A Norma Internacional DVB-S

 

Introdução

 

O Sistema DVB-S, Digital Vídeo Broadcasting – Satellite , estipula as normas pelas quais se regem os sistemas de distribuição de televisão digital por satélite.

Ao invés do que acontece com a grande maioria dos sistemas tecnológicos existentes, a norma DVB-S é mundialmente utilizada neste campo das telecomunicações. O facto de se tratar de um desenvolvimento recente (entrou em vigor em finais da década de 1990), aliado ao seu indiscutível carácter globalizante, terão certamente contribuído para esta unificação.

A norma define um conjunto de equipamentos e modos de utilização dos mesmos, por forma a possibilitar a comunicação global. Esses parâmetros característicos serão mais detalhadamente descritos na secção seguinte deste capítulo.

 

Text Box: Figura 3.1 – Esquema geral da distribuição com DVB-S.

 

 

Composição do sistema DVB-S

 

A norma DVB-S cobre o funcionamento dos transpositores (transponders) que trabalham com larguras de banda entre 26 MHz e 72 MHz. A base de transmissão é uma única portadora que permite a modulação de vários canais de vídeo e áudio multiplexados no tempo.

O sistema DVB-S é uma arquitectura em camadas, sendo a camada de nível mais elevado o fluxo de bits correspondente aos dados a ser enviados (vídeo, áudio e dados de sincronização para o descodificador) que para o efeito são agrupados em pacotes de 188 bytes, já depois de a informação ter sido comprimida pelo codificador MPEG-2.

O sistema especifica também as taxas de compressão/transmissão possíveis para o codificador MPEG-2 operar, que variam tipicamente entre 1Mbps e 5Mbps por canal, com possibilidade de serem automaticamente ajustadas aos conteúdos transmitidos, e poderem ser alteradas sem interrupção da transmissão.

Na camada seguinte são adicionados 12% de bits de redundância no primeiro estágio de forward error correction, o código de Reed-Solomon, após o que é aplicado ao fluxo de dados um processo de reordenação de bits destinado a reduzir o impacto de rajadas de erros causadas por interferências ou fenómenos de fading. Este processo é em inglês designado de convolutional interleaving.

 

 

 

 

Text Box: Figura 3.2 – Esquema ilustrativo do sistema DVB-S.

O passo seguinte é a aplicação de um código convolucional interior que acrescenta bits extra. A quantidade de bits adicionados nesta fase especifica a taxa de codificação do sistema, R, que pode tomar os valores 1/2, 2/3, 3/4, 5/6, e 7/8. Esta taxa pode ser dinamicamente ajustada consoante a variação das condições da ligação (chuva, potências de emissão/recepção, etc.) por forma a garantir uma probabilidade de erro de bit , que possibilite manter o sistema operacional em 99.7%, 99.9% ou 99.99% do tempo (critérios tipicamente utilizados).

 

            A última etapa do sistema corresponde à camada física de modulação. A técnica utilizada é a modulação digital QPSK. Esta técnica possibilita a transmissão de dois bits por símbolo, duplicando a eficiência espectral.

            A sequência de dados é dividida em parte real e parte imaginária por meio de desmultiplexagem, conforme ilustra a figura 3.3. Cada uma destas sequências é multiplicada pela portadora respectiva, estando estas desfasadas de 90º entre si. As duas sequências resultantes são somadas, produzindo o sinal modulado. O processo completo é executado pelo modulador de QPSK cujo esquema genérico consta da figura 3.4, bem como os gráficos temporais das formas de onda ilustrativas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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