Futuro da Telemedicina

 

 

 

Possibilidades de expansão da Telemedicina em Portugal e no mundo

 

            Associado ao recente desenvolvimento da telemedicina em Portugal, o interesse das empresas nacionais nesta área tem crescido e tem permitido o aparecimento de novas plataformas de comunicação entre médicos, hospitais, utentes e demais intervenientes nos sistemas de saúde.  A PT-Inovação é um exemplo deste facto.

            Consciente da (cada vez maior) importância da telemedicina, a PT-Inovação desenvolveu, em estreita colaboração com os profissionais de saúde e suas necessidades,  uma plataforma de teleconsulta e diagnóstico, a Medigraf. Esta plataforma é instalada nas unidade de saúde, permitindo uma comunicação entre as diversas unidades fácil e bastante funcional. Actualmente é usada nas especialidades de Cardiologia, Pediatria, Dermatologia e Genética, para teleconsulta (médico-utente, e médico-médico). Na figura abaixo indicam-se algumas das características de interesse da plataforma Medigraf.

 

Portugal Telecom Inovação S.A. Todos os direitos reservados.

Características técnicas

Plataforma Medigraf. SE e Terminal Medigraf. RL

Arquitectura de hardware / software Intel® x86 / Microsoft® Windows

Memória RAM 512 MB

Resolução gráfica de trabalho 1024x768 @ 85Hz

Capacidade armazenamento de massa 80GB

Tecnologia de rede TCP/IP

Norma de videoconferência ITU-T H.323

Codec de vídeo H.261 - CIF

Codec de áudio G722.8

Largura de banda de vídeo utilizada 384-1534 Kbps

Taxa de refrescamento de vídeo Até 30 fps

Dimensão da janela principal de vídeo Até 800x600

Formato de armazenamento de imagem JPEG

Transferência cifrada dos dados clínicos com certificados SSL

Interface de rede Ethernet 10/100 BaseT – ficha RJ45

Saída de áudio Standard para colunas – ficha estéreo mini

©2000-2004 Portugal

www.ptinovacao.pt

                                                                                             Fig. 1 - Plataforma Medigraf

 

Esta plataforma permite:

            - A transmissão de dados clínicos através de protocolos de comunicação IP (Internet Protocol), utilizando encriptação.

            - A comunicação áudio e vídeo por Videotelefonia (protocolo de comunicação H.323).

            - O funcionamento em modo síncrono (tempo real) e em modo assíncrono (store & forward);

            - O registo e arquivo dos dados da consulta (Ficha de Consulta), incluindo a identificação do paciente, a descrição do caso clínico e o respectivo relatório médico.

            -  A captura, importação e armazenamento das imagens do exame, associadas à Ficha de Consulta.

            - A partilha e transmissão, em tempo real, de imagem clínica proveniente de equipamentos auxiliares de diagnóstico, com saída de vídeo composto.

            -  O acesso e transmissão de imagem estática de elevada definição gráfica, proveniente de uma câmara fotográfica digital

            - A comunicação entre Plataformas, baseia-se em protocolos de rede IP (ponto-a-ponto), nomeadamente TCP, UDP e H.323. A interligação entre nós da rede poderá ser efectuada por soluções comercialmente disponíveis como a RDIS,

Frame Relay, circuitos de Nx64 Kbps, ATM ou a própria rede local.

 

            Após a exposição de vários casos de telemedicina aplicada em Portugal, torna-se compreensível que seja feita uma apresentação, agora de âmbito mais alargado, a nível europeu e mundial. 

            Ao longo dos últimos anos, várias tentativas têm sido feitas na Europa, no sentido de uniformizar o sistema de telemedicina (eHealth). A funcionar contra esta uniformização estão vários factores tais como :

-         diferenças culturais entre países

-         políticas nacionais de saúde díspares

-         diferentes capacidades tecnológicas de cada país

            Sobre o primeiro ponto, há a realçar o facto de dentro de alguns países europeus, questões como a segurança no processamento e armazenamento de dados clínicos, levantarem ainda algum celeuma. O desenvolvimento de melhores sistemas de protecção de dados clínicos, será o caminho a seguir pelas organizações que pretendam conquistar a possibilidade de servir uma futura rede europeia saúde.

            Há ainda a notar o facto de a “língua” oficial da europa, o Inglês, não estar ainda suficientemente implantada nalguns países europeus (como é o caso da Espanha), facto esse que traz alguns problemas de entendimento entre os sistemas de saúde de cada país.

            Associado ao grau de desenvolvimento económico/social dos vários países da CE, está uma capacidade tecnológica diferenciada para cada um destes. No entanto, pensa-se que este factor não será limitativo, já que para a prática da telemedicina as infraestruturas existentes, serão, numa primeira fase, suficientes. A comunicação via satélite é outra das formas encontradas pela CE para atenuar os “deficits” tecnológicos de cada país, e especula-se sobre a grande importância que aqueles virão a ter num futuro próximo na área da telemedicina.

            Um dos primeiros projectos (envolvendo uma rede europeia de cuidados médicos) lançados foi o “TeleCare”.             O projecto “TeleCare”, lançado pela March Networks Corporation e financiado pela ESA (European Space Agency), teve como objectivo inicial criar a possibilidade de transmissão de audio e vídeo por satélite, permitindo assim usar esse sinal para teleconsultas e telemonitorização de dados clínicos. A solução tinha de ser comercializável.

 

                                              

 

            Este projecto tem verificado grande adesão, pelo que tem sido expandido de forma a abranger áreas geográficas cada vez maiores e encontra-se disponível na Europa e no Canadá. Faz-se notar que este projecto é bastante recente (2002-2004) e demonstrativo do estado actual da telemedicina europeia. Existem, no entanto muitos outros projectos em execução tais como o “Euromed”,com objectivos idênticos ao projecto “Telecare”, isto é, com o intuito de uniformizar a implementação de uma sociedade de telemedicina.

            É previsível (segundo os especialistas), num futuro a médio prazo, a criação de um sistema europeu de saúde, suportado por uma rede europeia de telemedicina.