O trabalho que nos propusemos
realizar consiste numa breve exposição sobre comunicações móveis, nomeadamente
o seu presente e futuro.
A nível estrutural, uma
rede móvel é constituída por células. Explicaremos a noção de célula
como introdução às redes móveis, de modo a que certos conceitos, essenciais à compreensão
do funcionamento dos sistemas de comunicação móveis, sejam explicitados.
De seguida, abordaremos
três técnicas de acesso múltiplo (FDMA, TDMA e CDMA) que definem o
modo como um utilizador acede ao espectro de frequências rádio. A primeira
técnica a ser implementada em comunicações móveis foi o FDMA (Frequency
Division Multiple Access) que dividia o espectro rádio em vários
canais com uma determinada largura de banda e que, durante uma chamada,
tornava esses canais restritos a essa mesma chamada. Tendo como objectivo
aumentar a capacidade das redes móveis, implementou-se o TDMA (Time
Division Multiple Access), característico pelas suas timeslots.
Com esta técnica, um canal deixou de ser exclusivamente utilizado por
um utilizador durante todo o tempo em que uma chamada está em curso
e passou a ser possível transmitir várias chamadas pelo mesmo canal.
No CDMA (Code Division Multiple Access) o conceito de canal
deixa de fazer sentido, permitindo à rede obter uma capacidade muito
superior à obtida pelas técnicas anteriores.
Nos primórdios das redes
móveis (primeira geração), os sistemas que as implementavam eram totalmente
analógicos, modelando um sinal de voz em amplitude, o que implicaria
que fossem necessários sinais de elevada potência e fazendo com que
os telefones móveis se apresentassem bastante grandes e pesados. Esta
primeira geração utilizava o FDMA como técnica de acesso múltiplo,
como vai ser referido no respectivo capítulo deste trabalho.
Estes sistemas foram evoluindo,
levando ao aparecimento da segunda geração de redes móveis que, por
sua vez, já foi implementada tendo em conta o TDMA como técnica de
acesso múltiplo.
Actualmente a terceira
geração de redes móveis está a começar a substituir a anterior, sendo
que a técnica de acesso múltiplo que se utiliza para fornecer elevadas
taxas de transmissão de dados é o CDMA.
Neste trabalho também
serão referidos futuros desenvolvimentos que já estão a começar a ser
implementados e que permitirão aproximar a rede móvel da Internet,
tanto a nível de conteúdos como a nível de velocidade de transmissão
da informação.
Uma rede móvel é constituída
por um conjunto de células que cobrem uma determinada área geográfica.
O termo cellular provém da forma de um favo de mel, na qual,
cada área coberta está dividida. As células são estações de base que
transmitem sobre uma pequena área geográfica, representadas por um
hexágono. O tamanho de cada célula é variável dependendo da zona onde
esta está inserida. Devido às irregularidades do terreno a verdadeira
forma de uma célula não e um hexágono perfeito.
As células podem ser classificadas
a seguinte forma: macro, micro, pico e umbrellacells. Macrocélulas
são células onde a estação de base (antena) é instalada num mastro
ou edifício acima do nível dos telhados dessa zona, por sua vez, as
microcélulas são células cuja a altura da antena não ultrapassa o referido
nível dos telhados. Tipicamente estas células são usadas em zonas urbanas.
As picocélulas são pequenas células cujo diâmetro não ultrapassa os
doze metros e que são usadas dentro de edifícios. Por fim, as umbrellacells são
usadas para cobrir “zonas sombra” de pequenas células, isto é, preencher
falhas na cobertura dessas células. Estas células são tipicamente colocadas
no topo de edifícios altos.
Um cluster é um
conjunto de células e não existem canais reutilizados nos clusters.
Visto que apenas um pequeno número de canais de frequência rádio estarem
disponíveis para os clusters, os engenheiros foram forçados
a encontrar uma forma de reutilizar os canais de frequência para que
a rede suporte mais chamadas ao mesmo tempo. A solução adoptada pela
industria é designadas por frequency planing ou frequency
reuse Este método foi implementado reestruturando a arquitectura
do sistema de telefones móveis no conceito de célula. Às células são
atribuídos grupos de canais rádio, completamente distintos dos grupos
pertencentes a outras células vizinhas, isto é, dentro de um cluster,
todas as células têm canais de frequência diferentes. No entanto, em clusters diferentes,
duas células podem ter canais iguais.
Infelizmente, por razões
económicas, o conceito de criar sistemas com áreas muito pequenas torna-se
impraticável. Para ultrapassar este problema, os operadores de sistema
desenvolveram a ideia de cell splitting. Quando uma área de
serviço fica cheia de utilizadores, esta aproximação é usada para dividir
uma célula em células menores. Assim, os centros urbanos podem ser
divididos em muitas células de modo a fornecer serviços adequados em
regiões de muito tráfico (a capacidade da rede numa determinada área é proporcional
ao número de células nessa área). Para as zonas rurais não é necessário
que a rede apresente uma capacidade semelhante às zonas urbanas, logo
pode-se diminuir os custos recorrendo a uma só células mas com maior
capacidade e que cubra uma área maior.
O obstáculo final no desenvolvimento
de uma rede móvel envolve o problema da deslocação de utilizadores
entre células durante uma chamada. Como áreas adjacentes não usam a
mesma frequência rádio, a chamada tem que ser terminada ou transmitida
de um canal rádio para outro. Como terminar uma chamada é inaceitável,
foi criado o processo de handoff ou handover.
Um sistema móvel tem a
capacidade de servir dezenas de milhares de utilizadores numa área
metropolitana. É constituído por quatro grandes tipos de componentes
que juntos fornecem os serviços aos utilizadores: public switched
telephone network (PSTN), mobile telephone switiching office (MTSO), cell
site white antenna system e mobile subscriber unity (MSU).
Os sistemas móveis dividem uma determinada
região geográfica em células. Cada dispositivo móvel comunica com a
estação de base da célula onde se encontra. Assim, pretende-se que
um dado sistema consiga suportar o máximo de chamadas simultâneas recorrendo
a uma determinada banda de frequências.
Tendo em conta esta situação, desenvolveram-se
várias técnicas de acesso múltiplo das quais passamos a apresentar
o FDMA, TDMA e CDMA.
O FDMA é utilizado exclusivamente
em sistemas móveis analógicos (1G). Esta técnica divide o espectro
de frequência em vários canais com uma determinada largura de banda
(esta largura de banda varia conforme o sistema móvel). Ao ser estabelecida
uma chamada, o canal de frequência é reservado durante toda a sua duração.
A voz é modulada no canal e enviada para o receptor que recupera o
sinal por um filtro passa-banda. São utilizados sinais digitais de
controlo para adquirir o canal.
Os sistemas que utilizam
o FDMA como técnica de acesso múltiplo são pouco eficientes pois:
· cada
canal analógico é utilizado por um utilizador de cada vez,
· os
canais analógicos são maiores do que o necessário em compressão digital,
· existe
desperdício sempre que existe silêncio durante a chamada,
· os
sinais analógicos são bastante susceptíveis a ruído,
· dada
a natureza do sinal, telefones móveis analógicos utilizam elevada potência
(1 e 3 W) na transmissão, de forma a obter uma chamada de qualidade
aceitável.
Todos estes aspectos conduziram
a que o FDMA fosse substituído por técnicas digitais, nomeadamente
o TDMA.
Fig
1: FDMA
O TDMA permite que
vários utilizadores partilhem o mesmo canal, dividindo-o em timeslots.
Quando existem várias chamadas no mesmo canal, a transmissão destas é feita
ciclicamente entre si durante um determinado período de tempo (timeslots).
O sincronismo entre
a estação de base e o telefone móvel é alcançado através do envio
de comandos de offset de tempo pela estação de base. Apesar
do canal estar dividido em timeslots, estas não são totalmente
utilizadas pelo emissor, visto que algum espaço é reservado no início
e no fim de cada timeslot., Caso exista transmissão neste
espaço reservado, a rede ajusta o offset de tempo de forma
a centrar a transmissão na timeslot.
O sincronismo inicial
requer que toda a timeslot seja dedicada à tentativa de conexão à rede,
visto que não existe informação acerca do offset necessário.
Se o telefone móvel estiver perto da estação, o sincronismo será bem
sucedido, caso contrário, isto é, se se encontrar a uma distância
superior da estação de base em que a transmissão será recebida numa timeslot vizinha
devido ao tempo de propagação, a estação de base ignora a transmissão
e não é efectuado com o sincronismo nem pode ser estabelecida a chamada
propriamente dita.
Uma grande vantagem
do TDMA refere-se ao facto do telefone móvel apenas receber e transmitir
durante a sua timeslot e, durante o resto do tempo, puder
efectuar medições na rede, isto é, detectar transmissores na sua
vizinhança em diferentes frequências, o que facilita a troca de células
(frequency handover).
O
TDMA apresenta também algumas desvantagens como não permitir velocidades
de transmissão variável; não possuir um mecanismo de aproveitamento
quando existe silêncio durante a chamada, visto que durante a esta
a timeslot pertence ao utilizador; necessitar de um canal de
controlo para sincronização. O TDMA permite que telefones móveis transmitam
com uma potência de 0,6W.

Fig
1: TDMA
A técnica CDMA difere das técnicas FDMA
e TDMA por não utilizar um canal de comunicação. Cada chamada é codificada
digitalmente com um código único, que a torna distinta das restantes
chamadas a serem efectuadas no mesmo instante, sendo então enviada
por todo o espectro de frequência e não por um canal reservado, ao
contrário da FDMA e da TDMA.
Através de um cálculo de correlação e
do código com que a chamada foi codificada, pode-se extrair de todos
os sinais que estão a ser enviados pela rede o sinal de áudio digital
da chamada em questão. Do ponto de vista de uma só chamada, depois
de se ter extraído o sinal, tudo o resto que está a ser transmitido
na rede é considerado como ruído de baixo nível. Se dois códigos forem
ortogonais (idealmente), o nível de ruído será suficientemente reduzido
para que se consiga recuperar o sinal digital. Na realidade, cada sinal
não é transmitido utilizando o espectro todo mas apenas bandas de 1,25MHz.
Visto que o CDMA oferece maior capacidade
e taxas de transmissão variáveis, dependendo do congestionamento da
rede, muito utilizadores podem recorrer a um determinado espectro de
frequência e maior qualidade áudio pode ser oferecida.
Os sistemas que utilizam o CDMA como técnica
de acesso múltiplo têm a possibilidade de implementar mais facilmente
as células, na medida em que estas partilham as mesmas frequências
das células vizinhas. A desvantagem do CDMA é a sua complexidade para
decifrar e extrair mensagens dos sinais recebidos, especialmente se
existir múltiplos caminhos entre o telefone e a estação de base. Assim,
os telefones CDMA são duas vezes mais dispendiosos que os TDMA e o
custo dos equipamentos de uma estação de base CDMA é 3-4 vezes superior
ao custo de uma estação de base TDMA.

Fig
1: CDMA
Os sistemas móveis de
primeira geração caracterizam-se por serem sistemas analógicos que
utilizam o FDMA como técnica de acesso múltiplo. Estes apresentam algumas
diferenças entre si, dependendo do seu local de origem e da entidade
que os desenvolveu. De seguida apresentaremos alguns sistemas de primeira
geração:
O AMPS foi o primeiro
sistema analógico implementado nos Estados Unidos.
As bandas de frequências
que o AMPS utiliza são de 824MHz a 849MHz para comunicação do dispositivo
móvel para a estação de base (uplink) e de 869MHz a 894MHz para
comunicação da estação de base para o dispositivo móvel (downlink).
Existem dois tipos de canais no sistema AMPS: canais dedicados a controlo
da comunicação e canais de voz. Como cada operador móvel pode usar
metade das bandas de uplink e downlink, estando estas
divididas em canais com largura de banda de 30kHz, estão disponíveis
832 canais de voz. A rede difunde nos canais de controlo informação
de identificação de rede e informação sobre o modo dos telefones se
conectarem a esta. Apesar da taxa de transmissão dos canais de controlo
ser de 10kbps, como a mensagem é repetida 5 vezes, a taxa de transmissão
efectiva do canal é inferior a 2kbps. Isto permite que a rede difunda
a referida informação sobre si e sobre o modo de conecção 10 a 20 vezes
por segundo (esta procedimento da rede costuma ser designado por paging).
O sistema AMPS define
que os canais de uplink e downlink que conectam um telefone
móvel e uma estação de base estão separados por 45MHz e que os sinais
nos canais de controlo e de voz são transferidos a 10kbps.
O TACS é muito semelhante
ao sistema AMPS US EIA-553. As principais diferenças consistem na mudança
das frequências reservadas para os canais, larguras de banda dos canais
e taxas de transmissão de informação de controlo.
O sistema TACS foi implementado
com canais de largura de 25kHz, ao contrário do AMPS cujos canais apresentam
30kHz. Esta redução da largura de banda do canal diminuiu a velocidade
de transmissão dos dados.
As larguras de banda da
maioria dos sistemas TACS são de 890MHz a 915MHz para o uplink e
de 935MHz a 960MHz para o downlink. Inicialmente o TACS reservava
25MHz do espectro de frequência, apesar de 10MHz desses 25MHz terem
sido reservados para futuros sistemas pan-europeus no Reino Unido.
Os canais de uplink e de downlink para a mesma conecção
entre um telefone móvel e a estação de base separam-se por 45MHz.
Os canais de controlo
e de voz permitem taxas de transmissão de 8kbps.
O sistema NMT foi desenvolvido
pelos países nórdicos. Existem dois tipos de sistemas NMT: o sistema
de baixa capacidade NMT 450 e o sistema de alta capacidade NMT 900.
O NMT 450 utiliza uma
largura de banda reduzida (450MHz) e um elevado nível de poder de transmissão,
o que possibilita que as células cubram extensas áreas, enquanto que
o NMT 900 utiliza uma maior largura de banda (aproximadamente 900MHz)
e um nível de poder de transmissão mais fraco, o que aumenta a capacidade
do sistema (mais células a cobrir a mesma área). Os dois sistemas podem
coexistir, permitindo que se utilize o mesmo centro de reencaminhamento,
isto é, um operador que comece por fornecer o NMT 450 pode facilmente
actualizar o seu serviço para o NMT 900 quando assim for necessário.
Algumas operações do NMT
são bastante diferentes das dos outros sistemas móveis. Quando um telefone
NMT acede a um sistema móvel pode ou descobrir um canal não utilizado
e negociar de imediato o acesso directo a esse canal ou iniciar uma
conversação sem a assistência de um canal dedicado de controlo. Visto
que a busca de um canal de voz pode ser muito demorado, o NMT 900 permite
o uso de um canal de controlo, designado por calling chanel.
Este sistema também permite recepção descontínua, o que aumenta o tempo
de standby dos telefones móveis.
O NMT 450 utiliza dois
canais diferentes para o uplink e downlink e no total
180 canais (excepto na Finlândia que apenas possui 160 canais). A largura
de banda de cada canal é de 25kHz e o espaçamento em frequência entre
o canal de uplink e de downlink é de 10MHz.
A taxa de transmissão
dos canais de controlo e de voz do NMT é de 1200bps e, devido a esta
reduzida taxa e a um robusto sistema de detecção/correcção de erros,
não são necessárias repetições de mensagens.
O sistema NMT é único
ao incluir vários tipos de protecção anti-fraude. Os telefones móveis
NMT incluem um código de 3 dígitos que é enviado em conjunto com o
número de telefone ao sistema móvel durante o acesso à rede. Outra
protecção anti-fraude que o NMT pode apresentar é o SIS (Subscriber
Identify Security).
O NAMPS é um sistema analógico
de comunicações móveis que foi comercialmente introduzido pela Motorola
em finais de 1991. Este sistema é semelhante ao AMPS e o que o distingue é uma
largura de banda dos canais de 10kHz, um terço da largura dos canais
do sistema AMPS. Visto que podem ser atribuídos mais canais a cada
célula, o sistema NAMPS permite que mais utilizadores acedam em simultâneo à rede
móvel, sem que seja necessário adicionar mais células. Outra diferença
reside no facto do NAMPS transferir alguma informação de controlo a
frequências sub-audíveis para facilitar a transmissão simultânea de
voz e dados.
Em 1991, o primeiro standard NAMPS
denominado IS-88 desenvolveu-se a partir das especificações do AMPS
americano (EIA-553). O standard IS-88 identifica parâmetros
necessários para a projecção de receptores NAMPS, como por exemplo
a largura de banda dos canais, tipo de modulação e formato de mensagens.
O MCS-L1 foi o primeiro
sistema de comunicações móveis do Japão, tendo sido desenvolvido e
utilizado pela NTT. O sistema opera na banda dos 800MHz e largura dos
canais que utiliza é de 25kHz com taxas de transmissão de 300bps.
Visto que o sistema MCS-L1
apenas permite o acesso à rede a um número limitado de clientes, desenvolveu-se
o MCS-L2 que utiliza as mesmas bandas de frequência que o MCS-L1 e
canais com largura de 12,5kHz intercalados por 6,25kHz, permitindo
2400 canais. A taxa de transmissão do canal de controlo é de 2400bps
e a taxa dos canais de voz tanto pode ser de 2400bps como de 150bps.
O CNET é o sistema analógico
móvel utilizado na Alemanha, Portugal e África do Sul. O primeiro sistema
CNET foi implementado na Alemanha em 1985.
O CNET utiliza as bandas
de frequência de 461,3MHz a 467,74MHz para o downlink e de 451,3MHz
a 455,74MHz para o uplink. Os canais primários possuem 20kHz de largura
de banda e estão separados por 10kHz.
O sistema troca constantemente
informação entre o telefone móvel e a estação de base. A cada 12,5ms,
4 bits de informação são enviados durante períodos comprimidos de diálogo.
O sistema MATS-E é usado
na França e no Kuwait e combina muitas das características usadas em
diferentes sistemas móveis. O MATS-E utiliza as larguras de banda standard Europeias:
890-915MHZ e 935-960MHz e canais de 25kHz que permitem 1000 canais.
Para a mesma ligação entre um telefone móvel e uma estação de base,
os canais de uplink e de downlink estão separados por
45MHz. Cada célula apresenta pelo menos um canal de controlo com taxa
de transmissão de 2400bps. Os canais de voz utilizam modulação em frequência
(FM) com uma taxa de transmissão de 150bps.
GSM é o mais popular sistema standard para
telemóveis em todo o mundo. Os terminais GSM são utilizados por mais
de um bilião de pessoas em mais de 200 países.
O sistema GSM difere muito
dos seus antecessores pelo facto de tanto a sinalização como o canal
de voz ser digital, daí que este sistema seja visto como a segunda
geração de sistemas móveis.
Do ponto de vista do consumidor,
a grande vantagem deste sistema é o facto de este fornecer um lote
de novos serviços (em relação aos sistemas anteriores) a preços mais
baixos.
Por exemplo, as mensagens
de texto foram desenvolvidas para o GSM. Do ponto de vista dos operadores
de rede, a grande vantagem deste sistema é o facto do custo da infra-estrutura
ser bastante baixo, o que é causado pela livre concorrência. A principal
desvantagem deste sistema deve-se à utilização da tecnologia baseada
em TDMA por parte da rede rádio pois o TDMA é considerada menos avançada
que o seu concorrente, o CDMA.
O sistema GSM actual continua
compatível com os terminais GSM originais, mesmo que se tenha adicionado
o serviço de pacotes de dados à versão standard a partir da release’97.
A modulação utilizada é a Gaussian
Shift-Key Modulation modificada. Esta modulação permite um aumento
do tempo de vida das baterias, pois trata-se de uma codificação em
que se varia a frequência do sinal e não a sua amplitude. Assim,
os amplificadores funcionam com elevados níveis de potência, sem
distorção de dados. No entanto, cada utilizador consome maior largura
de banda, sendo necessário mais espectro rádio para o mesmo número
de utilizadores, ao contrário de outros tipos de modulação.
Como
foi anteriormente referido, o raio das células depende do tamanho e
ganho da antena, além das condições de propagação que podem variar
entre centenas de metros e várias dezenas de quilómetros. Neste sistema
móvel, baseado na técnica TDMA, uma timeslot (período de tempo
reservado a um utilizador) pode ser excedida quando as chamadas são
feitas a distâncias superiores a 35km.
O GSM também suporta cobertura
numa zona fechada. Esta pode ser construída usando divisores de potência
que entregam o sinal de uma antena situada numa zona exterior, para
um sistema de antena de distribuição situado numa zona interior. Quando
toda a capacidade de uma célula é necessária para a zona fechada, por
exemplo em centros comerciais, aeroportos, etc.., a cobertura da zona
fechada pode ser construída usando antenas apenas dentro do edifício.
Em áreas suburbanas a cobertura dentro dos edifícios é normalmente
fornecida pela penetração nos edifícios dos sinais rádio, e não por
um sistema de antena situado no exterior.

Fig
1: Estrutura da rede GSM
A rede que sustenta o
sistema GSM está dividida em várias secções:
· o
subsistema da estação base (e os seus controladores);
· o
subsistema de comutação e de rede (parte do sistema mais semelhante à rede
fixa);
· o
núcleo da rede GPRS (a parte opcional que permite pacotes baseados
em ligações de Internet);
· os
vários elementos no subsistema combinado que produzem muitos serviços
GSM que estão disponíveis para os clientes, tal como chamadas de
voz, SMS, etc..
O subsistema da estação
base (BSS) é a secção da rede GSM responsável por transmitir e receber
os sinais rádio do telefone móvel. Este é responsável pela descodificação
dos canais de voz, reservando canais rádio para telefones móveis. Também
difunde mensagens pela rede, de forma a contactar um sistema remoto
de rádio, e providencia muitas outras tarefas relacionadas com a rede
rádio.
A estação de transmissão base (BTS) é o transmissor
e receptor de sinais rádio. Tipicamente uma BTS tem vários transmissores
(TRXs), excepto para picocélulas onde apenas um transmissor é necessário.
Vários transmissores permitem servir várias frequências ou várias células,
no caso de uma BTS sectorizada.
Ao serem utilizadas antenas
direccionais na BTS, cada uma com direcções distintas, é possível sectorizar
a estação base de modo a que várias células sejam servidas pela mesma
BTS. Isto aumenta a capacidade de tráfego da estação base (cada frequência
pode transportar 8 canais de voz) não aumentado a interferência causada
por células vizinhas (numa dada direcção, apenas um pequeno numero
de frequências é difundido).
A estação de controlo
base (BSC) é responsável, como o nome indica, pelo controlo das estações
de transmissão de base. Tipicamente, uma BSC tem sob o seu controlo
entre 10 e 100 BTS. A BSC controla a reserva de canais rádio, recebe
medidas dos telemóveis e controla a transferência entre células (handover)
de uma BTS para outra BTS (excepto no caso de uma transferência inter-MSC em
que o controlo é feito por parte de um Anchor MSC).
A unidade de controlo de
pacotes (PCU) é a última adição ao GSM standard. Esta faz tarefas
equivalentes as tarefas da BSC, mas para pacotes de dados. A reserva
de canais para voz ou dados é controlada pela estação de base, mas
tendo sido aquele canal reservado para a PCU, esta tem controlo absoluto
sobre o canal. A PCU pode ser implementada na estação base ou na BSC.
O sistema GSM utiliza
o SIM (Subscriber Identity Module), mais conhecido por SIM
Card. O SIM é um smartcard que contém a informação sobre
o contrato do cliente e a sua lista telefónica. Isto permite ao utilizador
guardar a sua informação quando muda de telefone móvel. O utilizador
pode também mudar de operadora apenas trocando de SIM. Algumas operadoras
bloqueiam os telemóveis permitindo apenas que um telefone use um único
SIM.
O GSM é considerado um sistema com um nível
de segurança moderado. Este sistema está programado para autenticar
o cliente usando uma criptografia secreta e partilhada. Desta forma,
as comunicações entre a estação de base e o cliente podem ser encriptadas.
São utilizados vários algoritmos de criptografia, nomeadamente o A5/1
e A5/2 que são utilizados para assegurar segurança durante a transmissão
de voz via rádio.
O GPRS é uma tecnologia móvel também descrita por 2.5G. Esta
tecnologia permite aumentar as velocidades de transmissão nas redes
GSM, utilizando canais TDMA não utilizados. O GPRS está introduzido
no standard GSM desde a release’ 97.
O GPRS não funciona através de comutação de circuitos, como
acontece no GSM, onde uma ligação de dados estabelece um circuito
de comunicação, reservando toda a largura de banda durante a sessão.
Funciona antes por comutação de pacotes, possibilitando assim que
vários utilizadores partilhem o mesmo canal de transmissão, apenas
transmitindo dados quando necessitam. Assim disponibiliza-se toda
a largura de banda aos utilizadores que enviam dados num determinado
instante. A utilização de aplicações que requerem o envio e a recepção
de dados esporadicamente como navegação na Internet, e-mail e instant
messaging é beneficiada pela partilha de largura de banda utilizada
no GPRS.
Como tal, a facturação do GPRS é feita por kbyte, e não por
segundo como nas ligações por circuitos comutados, visto que quando
um determinado utilizador não envia nem recebe dados, este não utiliza
nenhuma largura de banda.
Existem várias classes de GPRS:
- GPRS
classe 10, também conhecido como 4+2, permite a utilização máxima
de 4 slots para download e 2 para upload, não
sendo permitido a utilização de mais de 5 slots em simultâneo.
Esta classe é indicada para aplicações em que os dados circulam em
ambos os sentidos como é o caso do instant messaging.
- GPRS
classe 8, também conhecido como 4+1, significa que podem ser utilizados
no máximo 4 slots para download e 1 slot para upload.
Esta classe é indicada para aplicações de download intenso
como é o caso de navegação na Internet.
- Existem
outras classes como o GPRS classe 6 (3+2) e GPRS classe 4 (3+1) utilizados
por aparelhos antigos.
- É possível
encontrar aparelhos 4+4, embora estes sejam raros, permitindo apenas
5 slots simultâneos, sendo estes apenas de uso industrial,
pois mais de 2 slots de upload é considerado um impedimento
de largura de banda para os utilizadores nas proximidades.
GPRS é uma ligação designada por always on, pois não é necessário
estabelecimento de uma ligação por dial-up.
Comutação de pacotes por GPRS é conseguida utilizando largura
de banda não utilizada pela célula, para transmitir dados. Ao serem
reservados canais tanto para transferência de voz como para transferência
de dados, em células congestionadas a largura de banda disponível
para comutação de pacotes diminui e, consequentemente, a velocidade
de transmissão dos pacotes é drasticamente reduzida. A velocidade
de transmissão máxima para comutação de pacotes é de 171,2kbps, sendo
este valor puramente teórico. Na realidade atingem-se velocidades
na ordem dos 30-70kbps. As velocidades mais elevadas são atingidas
utilizando mais de uma timeslot numa trama TDMA, contudo quanto
maior a velocidade, menor será a capacidade de correcção de erros.
Geralmente, a velocidade de transmissão diminui logaritmicamente
com a distância da estação base, sendo este problema apenas relevante
em zonas rurais. A velocidade de transmissão depende também da codificação
de canal utilizada. A melhor codificação, CS-4, é utilizada perto
da estação base, enquanto que a pior codificação, CS-1, é utilizada
longe da estação base. Utilizando a codificação CS-4 é possível obter
velocidades de 21,4kbps por slot. Contudo, com esta codificação,
a célula perde área de cobertura, permitindo apenas 25% da cobertura
normal. Utilizando-se CS-1 obtém-se uma velocidade de 9,05kbps por slot atingindo-se
uma área de cobertura de 98% da cobertura normal da célula.
Cada aparelho GPRS pode possuir um ou mais endereços IP (Internet
Protocol). Durante um handover (troca de célula) o GPRS é responsável
por guardar e reenviar os pacotes para o terminal. Visto que o
protocolo TCP não permite a distinção entre pausas durante
o handover e pausas de congestionamento na rede, este não é indicado
para GPRS (ou qualquer serviço rádio baseado em tráfego IP), pois
o protocolo TCP reduz desnecessariamente a velocidade.
A seguinte tabela que
contém os principais acontecimentos cronológicos na introdução do GPRS:
Tab
1: Evolução cronológica do GPRS
EDGE é uma tecnologia
digital para telefones móveis que permite às redes GSM suportar e oferecer
serviços idênticos à 3G. A tecnologia EDGE foi desenvolvida para permitir
a transmissão de uma elevada quantidade de dados a altas taxas de transmissão
(384kbps). Esta tecnologia utiliza conceitos da tecnologia TDMA no
que se refere à estrutura dos canais lógicos e largura de banda de
200kHz, como nas redes GSM actuais. Desta forma, a EDGE permite a coexistência
das redes actuais e da 3G, dentro do mesmo espectro de frequência.
A tecnologia EDGE possui uma nova técnica de modulação, que em conjunto
com melhorias no protocolo de rádio, permitem aos operadores usar os
espectros de frequência existente (800 MHz, 900 MHz, 1800MHz e 1900MHz).
Em vez de utilizar GMSK (Gaussian
Minimum-Shift Keying) a tecnologia EDGE usa a tecnologia 8PSK (8
Phase Shift Keying) produzindo palavras de 3 bits para todas
as alterações de fase. Isto triplica a taxa de dados oferecida pela
tecnologia GSM. Tal como o GPRS, a tecnologia EDGE usa uma taxa de
adaptação algorítimica que adapta o MCS (modulation and coding
scheme) usada na qualidade do canal de rádio, adaptando também
a taxa de bit e a robustez da transmissão de dados.

Fig
1: Modulação GMSK e 8 PSK
Foi introduzida uma nova
tecnologia, Incremental Redundancy, que não existe no GPRS,
que em vez de retransmitir pacotes com erros, envia mais informação
redundante para ser combinada com o receptor. Desta forma, a probabilidade
de obter uma descodificação correcta aumenta.
O EDGE começou por ser
introduzido em redes GSM na América do Norte em 2003, generalizando-se
depois pelo resto do mundo. Actualmente a tecnologia EDGE é fortemente
apoiada por operadores GSM nos Estados Unidos, pois existe um sistema
concorrente neste país, o CDMA2000. A maioria dos outros operadores
GSM vê o UMTS como o último processo evolutivo que pode ser combinado
com EDGE. No entanto, o alto custo e a sua demorada implementação,
fez com que vários operadores GSM europeus reavaliassem a tecnologia
EDGE como um processo de transição.
A tecnologia EDGE faculta
a tecnologia EGPRS (Enhanced GPRS) que pode ser utilizada
em qualquer aplicação de pacotes comutados, como por exemplo o acesso à Internet.
A terceira geração de telemóveis, normalmente designada por
3G, será uma geração revolucionária, permitindo acesso a conteúdos
multimédia e rápido acesso à Internet.
O ITU (International Telecomunication Union) foi responsável
pela definição das especificações da terceira geração de redes móveis
tendo sido criado o standard IMT-2000.
Originalmente, a 3G deveria ser um único standard mundial
mas, na realidade, este foi dividido em três sistemas:
- UMTS
(W-CDMA)
- O
UMTS é a solução criada pela organização 3GPP, sendo o sistema
que será adoptado pelos países Europeus. Este sistema será o mais
abordado neste trabalho;
- FOMA,
considerado o primeiro sistema 3G operacional, foi lançado em 2001
no Japão pela NTT DoCoMo. Apesar de ser baseado no W-CDMA, não é totalmente
compatível com o UMTS, apesar de já existirem especificações para
que tal aconteça;
- CDMA2000
- Trata-se
de outro standard 3G com grande aceitação nas Américas,
Japão e Coreia, em zonas não cobertas pela rede GSM. O CDMA2000 é gerido
pela 3GPP2 que é uma organização totalmente independente da 3GPP;
- TD-SDMA
- Trata-se
do standard menos conhecido, estando a ser desenvolvido
pela China, através da Datang e da Siemens, sendo previsto o seu
lançamento no ano de 2005.
O UMTS é o sistema sucessor ao GSM para a terceira geração
de telefones móveis. Este sistema foi standardizado pela 3GPP,
sendo a resposta Europeia ao IMT-2000. O sistema UMTS irá evoluir
por etapas, designadas releases:
- release ’99:
- 64kbps em
tecnologia de circuitos comutados
- 384kbps
em tecnologia de pacotes comutados
- Serviços
de Localização
- Serviço
de chamadas: compatível com GSM e USIM
- release
4:
- Tecnologia
EDGE
- Mensagens
Multimédia
- Níveis
MeXe
- Melhoramento
dos serviços de localização
- release
5:
- IP Multimedia
Subsystem (IMS)
- HSPDA
- IPv
6, IP UTRAN
- Melhoramentos
em Geran, Mexe, etc.
- release
6:
- Integração
com WLAN
- Broadcast
Multimedia
- Melhoramentos
no IMS
Ao contrário do que acontece no sistema GSM, o sistema UMTS
possui uma arquitectura por camadas, tal como acontece na Internet.
A camada superior é a camada de serviços, permitindo ao utilizador
aceder aos serviços disponibilizados. A camada intermédia é designada
por camada de controlo que permite o controlo da evolução da estrutura
da rede, designadamente os procedimentos, e de uma utilização dinâmica
da sua capacidade. A camada inferior designa-se por camada de ligação,
sendo responsável pela transmissão de voz e dados por ATM/AAL2 ou
IP/RTP.
O sistema UMTS tem como base a interface de rádio W-CDMA
e as infra-estruturas GSM. Este sistema suporta velocidades de transmissão
até 1920kbps, sendo esperado em zonas urbanas 384kbps. O UMTS permitirá assim
um acesso rápido à Internet e a conteúdos multimédia, possibilitando
a realização de vídeo-chamadas.
O núcleo do sistema UMTS é o MAP (Mobile Application
Part) do GSM, responsável pelos protocolos de encaminhamento
de chamadas e, também, pelos codecs de áudio AMR e EFR.
O W-CMDA é frequentemente utilizado como termo para identificar
os vários standards 3G que o utilizam, sendo os casos do UMTS,
FOMA e J-Phone.
O UMTS utiliza 2 canais de 5 MHz, um na frequência de
1900 MHz para uplink e outro na frequência de 2100 MHz para downlink,
enquanto que o CDMA2000 utiliza apenas canais de 1,25 MHz, requerendo
assim menor largura de banda.
A nível de frequências o UMTS é incompatível com o GSM. Neste
momento todos os terminais disponíveis de 3G são híbridos UMTS/GSM,
podendo assim trabalhar com as duas redes. O terminal detecta em
que tipo de rede se encontra e automaticamente selecciona a indicada.
Devido a esta incompatibilidade torna-se dispendioso para as operadoras
a migração completa de GSM para UMTS, pois terão de comprar novas
licenças para utilização do espectro rádio.
O HSPDA é considerado
o futuro do UMTS, sendo também normalmente designado por 3.5G. É um
sistema baseado em comutação de pacotes utilizando W-CDMA, conseguindo
velocidades de transmissão na ordem dos 8-10Mbps e podendo atingir
os 20Mbps em sistemas MIMO. HSPDA irá implementar as seguintes
tecnologias:
· AMC
(Adaptative Modulation and Coding)
· MIMO
(Multiple-Input Multiple-Output)
· HARQ
(Hybrid Automatic Request)
· procura
rápida de célula
· implementação
de recepção avançada
Segundo os standards 3GPP (3G
Partnership Project), as especificações da release 5 indicam
a implementação do HSPDA que apresentará ligações de 10Mbps, permitindo
serviços multimédia baseados em comutação de pacotes. Os sistemas
MIMO serão implementados segundo a release 6. O sistema HSPDA é retro
compatível com os sistemas WCDMA release ’99.
O IMS oferece aos operadores a oportunidade de construir
uma infra-estrutura que permite um serviço IP que irá facilitar o
download de conteúdos multimédia e de aplicações de Internet.
Os standards recomendam a adopção do SIP (Session
Initiation Protocol) como o protocolo de controlo do serviço,
possibilitando aos operadores fornecer várias aplicações simultaneamente
por múltiplos tipos de acesso, como o GPRS ou UMTS. O IMS vai assim
acelerar a adopção do protocolo IP em dispositivos portáteis sem
fios (handsets), permitindo aos utilizadores comunicar por
voz, vídeo, texto e através de uma sessão cliente num dispositivo
portátil.
Uma das primeiras aplicações a ser lançada para este serviço
foi o Push-To-Talk over Cellular (PoC). No futuro próximo
também serão disponibilizadas aplicações de instant messaging e
de voice and video over IP.
A 4G será a próxima geração
a aparecer comercialmente no mercado num futuro a médio prazo.
Esta geração, ainda não
totalmente especificada, terá como objectivos permitir um acesso de
elevada velocidade, semelhante a uma rede local (10Mbps e 100Mbps),
e permitir também maior mobilidade a nível mundial. Será também a primeira
a incorporar tecnologia wireless LAN, como o Wi-Fi e
outros sucessores da geração actual (3G).
O conceito de pervasive
networks estará presente nesta geração. Este conceito admite
que um utilizador esteja ligado simultaneamente a várias redes de
diferentes tecnologias, permitindo a comutação instantânea entre
estas, e utilizando as vantagens de cada tecnologia para obter vários
tipos de conteúdos de forma mais eficiente.
Dentro deste conceito
inovador encontra-se a tecnologia smart-radio que permite uma
gestão mais eficiente do espectro de frequência utilizado e da potência
de transmissão necessária, assim como a utilização de protocolos de mesh
routing.
A 4G será baseada totalmente
no sistema de comutação de pacotes, não implementando a tecnologia
de comutação de circuitos. Desta forma, os sistemas de rede serão totalmente
digitais.
Serão implementadas também
políticas de segurança de rede mais rígidas e fiáveis.
A seguinte tabela, mostra
as diferenças entre a 3G e a 4G:

Tab
1: Comparação entre 3G e a 4G
A gestão de mobilidade é extremamente
importante na 4G, pois será necessário que exista roaming entre
vários segmentos de rede. A camada de transporte não permite a co-existência
de várias tecnologias de rede a este nível, enquanto que a camada de
rede permite o suporte para mobilidade entre redes com diferentes camadas
de transporte.
O IP Móvel é uma solução
simples e global de forma a implementar a desejada mobilidade. Contudo,
este não apresenta suporte para gestão em tempo real de localização
e mecanismo rápidos e infalíveis de handoff. Para tal será desenvolvida
de uma nova arquitectura de rede com algoritmos inteligentes de optimização
de routing.
Durante o handoff é possível
existir perdas de dados e atrasos de transmissão. Para aplicações multimédia
em tempo real e protocolos de transporte, estas perdas de dados apresentam
um risco inaceitável, fazendo com que sejam implementados protocolos
de sinalização mais eficientes e protocolos de handoff com padrões
de mobilidade e geo-localização para maior eficiência.
O
DVB-H é o último desenvolvimento do DVB Project que pretende
levar a televisão digital a aparelhos móveis de pequena dimensão como
telemóveis e PDAs. Baseado na grande capacidade móvel do DVB-T, o DVB-H
oferece elevada velocidade de transmissão e fiabilidade.
O DVB-T (Digital
Video Broadcast Terrestrial), lançado em 1997, não foi desenhado
para as telecomunicações móveis contudo, após alguma experimentação,
foram lançados na Alemanha e em Singapura propostas comerciais tendo
em vista este sector. No entanto, o DVB-T requer um elevado consumo
de energia, o que é um grave problema para dispositivos móveis. Assim,
tendo em conta esta desvantagem, criou-se o DVB-H.
Um requisito
essencial do DVB-H é a capacidade de receber a uma taxa de transmissão
de 15Mbps, num canal de 8 MHz, numa rede de frequência única (SFN - Single
Frequency Network). Ao contrário do DVB-T, o DVB-H utiliza time
slicing em vez de transmissão de dados contínua e permite a recepção
de “rajadas” de dados num intervalo de tempo, denominado por IP
datacast carousel. Assim, um receptor pode estar grande parte do
tempo inactivo, sendo desligado por um sinal de controlo, o que resulta
numa poupança de energia igual ou superior a 90%.
Adicionando aos modos
existentes (2K e 8K) o modo 4K com 3409 portadoras,
o DVB-H consegue obter um compromisso entre as elevadas taxas de transmissão
do 2K e elevada área de cobertura do 8K.
MPE-FEC é um esquema opcional
que permite a correcção de erros a nível de multiplexagem, permitindo
que as transmissões DVB-H sejam mais robustas. Este esquema é extremamente
vantajoso em ambientes congestionados e para fracos sistemas de antenas
em equipamentos móveis.
Como
o DVB-T, o DVB-H pode usar canais de 6, 7 e 8 MHz. No entanto, uma
opção de 5MHz é também especificada para ser usada em zonas onde não é feito broadcast.
Um operador móvel pode transmitir o DVB-H e o DVB-T, utilizando a mesma
multiplexagem.
O DVB-H
e o 3G Broadcast são uma excelente forma de chegar a vários
utilizadores através de um único serviço. O DVB-H oferece mobilidade
e também um baixo consumo de energia, possibilitando serviços multimédia
bidireccionais simétricos e assimétricos a terminais de funcionamento
a bateria, o que constitui um importante complemento às redes 3G.
Neste
momento estão a ser realizados testes na Alemanha, Finlândia e Estados
Unidos e o DVB-H deverá ser uma realidade comercial no princípio de
2005.

Fig
1:Nokia 7700 terminal GPRS compatível com DVB-H
A primeira
geração deu comercialmente início às comunicações móveis. Tratou-se
de uma geração analógica implementa sobre FDMA. Devido à modulação
do sinal em amplitude (GSKM), os terminais emitiam sinais de elevada
potência, tornando os telefones móveis dessa geração pesados e volumosos.
A comunicações era apenas possível ser de voz, não existindo qualquer
outro tipo de transferências de dados. O número de chamadas possíveis
dentro de uma célula era muito limitado pela largura de banda disponível
e pelo número de canais que não estariam a ser utilizados para realizar
chamadas.
A segunda geração
implementou a era digital nas comunicações móveis. Assente no TDMA
e no CDMA, permitia um melhor aproveitamento do espectro de frequências.
Novos serviços foram introduzidos, sendo possível a transferência de
dados. O mesmo canal de frequência era partilhado por vários utilizadores
através do TDMA, atribuindo uma timeslot a cada utilizador.
O CDMA, técnica concorrente, permitia que todos os utilizadores partilhassem
todo o espectro de frequência, utilizando um código único para codificar
a informação que seria descodificada mais tarde na estação de base.
O GPRS veio
introduzir nas comunicações móveis a tecnologia de pacotes comutados.
Foi assim possível aumentar a velocidade de transferência de dados
para 30-70kbps. Esta tecnologia trata-se de uma ligação always on,
permitindo que vários utilizadores partilhem um canal de transmissão,
utilizando-o apenas quando necessitam de transmitir dados. Os utilizadores
que não estão a transferir dados libertam a sua largura de banda para
os utilizadores que dela necessitam nesse momento.
A terceira
geração permite o acesso a alta velocidade a conteúdos multimédia,
revolucionando as comunicações móveis actuais. Atingindo valores de
transferência de 384kbps, é possível um acesso de alta velocidade à Internet,
novos serviços como a vídeo-chamada e acesso a conteúdos multimédia
em tempo real. O UMTS é um sistema 3G regulamentado pela organização
3GPP, desenvolvido sobre o W-CDMA, uma evolução do CDMA e que é mais
do que uma tecnologia de múltiplo acesso, trata-se de um conjunto de
protocolos que define todo o sistema UMTS. O UMTS trabalha nas novas
frequências de 1900 MHz (downlink) e 2100 MHz (uplink),
não sendo assim compatível com o GSM.
O UMTS será desenvolvido
segundo etapas, designadas por releases. A release 6
irá implementar o HSPDA, que será considerada a 3.5G. Serão atingidas
velocidade de transmissão de 10Mbps, sendo mais tarde atingido os 20Mbps.
A quarta geração
irá introduzir uma nova forma de sistemas de comunicações, uma nova
rede que designaremos por pervasive network que terá como base
várias tecnologias e que permitirá a permutação entre estas. Este conceito
irá possibilitar atingir velocidade de transferência de 100Mbps e uma
mobilidade nunca antes conseguida. Será um sistema global, numa rede
totalmente digital, utilizando unicamente comutação de pacotes, aproximando
a Internet das redes móveis como nunca havia sido possível.
Livro: [1] Harte, Lawrence & Bowler, David (2004). Introduction To Mobile Telephone Systems:
1G, 2G, 2.5G, and 3G Wireless Technologies and Services. ALTHOS
Páginas Web consultadas:
http://www.dvb.org/
http://www.3gnewsroom.com/
http://www.the3gportal.com/
http://www.bit.pt/imprimir/capa/bit31.htm
http://www.ericsson.com/
http://www.cellular.co.za/
http://www.alunos.uevora.pt/~l10454/3g.htm
http://www.gsmworld.com/
http://www.qualcomm.com/
http://www.umts-forum.org
http://www.umtsworld.com/
http://cellphones.about.com/
http://www.cdg.org/
http://www.3gpp.org/
http://www.nokia.com
http://www.privateline.comhttp://www.iec.org/