Contexto e objectivos

DVB-SH (Satellite to Handheld) [3,4] é o nome do sistema de transmissão broadcast, via satélite para receptores de bolso. O factor chave do DVB-SH é o seu sistema híbrido satélite/terrestre que permite o uso do satélite para cobrir largas regiões para uma variedade de terminais cujas antenas são compactas e com uma directividade limitada. Este sistema foi planeado para usar frequências inferiores a 3 GHz, tipicamente frequências S-Band à volta de 2.2 GHz, sendo adjacentes às frequências terrestres do domínio 3G. Este standard foi publicado em Fevereiro de 2007 pelo DVB Project.
Um dos principais objectivos do sistema DVB-SH é a apresentação de serviços multimédia sobre a camada IP. Estes serviços estão sempre disponíveis ao cliente quer este esteja a caminhar pela rua, quer este esteja a viajar dentro dum automóvel.

Arquitectura

alcance de transmissão via satélite depende de vários factores, entre eles, o tipo de zona a ser coberta. Para situações em que a recepção via satélite é comprometida (e.g. espaços fechados), são usados repetidores terrestres de forma a garantir uma aceitável recepção de sinal. Portanto, um típico sistema DVB-SH é baseado numa arquitectura que combina um componente de satélite (SC) e, quando necessário, um componente terrestre de complementação (CGC). Os repetidores usados na CGC podem ser de três tipos, nomeadamente transmissores terrestres, Gap-fillers pessoais e transmissores móveis.
Os transmissores terrestres complementam a recepção da transmissão via satélite em áreas de difícil recepção como são as áreas mais urbanas. Neste tipo de repetidores é possível a optimização da forma de onda do sinal tal como um reajustamento da frequência de rádio. Os Gap-fillers pessoais permitem a retransmissão do sinal e são aplicados principalmente em locais fechados. Ao contrário dos transmissores terrestres, os Gap-fillers não permitem qualquer optimização à forma de onda. Por fim, os transmissores móveis são aplicados em infra-estruturas dinâmicas onde não há garantia de continuidade de recepção do sinal via satélite ou terrestre. Este tipo de repetidores é normalmente usado em comboios e navios comerciais e há possibilidade de haver melhoramentos no sinal dependendo da configuração da forma de onda e do planeamento da frequência de rádio. Um típico sistema DVB-SH pode ser observado na figura 5.

Figura 5: Sistema DVB-SH.

Codificação de áudio e vídeo

O sistema DVB-SH utiliza os mesmos padrões de codificação que o sistema DVB-H. Tal como este e pelas mesmas razões, o DVB-SH utiliza, para codificação de vídeo, a norma H.264/AVC e, para codificação áudio, o padrão HE AAC v2.

Transmissão

O modo de transmissão dos sistemas DVB-SH deve ser abordado, tendo em conta duas importantes componentes: satélite e terrestre.
Na componente terrestre, a modulação escolhida é naturalmente a OFDM uma vez que é a mesma para os sistemas de transmissão terrestres DVB-T/H, garantindo assim compatibilidade de serviços. No caso da transmissão por satélite, foram seleccionadas duas modulações, o SH-A e o SH-B. O SH-A utiliza OFDM tanto para transmissão terrestre como por satélite. O SH-B usa OFDM para terrestre e time-division multiplexing (TDM) para satélite.A especificação maximiza as características comuns entre as duas arquitecturas de modo a que a parte terrestre OFDM seja a mesma nas duas arquitecturas. Este facto permite que os terminais desenhados para SH-B possam ser utilizados para SH-A, sendo o processamento de TDM desligado no caso de SH-A.

Recepção e dispositivos

Um típico receptor DVB-SH deve estar preparado para garantir uma constante qualidade de serviço. Para isso, deve receber sem problemas um sinal quando se está a mover entre coberturas de satélites ou de CGC’s. Deve estar preparado para implementações de esquemas de poupança de bateria. Ainda, deve estar imune a outros tipos de sinais de nível superior.
Como já foi referido, um terminal do tipo SH-B está preparado para usar uma configuração do tipo SH-A. O contrário já não é possível.

Figura 6: Receptor SH-B.