Nota Histórica
O lançamento do satélite russo Sputnik em 1957 veio despoletar a corrida pelo espaço. Os Estados Unidos foram o primeiro país a utilizar satélites para efeitos de comunicação a longa distância, em 26 de Julho de 1963, para fins militares. Em breve este recurso seria aplicado às comunicações telefónicas públicas, como forma de aliviar a carga das redes terrestres que começavam então a dar os primeiros sinais de congestionamento.
A primeira utilização de satélites para transmissão de sinais televisivos ocorreu a 1 de Março de 1978, pela mão da PBS – Public Broadcasting Service.
No período de 1978 a 1984 verificou-se um rápido desenvolvimento de toda a tecnologia associada ao sistema de televisão via satélite, facto que levou a um rápido crescimento do número de utilizadores deste serviço, até então gratuito. Com o crescimento do sector, naturalmente as companhias que difundiam os seus conteúdos televisivos via satélite começaram a procurar formas de obter dividendos dos utilizadores que serviam. Foi assim que surgiram os primeiros códigos de encriptação adaptados aos sinais de televisão via satélite, e os primeiros serviços em que o utilizador necessitava de um receptor específico, capaz de descodificar o sinal recebido. Desta forma, as companhias adquiriam total controlo sobre os utilizadores que beneficiavam dos seus serviços, podendo assim obter os seus lucros.
Todo este sistema foi então legislado e devidamente regulamentado ao nível das telecomunicações, tendo sido estabelecidas as normas internacionais necessárias para que, a partir da segunda metade da década de 80, estes serviços começassem a crescer no mercado de consumo de massas. Países como o Japão e Hong-Kong tomaram a dianteira na corrida à colocação em órbita de satélites de transmissão de conteúdos televisivos, tendo-se-lhes seguido os Estados Unidos e mais tarde a Europa.
Hoje em dia verifica-se também na televisão por satélite o fenómeno de globalização. Empresas de diferentes continentes partilham entre si conteúdos televisivos distintos, de diferentes origens e com diferentes países ou regiões de destino, quebrando assim fronteiras de espaço e tempo de uma forma outrora inimaginável.