A estação transmissora do sinal de TV
envia, através de antenas de grande dimensão (9 a 12 m), o sinal para o satélite,
este retransmite através do seu transceptor de volta para a terra. O Sinal pode
ser emitido em quatro tipos de transmissão fundamentais:
ponto-a-ponto; Exemplo: transmissão entre estúdios de TV
ponto-a-multiponto com distribuição RF; Exemplo: transmissão do estúdio para a estação de difusão de televisão via RF.
ponto-a-multiponto com distribuição cabo; Exemplo: transmissão do estúdio para a estação de difusão via cabo.
ponto-a-multiponto com distribuição directa para os utilizadores; Exemplo: Transmissão DTH (direct to home).
Os sistemas DTH (direct-to-home) foram desenhados para transmitir televisão de entretenimento para receptores domésticos.
Este tipo de emissão corresponde em transmitir serviços para os diversos clientes sem haver preocupação nem limitações de localização para quem os recebe.
A arquitectura básica deste sistema é provavelmente a mais simples em relação a todos os outros sistemas, isto devido ao facto de existir apenas uma ligação ascendente, que reúne todos os conteúdos a serem emitidos, e haver milhões de ligações descendentes, que constituem todos os clientes do serviço DTH.
Tipicamente a banda utilizada para este serviço é a Ku havendo também serviços na banda C.
Existem dois tipos de serviços, o serviço fixo de satélite (FSS) e o serviço de difusão por satélite (BSS).
No FSS é usado o medium-power satellite system, a potência emitida não é tão grande obrigando a que os receptores sejam mais caros e as antenas maiores. Não tendo sido grande impedimento já que este serviço começou a ser implementado nos anos 80, quando se começou a produzir em grande escala e com poucos custos receptores para a banda Ku, tendo havido uma grande ajuda por parte dos serviços europeus como a SKY, RTL disponíveis no ASTRA. A banda Ku começou desde cedo a ser a mais utilizada e dominou em toda a Europa.
É neste serviço que a actual difusão directa para casa se baseia, tem se como exemplos a EUTELSAT e ASTRA.
Tem-se como frequências de ligação
descendente para cada banda:
Banda S BSS (2,1 até 2,158 GHz);
Banda C FSS (3,4 até 4,5 GHz);
Banda Ku FSS (10,75 até 12,2 GHz);
Banda Ku BSS (12,2 até 12,9 GHz);
Para ligações ascendentes é usual usar a
banda Ka perto dos 18 GHz, em zonas de baixa pluviosidade e abaixo dos 10 GHz
para zonas tempestuosas.
Os variados sistemas DTH podem difundir em diferentes tipos de polarização, linear ou circular.
A “reutilização” de frequências
permite um maior número de sinais a serem enviados, sendo isto alcançado através
de métodos de polarização ortogonal, permitindo assim que dois sinais sejam
enviados na mesma frequência sem interferências.
Os sistemas BSS que são implementados na banda Ku utilizam polarização circular, simplificando a instalação de parabólicas domésticas, pois o LNB não precisa de ser alinhado após a antena estar com o azimute e a elevação certos.
Os sistemas FSS implementam tipicamente polarização linear, uma vez que tende a simplificar a implementação da estação transmissora e receptora em terra. Este tipo de polarização é mais imune ao factor de atenuação derivado pela chuva.
Banda |
Espaçamento do canal (MHz) |
Largura
de banda útil (MHz) |
S |
28 |
20 |
C |
40 |
36 |
C (extensão) |
40 |
36 |
Ku (FSS) |
60 |
54 |
Ku (BSS) |
30 |
27 |
Tabela 3 – Espaçamento de canais
DVB especificou sistemas de satélite para serviços DTH (Direct-to-home), serviços via televisão por cabo e emissoras terrestres de emissão (os canais normais da televisão pública, RTP, SIC, TVI) em que são as próprias emissoras ou operadoras de televisão por cabo que decidem o que enviar para os seus clientes, e finalmente o sistema SMATV (Satellite Master Antenna Television System), que corresponde à distribuição dos sinais de televisão e som para utilizadores em vários prédios adjacentes, ou seja são as antenas receptoras que existem na maioria do prédio que fornecem o sinal de televisão a todo o prédio.
Existem três áreas de apoio ao DVB que são particularmente importantes para a operação e sucesso do sistema DTH. Elas são providenciar qualidade de áudio stereo, o serviço de informação (Service Information – DVB-SI) e a interface para o acesso condicionado (DVB-CI). O DVB fornece qualidade de som próxima do familiar CD, que pode ser usada para canais digitais que forneçam stereo, mono e surround, a uma reduzida taxa de transmissão. O DVB-SI adiciona informação que permite ao IRD ter acesso a serviços especiais (o famoso teletexto). Finalmente o DVB-CI tem por base o acesso a canais, em que para tal é necessária a devida autorização, ou seja uma vertente já muito mais comercial, se é que se possa dizer (exemplos disso são os canais codificados da TV-cabo e os serviços de vídeo-on-demand entre outros).