uma determinada quantia, por um período limitado de tempo.
O custo associado a estes serviços variam bastante mas costumam situar-se
no intervalo entre 5€ e 50€, sendo que podem atingir valores ainda
superiores no caso de eventos excepcionais.
[2] http://www.digitag.org/DTTResources/Q&A.html
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_terrestrial_television
[4] http://en.wikipedia.org/wiki/DVB
[5] DigiTAG, Analogue Switch-Off, strategies to end analogue terrestrial television
in Europe, version 1.1. © copyright 2006 DigiTAG
[6] http://en.wikipedia.org/wiki/DVB-T
[7] Introdução em Portugal da Televisão Digital Terrestre,
ANACOM, 2000
[8] http://tvdigital.wordpress.com/
[9] http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=3&id_news=81329