Em meados da década de 80, como foi referido anteriormente, a
indústria das consolas viu a sua presença no mercado ameaçada pelo
desenvolvimento de jogos para PC. O mercado não via interesse em
adquirir hardware dedicado ao jogo quando podia ter um PC que lhes
permitia executar um mais variado tipo de tarefas, incluindo os jogos.
Em 1984 nasce no Japão, pela empresa Nintendo, a consola Famicom,
conhecida posteriormente na Europa e nos Estados Unidos como a
Nintendo Entertainment System (NES). Com esta consola
iniciou-se a 3ª geração de consolas apenas um ano depois da crise.[6]
Esta consola trouxe grandes vantagens que captaram a atenção de
consumidores e, por conseguinte, das empresas de desenvolvimento de
jogos. Esta consola tinha jogos a cores, de 8 bits e foi pela primeira
vez possível gravar o estado do jogo. Uma das grandes empresas que teve
bastante sucesso na criação de jogos foi a Namcot, neste momento Namco,
ao desenvolver jogos que ficaram para sempre conhecidos, como por
exemplo, o pac-man, figura 2.

Figura 2 – Jogo Pac-Man, para a NES
Depois de grande sucesso no Japão, a Nintendo voltou a apostar no
ocidente e nos Estados Unidos. Na reentrada, a Nintendo tentou cativar
os consumidores com diferentes formas de jogar, para além do vulgar
“comando”. Foi criado um robô e uma pistola que se ligavam à consola
tornando o jogo mais aliciante, ou pelo menos fora do convencional.
Nesta altura, já a indústria dos videojogos se tinha restabelecido
no mercado, o que incentivou o seu desenvolvimento e o crescimento da
indústria, liderado agora pela Nintendo encurralando a competição
da ATARI e da SEGA, mesmo com o grande sucesso que teve com a criação do
jogo SONIC.
Em paralelo com o desenvolvimento das consolas de televisão, a
Nintendo dá grande importância à consola portátil game boy, que
teve um grande sucesso com o jogo Tetris, originalmente criado
para a consola da ATARI. Foi a primeira consola realmente portátil, em
dimensões e em autonomia, pois cabia facilmente no bolso e era
alimentado por pilhas que duravam 20horas de jogo contínuo. Sem qualquer
concorrente à altura, o game boy lidera o mercado das consolas
portáteis, tendo sido, já na década de 90, criadas várias versões
melhoradas da consola, com imagens a cores, dimensões mais reduzidas e
novos designs, garantindo sempre a compatibilidade directa dos
jogos.
Esta década de 80, e a 4ª geração de consolas, são “fechadas” pelo
lançamento do sucessor da consola NES, a Super NES (SNES). Uma consola
com um CPU de 16 bits, áudio de 8 bits, e que funcionava com uma
resolução de 512x448.[7] Utilizava cartuchos, de 4 Mb, que supostamente
iriam ser substituídos numa nova versão, a play station, pelos CDs
propostos pela Sony. Esta proposta não seguiu em frente devido às falhas
de negociação com a Philips, empresa que fabricava o hardware para a
consola. Mais tarde a Sony acabou por lançar a sua primeira consola, a
Playstation, onde incluiu a tecnologia do CD. [8]