Diagnóstico e tratamento

        Inicialmente, o principal foco da telemedicina era o diagnóstco e o prognóstico de doenças e consequentemente o seu tratamento. Actualmente, apesar de

outras vertentes serem exploradas, como a tele-educação ou telecirurgia, o diagnóstico continua com um papel fundamental na telemedicina.

 Especialidades

        Existem numerosas  especialidades onde a telemedicina tem vindo a tomar lugar e a cooperar para um maior desenvolvimento das mesmas e também para

uma melhoria nos serviços prestados aos pacientes no âmbito do diagnóstico e tratamento. Tele-radiologia é um exemplo desta melhoria de qualidade de serviços.

Nesta especialidade são estudados não só raios-X, mas também todas as imagens obtidas a partir de outras formas de radiação de alta energia. Estão assim

incluídos raios–X (fig. 1.1 a), tomografia assistida por computador (fig. 1.1 b), ressonância magnética, ultrassons, medicina nuclear, termografia e fluoroscopia.

Outra área da ciência médica que é favorecida pela telemedicina é a dermatologia. Nesta área é importante um bom contacto visual de modo a ser possível

visualizar a área de pele afectada. A patologia é a área da medicina que estuda a causa e a natureza das doenças e as consequências das mesmas. A telepatologia

vem aumentar a eficácia neste estudo, visto que possibilita a troca de informação e a cooperação entre os profissionais de saúde.

                                                                    Fig. 1.1 a) Raio X                                                      Fig. 1.1 b) TAC

        Para além destas especialidades, em que o aspecto principal é a troca de informação de um modo mais rápido e eficiente, existe ainda a possibilidade de os

pacientes terem acesso a consultas à distancia (por exemplo medicina geral e psiquiatria). Isto possibilita que zona isoladas tenham acesso à medicina sem grandes

deslocações. Com estes meios, a telemedicina aumenta drasticamente o campo de acção da medicina convencional no campo do diagnóstico, tratamento e

prevenção de doenças.

Aspectos técnicos

        Como foi visto acima, neste campo da telemedicina existe uma grande quantidade de informação que tem de ser transmitida. É necessária uma rede que

permita uma transmissão eficaz de som, imagem e vídeo. Tem ainda que suficientemente rápida de modo a minimizar o atraso de transmissão dos dados.

Usualmente são usadas redes de alto débito de transmissão a funcionar em ATM (Asynchronous Transfer Mode). Estas são redes apropriadas para transmitir não

só áudio e vídeo em tempo real mas também texto, e-mail e ficheiros de imagem.

        Os dados enviados têm que ser digitalizados e comprimidos. A compressão desempenha um papel fundamental; áudio e vídeo não comprimidos ocupam uma

enorme quantidade de largura de banda. Para transmissão de áudio são normalmente usados protocolos como GSM (13 kps), G.729 (8 kps) e G.723.3 ( 6.4 e

5.3kps). Os ficheiros de vídeo são comprimidos em MPEG enquanto que em ficheiros de imagem é utilizado o JPEG.

Alguns Exemplos

        Ao longo da evolução da telemedicina têm sido vários projectos concretizados com o intuito de criar uma rede médica que facilitasse o acesso à medicina e o

diagnódtico e tratamento de pacientes.

        A Universidade de Medicina e Ciência Charles R. Drew (Los Angeles) desenvolveu uma rede com o objectivo de prestar serviços de oftalmologia e

psiquiatria à comunidade. Esta rede liga os vários edifícios do campus através de ATM com um débito de transmissão de 155 Mps. Cada edifício suporta tráfego

Ethernet, Fast Ethernet e ATM LAN (Local Area Network). São utilizados routers  para reduzir o tráfego na rede que ligam os departamentos com LAN’s 

virtuais. Esta rede pode ser ainda utilizada por estudantes médicos ou docentes para fazer downloads de material educativo como, por exemplo, vídeos de

cirurgias.

        No Arizona foi desenvolvido  uma rede, Arizona Rural Telecommunications Network (ARTN). Esta é uma rede privada ATM que utiliza o protocolo IP e

que é baseada em aplicações de store-and-forward, como teleradiologia.

        No País de Gales foi implantado um sistema de teledermatologia onde mais de 65.000 pacientes foram tratados. Na Noruega, um sistema de telepatologia foi

implementado para experimentação em que é utilizada uma ligação dedicada de 2 Mps.

        No futuro, com o desenvolvimento das telecomunicações, o diagnostico e o tratamento providenciados pela telemedicina será cada vez mais eficaz e chegará

cada vez a mais sítios proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes.