OGg Vorbis

             Ogg Vorbis é outro conhecido método de compressão de áudio digital. Este projecto foi criado pela fundação Xiph.org. O seu nome deve-se ao facto deste tipo de ficheiros possuírem a extensão .ogg em que Ogg é um formato de conteúdo para qualquer tipo de informação multimédia digital, totalmente livre para utilização e sem ser restringido a patentes de software. Qualquer ficheiro Ogg pode conter informação que vai desde simples dados, texto, música e até vídeo. Por seu lado, Vorbis é um algoritmo de compressão/descompressão (codec) de áudio que é usado nos ficheiros Ogg.

A junção destes dois projectos criados pela Xiph.org deu origem ao Ogg Vorbis. Esta criação é totalmente livre de patentes e foi iniciada logo após Fraunhofer Gesellschaft anunciar os seus planos de cobrar licenças de utilização para o formato MP3. Christopher Montgomery decidiu iniciar o projecto e com o auxílio de inúmeros voluntários lançaram em Julho de 2002 a primeira versão do código do codec Vorbis. O objectivo principal do Ogg Vorbis é concorrer com codecs como o MP3 e o AAC atingindo igual ou superior qualidade.

 

4.1. Débito binário utilizado

 

             Além das diferenças nos direitos de utilização do MP3 e do Ogg Vorbis, este utiliza uma codificação de debito binário variável permitindo assim obter arquivos mais compactos para uma qualidade de som semelhante ou arquivos de igual dimensão mas com uma qualidade superior em relação ao MP3 que utiliza uma codificação com débito binário constante. Este codec gera áudio a débitos binários variáveis que vão desde os 16 a 500 kbps por canal. O número de canais de áudio independentes suportados pode ir até 255. Tecnicamente, o formato Ogg Vorbis consegue gerar arquivos até 25% menores que os equivalentes em MP3.

 

4.2. Nível de qualidade

 

             O nível de qualidade deste tipo de ficheiros é medido em valores que vão de 0 a 10 com mudanças feitas de 1 em 1. A qualidade 0 corresponde a uma média de 64 kbps, 5 é aproximadamente 160 kbps e 10 cerca de 400 kbps. O nível 5 é o que se aproxima mais da qualidade áudio do CD. Por defeito utiliza-se o nível 3 que a partir de 110 kbps gera ficheiros mais pequenos e com uma qualidade significativamente superior em relação a um ficheiro MP3 a 128 kbps. É habitual nos testes realizados o Ogg Vorbis superar o MP3 na relação baixos débitos binários (à volta dos 64 kbps) e qualidade de som.

 

4.3. Método de codificação

 

             O codec Vorbis codifica blocos de dados PCM de curta duração em pacotes de bits de dados comprimidos. Estes pacotes podem ser usados directamente por mecanismos de transporte que possuem um método próprio de separação de pacotes. No caso de transferência de dados para armazenamento e transporte, Vorbis usa o formato de fluxo de dados do Ogg para disponibilizar sincronização, recaptura de sincronização após erros, marcadores durante a procura e informação suficiente para separar correctamente os pacotes de dados codificados para obter o pacote original.

 

4.4 Semelhanças e diferenças

 

             Tal como o MP3, este formato também inclui um campo de comentários completo e flexível para informação sobre o artista, a canção ou outro tipo de dados.

Uma desvantagem do Ogg Vorbis em relação ao MP3 é o facto de sua compressão ser quase duas vezes mais lenta. No entanto, esta questão poderá ser resolvida no futuro.

 

4.5. Futuro

 

             O padrão Ogg Vorbis está longe de ser tão popular quanto o MP3, mas não tanto. Cada vez mais conhecido e melhorado, o formato já é compatível com uma série de softwares e até mesmo com alguns dispositivos de som. Além de ter uma qualidade sonora que pode superar o MP3, o Ogg Vorbis também gera arquivos um pouco menores que os formatos concorrentes (como o MP3 e WMA). Espera-se que o Ogg Vorbis tenha tanto sucesso quanto o Firefox. Assim, será mais uma prova de que soluções em software livre possuem óptimo nível de qualidade.

Comunicação Áudio e Vídeo

Comparativo entre Mp3, aac e ogg vorbis