IMAX DOME

 

Em 1973 é aberta ao público a primeira sala de IMAX Dome (originalmente chamada OMNIMAX). Este foi o primeiro tipo de IMAX que surgiu e consiste em projetar através de uma lente fisheye de modo a transmitir uma visão panorâmica numa sala em forma de cúpula. Como a amplitude da imagem projetada atinge os 180° horizontalmente, o IMAX Dome é normalmente usado para projetar documentários em museus e parques temáticos. Nestes sítios normalmente o filme está constantemente a ser projetado e tem uma duração curta, pelo que o número de espectadores por filme é curto. Desta maneira as salas do IMAX Dome são de tamanhos reduzidos, sendo que o maior ecrã existente tem apenas 27 metros de largura.

Representação do ecrã IMAX Dome [13]

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IMAX 3D

 

O fenómeno de 3D no IMAX tem logo início na captura das imagens. As câmaras IMAX 3D têm duas lentes separadas de 64 milímetros, a distância média ocular dos olhos humanos, que possibilitam a gravação de imagens com as perspetivas dos dois olhos [14].

Quando o filme chega ao utilizador, ou seja, quando é feita a projeção, podem ser usadas duas técnicas. De uma forma, são usados dois projetores, projetando cada um, as imagens de cada perspetiva. As imagens são polarizadas e o cliente coloca óculos com lentes polarizadas que permitem que cada olho veja apenas a imagem correspondente a esse olho. Outra forma é projetar alternadamente as tramas correspondentes a cada olho e as pessoas usam óculos que bloqueiam em cada olho as imagens destinadas ao outro olho.

Devido às implicações das câmaras IMAX 3D convencionais referidas no capítulo 3.1, foram poucos os filmes no formato IMAX que as usaram e muitas vezes são gravadas apenas algumas cenas. Por isso, as partes que não são filmadas com câmaras IMAX 3D são antes convertidas.

Conversões de filmes para IMAX 3D

No caso do 3D, o IMAX tem ainda outra vantagem, porque a sensação de aproximação das imagens depende diretamente do tamanho do ecrã como é observável na figura abaixo.

Influência do tamanho do ecrã em filmes 3D [10]

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IMAX HD

 

O IMAX HD é uma versão dos filmes IMAX em High Definition , ou seja utilizando 48 tramas por segundo em vez das usuais 24. Surgiu em 1992, na EXPO’92 Sevilha, e pode ser utilizado em filmes 2D, 3D e até em IMAX Dome. As vantagens do HD passam por aumentar a perceção de movimento e reduzir o número de objetos desfocados. No entanto a produção de filmes com 48 tramas por segundo é complexa e portanto cara, logo não compensa o uso desta tecnologia, então não são muitos os filmes produzidos em HD.

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IMAX DMR

 

O DMR é uma técnica desenvolvida pelo IMAX que permite que filmes gravados no formato de 35mm sejam convertidos para o formato IMAX. A primeira vez que foi aplicada esta técnica foi no filme Apollo 13, desde então, apesar de existirem as câmaras IMAX (e alguns filmes até usam para gravar partes do filme), quase todos os filmes passaram a ser convertidos com DMR [15].

Não existem muitos detalhes acerca do processo, mas é um processo que é feito trama a trama onde as principais transformações consistem na eliminação do ruído das imagens e ajustes na saturação, contraste e brilho. Há alguns anos poderia levar alguns meses a ser finalizado, mas atualmente, devido ao desenvolvimento das suas técnicas e da própria tecnologia, consegue-se converter um filme para IMAX em cerca de 3 semanas.

Antes e depois da aplicação de DMR [10]

Para comprovar a importância do DMR e a evolução que houve, foram recolhidos os números de filmes por ano. Em 2007 foram lançados 6 filmes DMR e 38 em 2013 [16].

Número de filmes DMR lançados por ano

No entanto, a aplicação desta técnica e a exibição dos seus filmes tem tido algumas críticas porque, apesar da imagem do IMAX DMR ser naturalmente melhor que a imagem de um filme comum, é igualmente verdade que um filme gravado com câmaras IMAX tem uma qualidade e detalhe superiores relativamente a um filme IMAX DMR [17].

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IMAX Digital

 

Embora a tecnologia digital já exista há algum tempo, o IMAX Digital começou apenas em 2008. Este atraso deve-se à dificuldade e elevado custo em produzir e projetar um filme digital IMAX. A projeção iria ser especialmente custosa pois no IMAX Digital são utilizados dois projetores, que sobrepõe as duas imagens. Desta maneira o IMAX Digital pode ser utilizado tanto para filmes em 2D como 3D.

Visão geral de uma sala de projeção IMAX Digital"

Contrariamente ao que seria de esperar, o IMAX Digital possui uma resolução inferior ao IMAX tradicional. Mesmo comparando com o cinema convencional que usa uma resolução de 4k, o IMAX Digital começou por utilizar uma resolução de 2k aumentando recentemente para 4k. Além disso o IMAX Digital começou por ser montado em cinemas com ecrãs normais (em vez de ecrãs do tamanho IMAX) pelo que muitas das vezes o espectador não associava o formato ao IMAX.

Na codificação de vídeo o IMAX usa o JPEG2000. Este codec funciona como o JPEG, trocando as DCT por um método baseado em funções wavelets (onduletas). Tal como no cinema digital, é usado pelo IMAX, por ser uma forma de intra-conding, assegurando o acesso aleatório a cada trama, o que facilita a edição de vídeo e escalabilidade para várias resoluções [18].

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IMAX 4D

 

O IMAX preocupa-se em explorar as sensações visuais e auditivas, no entanto, existem cinemas denominados 4D pelos próprios espaços comerciais que para além das imagens em 3D, exploram sensações físicas como movimento de cadeiras ou esguichos de água. Em França, o parque de diversões Futuroscope, tem um cinema 4D, Arthur The 4D Adventure, que utiliza a tecnologia IMAX [19]. Não foram encontrados mais casos destes, mas é possível que existam outros parques que usem tecnologia IMAX ou semelhante.

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Câmaras

 

Para aumentar a qualidade da imagem, uma das primeiras apostas foi ter uma resolução maior do que no cinema convencional, para isso começaram a usar câmaras com películas de 70mm (dimensões de 70mmx48,5mm) com 15 perfurações por trama que por isso se designam de películas 15/70.

Comparação entre películas IMAX e tradicionais [3]

Devido às tramas em formato IMAX serem quase 9 vezes maiores que as tramas das películas de 35mm e maiores que as peliculas comuns de 70mm, o cinema IMAX conseguir maior brilho na imagem.

Apesar de permitirem maior qualidade de imagem, o facto das câmaras IMAX serem pouco práticas foi sempre um entrave à sua utilização. A câmara IMAX 3D pesa cerca de 110 kg, sendo necessárias outras estruturas para a movimentar, gera muito ruído e o som tem de ser gravado posteriormente. Para além disso, devido ao tamanho das películas, só é possível filmar 4 minutos de cada vez e a troca por outra fita, leva cerca de 20 minutos [4]. Por curiosidade, um filme de 90min neste formato, tem cerca de 9 quilómetros de fita.

Câmara IMAX 3D Analógica [5]

Para contornar estes problemas e conseguir que as suas câmaras sejam mais usadas, o IMAX está a desenvolver câmaras digitais. Ainda não surgiu a câmara digital IMAX 2D mas a câmara digital IMAX 3D com uma resolução 4K foi já usada pela primeira vez para gravar algumas cenas no filme Transformers: Age of Extinction (Michael Bay, 2014) [6]. Com as câmaras digitais pretende-se facilitar a gravação no formato IMAX e os processos em torno da produção dos filmes.

Descrição da câmara digital IMAX 3D

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Projeção

 

Como referido anteriormente, no capítulo 2, o primeiro projetor de IMAX, consiste numa modificação do Rolling Loop [7]. Este projetor sofreu várias alterações de modo a conseguir a ampliação da película de 586 vezes necessária para preencher os ecrãs que se usam nos filmes IMAX. No final resulta um projetor de grandes dimensões e com quase 1,5 toneladas.

Projetor analógico IMAX a funcionar

Os projetores IMAX possuem um pormenor único: um supercomputador com capacidade de processamento 100 vezes acima do comum e equipado com um sensor ótico visualiza o filme que está a ser projetado, simulando o sistema visual humano (que é muito sensível ao brilho e contraste entre outros) e faz pequenos ajustes em tempo real nas imagens que estão sendo projetadas.

Atualmente está em fase de teste a implementação de projetores digitais a laser que usam patentes da Kodak, para os filmes IMAX [8]. O laser vai substituir a lâmpada de Xenon de 12-15 mil Watts. A grande vantagem será o aumento da taxa de contraste (que resulta do aumento da gama de luminâncias). No final resulta uma imagem de qualidade superior [9].

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Sala e Ecrã

 

A geometria da sala é uma das principais razões por qual ver um filme IMAX é diferente de ir ao cinema. Por um lado não há cinemas IMAX iguais: cada um dos cinemas IMAX é pensado por um conjunto de engenheiros da empresa IMAX Corporation. A segunda diferença é que os lugares destes cinemas estão mais centrados e próximos do ecrã, com o objetivo de proporcionar a mesma qualidade para todos os espectadores (que obviamente não é possível no cinema convencional).

Geometria de uma sala Imax [10].

Outra grande diferença destes cinemas é o ecrã, que apresenta uma ligeira curvatura. As dimensões médias dos ecrãs são 22x16,1 m² mas o maior do mundo, que fica em Sidney, chega aos 35,7x29,7 m². Isto resulta no preenchimento de 70° do nosso campo de visão face aos 54° que acontece num cinema convencional. É este aparente pormenor que resulta na sensação de movimento que sentimos ao ver um filme IMAX e que por vezes provoca enjoos em quem experimenta IMAX pela primeira vez.

Comparação entre ecrãs Imax e o ecrã convencional [11]

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Som e Áudio

 

No começo do IMAX, o áudio estava contido em fitas magnéticas de 35mm com 6 canais de áudio, sendo reproduzidos ao mesmo tempo do filme.

Nos anos 90, apareceu o áudio digital que foi substituindo as fitas magnéticas, usando 3 discos com 2 canais de áudio não comprimidos perfazendo um total de 6 canais.

Atualmente, o áudio usado nos filmes IMAX continua a ter 6 canais e codificado em LPCM, Linear Pulse-Code Modulation. A LPCM é um tipo de PCM onde o nível de quantificação é linear [12]. A codificação em formatos não comprimidos, deve-se ao facto de se pretender que o som tenha a maior qualidade possível, para acompanhar o nível de exigência imposto nas imagens.

Para elevar a sensação de imersão, sistema de som tem também algumas inovações em relação ao cinema convencional:

- Existe o cuidado de todos os lugares terem um som otimizado, espalhando colunas por espaços estudados da sala.

- São feitos ajustes no som do filme com a intenção de parecer vir de diferentes direções consoante o que esteja a acontecer no filme.

- Os sons dos filmes são escolhidos não só pelos responsáveis dos filmes, mas sim em conjunto com as equipas da IMAX Corporation.

Descrição das principais características do som da experiência IMAX

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Modelo de Negócio

 

Quando a técnica de DMR surgiu permitiu à IMAX Corporation, apresentar vários filmes de relevo no seu formato. Provavelmente, o grande ponto de viragem que permitiu à empresa ter lucros consistentes e reduzir a sua dívida depois de alguns filmes de sucesso .

O negócio típico é o IMAX suportar os custos de produção e conversão dos filmes por DMR recebendo cerca 10% a 15% das receitas de bilheteira dos estúdios nos filmes IMAX [16].

Para se ter ideia dos números que o IMAX já consegue com alguns filmes, estima-se que o filme Interstellar (Christopher Nolan, 2014) tenha gerado 70,1 milhões de dólares no mundo nas salas IMAX [20].

Porém, os negócios não se ficam pelos estúdios de Hollywood e também são feitos com os proprietários das salas de cinema. A empresa IMAX cobre os custos da construção e equipamento das salas e recebe parte da receita da bilheteira, por vezes, as próprias salas cobrem os custos ou um pagamento inicial. O aumento da sua rede salas tem sido importante para convencer os estúdios a fazer os seus filmes neste formato.

Para além disso, a empresa também encaixa algum dinheiro com a manutenção das salas e com o aluguer de equipamentos, como por exemplo, câmaras [16].

Têm sido celebrados contratos em vários países, mas em 2011 a IMAX Corporation consegue um acordo bastante importante com a China, tendo no final de 2013, 173 salas instaladas.

Esquema resumido do modelo de Negócio do IMAX

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Preços e Concorrencia

 

A dificuldade da empresa em impor-se, deveu-se ao facto de terem de convencer os utilizadores e consequentemente a indústria cinematográfica de que a experiência IMAX, compensava o preço extra. Por exemplo, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa o preço atual é de um bilhete para um filme IMAX é de 10€, enquanto numa sala comum é de 6,70€ (com descontos de estudante, sénior ou cartão jovem fica pelos 5,80€, ou seja, quase metade) [21].

Talvez com menor importância, já que o IMAX é, atualmente, um monopólio neste tipo de conceito (proporcionar novas experiências de cinema aos utilizadores) mas já surgiram outras empresas que querem explorar este tipo de conceito, a chinesa DMAX ou a coreana ScreenX com salas nos seus países. Recentemente, a Dolby Cinema anunciou que vai investir num novo conceito de cinema e tenciona abrir uma sala na Holanda [22]. Nesse sentido, para se manter na frente o IMAX tem parcerias com empresas de tecnologia, como a Sony, e empresas de projeção (atualmente usa projetores da Barco) para melhorar a qualidade de imagem.

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Impactos no mundo

 

Durante muitos anos, o IMAX era utilizado sobretudo usado em parques de diversões com filmes curtos, parques temáticos, documentários e só mais tarde começou a ser usado para o cinema. No entanto, a entrada na indústria do cinema não foi fácil e só quando desenvolveram o processo de DMR conseguiram realmente ter impacto nesta área.

Segundo dados recolhidos nos relatórios financeiros da IMAX Corporation, no final de 2007, existiam 299 salas IMAX (179 comerciais e 120 institucionais). No final de 2013, existiam 837 salas IMAX (720 comerciais e 117 institucionais), portanto verificou-se um grande aumento desde 2007, que se deve em grande parte ao aparecimento do IMAX Digital, que facilitou a capacidade de converter filmes para IMAX e a instalação de novas salas [16].

Número de salas IMAX ao longo do tempo

Para além disso, conseguiu-se recolher também o número de salas IMAX de cada um das variações. É visível o impacto do aparecimento do IMAX Digital, apareceu em 2008 e o número de salas deste tipo aumentou muito, sobretudo, porque as novas salas começaram a ser equipadas com projetores digitais e muitas salas com projetores 2D e 3D com o passar dos anos foram equipadas com projetores digitais, que reproduzem vídeo tanto em 2D, como em 3D. [16]

Número de salas de cada tipo de IMAX ao longo do tempo

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Impactos em Portugal

 

O primeiro contacto de Portugal com a tecnologia IMAX deu-se em 1994 com a abertura de uma sala de cinema em Vila Franca de Xira. Esta sala não durou muito tempo devido à má gestão, à falta de publicidade e também à competição que surgiu com a Expo 98.

A 20 de Junho de 2013 surge a única sala IMAX atualmente a operar no nosso país, desta vez no centro comercial Colombo, em Lisboa. A sala passa filmes 2D e 3D. Embora o projeto seja muito recente é prevê-se que não aconteça o mesmo que aconteceu com a primeira sala: Não há falta nem de publicidade nem de investimento, pois a sala surgiu de uma pareceria entre a Sonae Sierra e a Cinemas NOS, outrora Zon Lusomundo Cinemas.

A sala IMAX do Colombo possui um ecrã de 20x15 m², tem 374 lugares de capacidade e possuí 6 colunas. Nos primeiros nove meses passaram por esta sala 100 mil espectadores, um número que se espera vir a aumentar com o passar do tempo [23].

Reportagem sobre o IMAX e sala no Centro Comercial Colombo, Lisboa

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