3. Codificadores

A passagem de analógico para digital é feita por codificadores e o processo inverso por descodificadores. Existem três grandes tipos de codificadores, os codificadores de forma de onda, os de fonte e os híbridos. Os híbridos tentam atingir um meio termo entre os codificadores de fonte e de forma de onda.

3.1. Forma de Onda

Os codificadores de forma de onda são codificadores que foram feitos para trabalhar para qualquer sinal independentemente da forma de como ele foi gerado, e para, no final reproduzir uma forma de onda o mais próximo possível da forma de onda inicial. Em geral os codificadores de forma de onda são muito simples. Este tipo de codificador produz voz de boa qualidade a ritmos iguais ou superiores a 16 kbit/s. Se a voz for codificada a baixo deste valor, a qualidade do sinal reconstruído no descodificador degrada-se rapidamente.

Existem dois tipos de codificadores de forma de onda, o Pulse Code Modulation (PCM) e o Adaptive Differential PCM (ADPCM).

O PCM é relativamente simples, visto que consiste apenas em amostrar e quantificar um sinal. Considerando que em geral a voz tem uma largura de banda de 4kHz e é amostrada a 8kHz, seguindo o Teorema da amostragem de Nyquist, em geral a 8 bits por amostra logo tendo um ritmo binário de 64kbit/s. Estes ritmos binários podem ser reduzidos usando quantificações não uniformes como a Lei A ou Lei m.

Outra técnica usada para reduzir os ritmos binários é usando a predição do valor que vem imediatamente a seguir. Esta predição baseia-se no tema falado anteriormente de como a voz é criada e ao facto da forma do tracto vocal não se alterar muito. O ADPCM baseia-se então na quantificação da diferença entre o sinal original e previsto [6].

3.2. Fonte

Os codificadores de fonte (Figura 4) exploram a fonte da produção da voz. Explorando ao máximo as características já mencionadas da voz, tentam criar um sinal digital usando um modelo de como a voz foi gerada, e extraindo do sinal a ser codificado apenas os parâmetros desse modelo. Ao enviar apenas os parâmetros relevantes ao modelo necessita-se de menos largura de banda. A este tipo de codificadores denominam-se por vocoders.

 

 

GSM

Figura 4 – Estrutura de um codificador de Fonte.

 

 

Existem várias variações de codificadores de fonte como Linear Predictive Coding (LPC), Code-Excited Linear Predictive (CELP)e Multipulse, Multilevel Quantization (MP-MLQ).

Estes codificadores afectam a qualidade do sinal reconstruído à saída, e no caso de ser  muito comprimido pode até fazer a voz parecer muito “robotizada”. Outro problema deste tipo de codificação é que devido à complexidade pode sofrer de algum delay[7].

3.3. Híbridos

Se os codificadores de forma de onda conseguem boa qualidade de voz a partir de ritmos de 16 kbit/s, os codificadores de fonte conseguem voz perceptível, mas não natural, com ritmos de 2.4 kbit/s , os híbridos vão tentar encontrar um meio termo para preencher o vazio deixado pelos outros dois tipos de codificadores.

Existem vários tipos de codificadores híbridos, mas o mais utilizado é o Analysis-by-Synthesis (AbS)– Figura 5 - que por sua vez usa o mesmo filtro modelo do tracto vocal usado nos codificadores LPC. Estes codificadores não são tão simples como os de fonte de apenas dois estados (Voice/Unvoiced), pois tentam ter o sinal reconstruído o mais parecido possível com o sinal original.

 O primeiro codificador deste tipo era conhecido por Multi-Pulse Excited (MPE) codec e mais tarde apareceram os  Regular-Pulse Excited (RPE)e o Code-Excited Linear Predictive (CELP)[8].

 

 

Codificado ABS

Figura 5 – Estrutura de um codificador AbS.

 

 

 

 

 

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