ISDB-T (Japão)
O padrão ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) foi criado no Japão pelo consórcio DiBEG (Digital Broadcasting Experts group), contando principalmente com o suporte da emissora pública japonesa NHK. Assim como no DVB, a camada de transmissão do ISDB é baseada em modulação COFDM.
O ISDB utiliza, para a codificação do sinal-fonte de vídeo e multiplexagem, o padrão MPEG-2. Para a codificação de sinal-fonte de áudio, o padrão adoptado é a variante MPEG-2: AAC (Advanced Áudio Coding) Para a radiodifusão terrestre, o padrão ISDB-T utiliza, como no DVB-T, o sistema COFDM. Como no DVB, o ISDB é um sistema com parâmetros configuráveis (pela emissora), permitindo obter diferentes níveis de robustez com as respectivas capacidades de transporte.
O ISDB apresenta três modos de operação, neste caso, de número de portadoras. Em comparação com o DVB, existe um modo intermediário chamado 4k. Além disso, os valores para os modos 2k e 8k são ligeiramente diferentes. O número de portadoras no ISDB é ligeiramente inferior, assim como o comprimento de cada símbolo. Por outro lado, o ISDB utiliza um clock mais rápido (8,127 MHz versus 6,857 MHz do DVB em 6 MHz). A estrutura de funcionamento do ISDB é muito semelhante ao DVB, com algumas pequenas diferenças. A primeira diferença ocorre no baralhamento interno. No DVB, o único baralhamento efectuado é o de frequências, ou seja, as portadoras utilizadas para cada parte de um bloco de informação são permutadas segundo um padrão pseudo-aleatório, conferindo uma maior imunidade a interferências localizadas em frequências específicas. O ISDB utiliza adicionalmente um segundo baralhamento, a transposição temporal, ou seja, grupos de bits têm a sua posição temporal permutada segundo uma dada sequência. As restantes diferenças entre o DVB e o ISDB decorrem do facto deste último adoptar um mecanismo diferente, a segmentação de bandas.
O ISDB, como o próprio nome indica, é uma plataforma concebida para múltiplas aplicações, e não apenas para o serviço de televisão. Tendo em vista tal princípio, nessa tecnologia, as portadoras são agrupadas em 13 segmentos, denominados Data Segment. Em teoria, um canal de 6 MHz poderia ser dividido entre 13 serviços ou emissoras diferentes, embora, como será mostrado adiante, para o serviço de televisão, os segmentos são agrupados em “camadas”, podendo-se ter no máximo três camadas. Num sistema de 6 MHz, cada segmento tem uma largura de 429 kHz (6/14 MHz), podendo ter os seus próprios parâmetros de transmissão, tais como a relação de código convolucional (FEC) e intervalo de guarda. Os segmentos são numerados de 0 a 12. Para o serviço de televisão, todos os segmentos são utilizados. O ISDB utiliza, tal como o DVB, sinais piloto e de controlo, porém com uma distribuição diferente. Ao contrário do DVB, o ISDB utiliza apenas 13 pilotos contínuos, um para cada segmento. Quanto aos pilotos espalhados, a quantidade e o padrão de espalhamento são idênticos ao DVB. Finalmente, o ISDB reserva algumas portadoras para a finalidade de “canal auxiliar” – para uso genérico de transporte de dados. Para além da configuração de transmissão convencional, o ISDB admite duas outras formas de utilização: a relação faixa larga versus faixa estreita e o modo hierárquico.
Tal como o DVB, o ISDB-T admite a transmissão hierárquica, ou seja, que parte dos sinais sejam transmitidos com um grau de robustez maior que o restante do sinal. No caso do ISDB-T, os sinais podem ser agrupados em três diferentes níveis (chamados de “camadas”) de robustez. Essas camadas podem ser utilizadas para transportar diferentes trechos de informação do mesmo programa, ou programas totalmente diferentes. Dentro de cada camada, os diferentes segmentos adoptam os mesmos parâmetros de transmissão.
Embora a grande dificuldade de compressão e transmissão de sinais, na televisão digital, seja devido às informações de vídeo, o áudio representa uma parcela importante de informação para o usuário final.
Os três padrões de televisão digital apresentam capacidade de lidar com o áudio na mesma configuração, embora utilizem diferentes codificações do sinal fonte. O ISDB optou por adoptar uma variante do MPEG-2, conhecido como MPEG-2: AAC (Advanced Audio Coding, padrão ISO/IEC 13818-7). Esse padrão incorpora desenvolvimentos mais recentes na área de algoritmos, sacrificando a compatibilidade regressiva com o MPEG-1. O MPEG-2: AAC consegue obter som com qualidade de CD operando a taxas de 96 kbit/s. Tal compactação é obtida com o uso de algoritmos e técnicas mais complexas. Uma diferença significativa em relação ao MPEG-2 BC é que, no AAC, é feita uma análise da redundância de informações entre os vários fluxos, coisa que não ocorre no primeiro.