
A arquitectura geral de um
sistema transmissor de DVB encontra-se
apresentada na figura acima. Os conteúdos dos provedores de conteúdo são
multiplexados e encriptados no operador, codificados em blocos de
codificação de canal, para aumentar a sua resistência a erros
introduzidos na transmissão, modulados e enviados para o canal. No
utilizador é realizado o processo inverso.
As especificações propostas
pelo DVB incidem principalmente na
forma como os diversos fluxos são multiplexados e encriptados, na
codificação de canal utilizada e na modulação, não sendo muito
restritivas na codificação de fonte do conteúdo a transmitir. No
entanto, apesar de presentemente serem admitidos diversos formatos de
som, vídeo e mesmo para o transporte de informação, no inicio, as normas
requeriam a utilização de MPEG-1/2,
para a codificação de fonte do áudio e vídeo, e o
MPEG-2-Sistema, para a multiplexagem e protecção dos fluxos
elementares (Streams de áudio, vídeo e dados) que constituem o fluxo de
um programa (Program Stream - PS) e dos vários programas num único fluxo
(Transport Stream - TS).
O bloco de dispersão de energia e
sincronismo reorganiza a sequência de bits da entrada, eliminando-se
longas sequências de zeros ou uns, garantindo assim a sincronização do
receptor e um espectro de sinal uniforme;
Os blocos de codificação de
canal e modulação são aqueles que tipicamente servem como adaptação do
sistema ao meio. O número e complexidade dos blocos de codificação de
canal dependem tipicamente das características do canal e conteúdo a
oferecer, exigências relativas a resistência a erros, a atraso de
transmissão, etc... Este sistema utiliza usualmente blocos de
Forward
Error Correction (FEC), baseados em esquemas de
codificação de bloco,
que conferem a capacidades de correcção de erro sobre um bloco de bits,
ou
convolucionais, que oferecem redundância ao fluxo binário, e blocos
de Interleaver,
que rearranjam os bits de forma a que a ocorrência de erros de rajada
introduzidos pelo canal se traduzam em erros espalhados uniformemente
facilitando o trabalho dos
FECs,
que operam sobre um bloco, ao espalhar os erros ocorridos numa rajada
por vários blocos. A maior complexidade dos códigos utilizados,
aumenta a robustez a erros mas também o atraso introduzido. A
escolha da modulação a utilizar implica um compromisso entre robustez na
transmissão pelo meio a que a norma se destina e a eficiência espectral
alcançada, razão entre o ritmo atingido e a banda utilizada.
A utilização do
MPEG2-S
possibilita a transmissão de qualquer conteúdo digital, para além dos
vários streams possíveis de áudio e vídeo, o que permitiu a transmissão
de serviços como o
teletexto, vários streams de legendas e dados, que permitem por exemplo
a transmissão de
informação sobre o programa corrente. Para além de elementos específicos
de um programa, o
protocolo permite também a difusão de serviços que não estão
directamente ligados a um programa, o que deu origem ao aparecimento dos
Electronic Program Guides
(EPGs), download de
software ou acesso à Internet. Os
EPGs formam um serviço de
grande importância neste sistema, uma vez que oferecem uma interface
amigável ao utilizador para um sistema complexo que origina muita
informação, ajudando-o a seleccionar o conteúdo que lhe interessa. Este serviço pode
também estar associado a um
Video
Digital Recorder (DVR) existente
no receptor, que grava conteúdos em que o utilizador está interessado.

O
DVB provocou a introdução de serviços interactivos que podem, ou não
(há serviços interactivos em que a interactividade é emulada no terminal
que com base nos desejos do utilizador escolhe a informação a
seleccionar), necessitar de um canal de interacção entre o utilizador e
o fornecedor de serviços. Para permitir a troca de informação originada
no utilizador, é necessária uma ligação à Internet que pode, ou não, ser
disponibilizada pelo mesmo operador.
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