3. Rádio analógica – pequena descrição dos modos AM e FM

 

A difusão de rádio analógica conta com várias formas de modulação do sinal analógico a transmitir. Das varias formas que existem, duas tornaram-se mais populares sendo estas a modulação em amplitude (AM do inglês amplitude modulation) e a modulação em frequência (FM do inglês frequence modulation).

 

3.1 Modulação AM

 

A modulação em amplitude consiste em usar um sinal portador modulado pela amplitude do sinal a transmitir, tendo o portador uma frequência bastante superior à do sinal a transmitir, como é ilustrado na Fig. 3.1.

 

 

Fig. 3.1 – Esquema de modulação em amplitude.

 

A modulação em amplitude, tipicamente, produz um sinal modulado que tem duas vezes a largura de banda do sinal modulante. Vários difusores usam este tipo de modulação numa rede de difusão terrestre, na banda HF, como meio principal de emissão rádio para grandes zonas de cobertura. Estas transmissões são afectadas por variações de propagação diárias e sazonais que causam perda de qualidade ou mesmo perda total de sinal.

 

3.2 Modulação FM

 

A modulação em frequência consiste em modular a frequência do sinal portador em função da amplitude do sinal a transmitir, como se ilustra na Fig. 3.2.

A modulação em frequência foi ficando mais popular apresentando algumas vantagens sobre a modulação em amplitude tais como melhor qualidade na relação sinal ruído, menor interferência geográfica entre estações vizinhas, menos potência para radiar o mesmo sinal e áreas de serviço mais bem definidas por potência de transmissão. Tendo sido introduzido com a intenção de servir uma população de receptores estáticos alimentados por uma antena de ganho e directividade modestos [2]. Esta antena estaria situada dez metros acima do nível do solo. Mais tarde desenvolvimentos na área da electrónica tornaram os dispositivos de recepção FM mais baratos e portáteis, esta nova liberdade traz óbvios problemas de recepção.

 

Fig. 3.2 – Esquema de modulação em FM

 

Sendo a antena omnidireccional e estando, geralmente, a baixa altura, não pode rejeitar sinais reflectidos e nem sempre estaria em condições de apanhar um sinal forte o que levaria a uma baixa qualidade áudio. Sendo a recepção rádio, nos dias de hoje, maioritariamente feita nestes aparelhos tipo portátil estes problemas surgem com uma indesejável frequência. Dentro de um edifício a atenuação e a reflexão devido às suas paredes, especialmente se estas forem de betão armado, tornam a qualidade de recepção muito variável. Em situação idêntica, um receptor móvel está sujeito a fenómenos como o efeito de sombra, proporcionado pelo bloqueio ou “filtragem” do sinal por parte de edifícios altos ou colinas que atenuam o sinal e mentem sobre a direcção do emissor, e por ecos passivos, efeito causado pelo atraso por multicaminho criado pela reflexão do sinal em edifícios altos ou colinas, sendo este cenário móvel a qualidade da recepção é mais uma vez muito variável. A Fig. 3.3 traduz estes fenómenos.

 

                           

Fig. 3.3 – Fenómenos de interferência por multicaminho