Futuro

O futuro da televisão 3D passará sobretudo pela tecnologia aplicada aos ecrãs (auto-estereoscopia, holografia e ecrãs volumétricos). A médio prazo, os ecrãs auto-estereoscópicos e volumétricos irão dominar nos próximos tempos o modo de visualização 3D, uma vez que as técnicas aplicadas estão mais maduras tendo um grande nível de qualidade. No que diz respeito ao consumidor a televisão 3D providencia uma nova experiência de visualização de conteúdos. Durante algum tempo foi, por alguns, considerada uma tecnologia desnecessária e um bocado exagerada, mas com o sucesso de bilheteiras em filmes com conteúdo 3D, como o "Avatar" e a promessa de transmissão em directa de desportos, os consumidores mudaram rapidamente a sua opinião em relação a tecnologia 3D, passando de "desnecessária" a "desejada". Alguns aspectos relativamente a televisão 3D têm de mudar caso queira permanecer na casa dos consumidores por longos anos. Primeiro, a qualidade das imagens 3D tem de melhorar. Embora o detalhe num filme 3D seja incrível, existe uma qualidade um pouco irreal o que a médio prazo pode incomodar o consumidor. Segundo, os custos devem decrescer significativamente para a tecnologia ser aceite pelos consumidores. A compra de televisores 3D atingirá 24 milhões unidades este ano de 2011, tendo um aumento considerável de 450%, de acordo com a "IHS Isuppli", estes resultados serão conseguidos através de uma estratégia de marketing das principais marcas, no ano de 2012 o aumento previsto é de 132%, correspondente a 55 milhões de televisores 3D vendidas, estes resultados são consequência do descréscimo dos preços e o aumento de conteúdos disponíveis.Estes valores permitem concluir que a tecnologia 3D irá crescer mais rapidamente que a tecnologia HD. Como disse George Lucas, criador da saga Star Wars, a "invasão da tecnologia 3D em casa está para breve", afirmação que decorreu durante a conferência "Movie Masters Talk 3D" em Las Vegas.





Direitos Televisivos

Uma das questões sobre a televisão 3D é o valor que as pessoas estão dispostas a pagar para ter o mundo tridimensional em casa. Outra questão importante e difícil de responder é "Qual o valor do conteúdo e porquê?". Possivelmente as pessoas estão dispostas a pagar um valor extra para ter acesso ao conteúdo 3D, como prova o cinema, em que as pessoas pagam em média mais 5 euros para ver conteúdo 3D. Dito isto, é útil ter em conta o valor dos direitos especificos para a televisão para ter uma noção das suas dimensões.

A figura mostra os eventos mais importantes nos últimos 2 anos, mas os valores dos direitos televisivos são rígidos e principalmente com base no número de espectadores por área, independentemente se assistem em SD (Standard Definition) ou HD (High Definition). O número de espectadores de conteúdo 3D é actualmente muito reduzido, ou seja, o custo adicional de direitos televisivos para passar conteúdo em 3D será mínimo. Uma vez que um novo fenómeno é aceite e é absorvido pelo público, o valor adicional monetário desaparece. Embora a indústria multimédia não goste desta ideia, esta é a realidade. Tome-se como exemplo a transição da televisão SD para HD. Embora HD apresente melhorias na qualidade da imagem e uma melhor experiência para o espectador, este apenas está disposto a pagar um aumento no custo limitado por um canal HD e as companhias que fornecem esse serviço apenas recebem um pequeno acréscimo nos seus lucros pela tecnologia que fornecem e este acréscimo é apenas temporário. Em essência, o consumidor paga pela experiência, sendo o melhoramento na experiência a evolução natural (preto e branco -> cor -> HD -> 3D). Pode-se então dizer que o 3D poderá não ser uma nova fonte de receitas mas sim uma maneira de manter as receitas actuais, pois as companhias que não consigam fornecer este nível de serviço são deixadas para trás a longo prazo.



Trabalho realizado por Eduardo Bettencourt, Hugo Mineiro e Fábio Constantino no âmbito da cadeira Comunicação de Áudio e Vídeo do curso de MERC
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