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A televisão foi, desde a sua criação, um meio de transmissão analógico de conteúdos baseado num contexto ponto-multiponto. Com o desenvolvimento da tecnologia, o conceito de televisão tornou-se mais abrangente havendo a necessidade de evoluir tendo em vista servir um mercado mais vasto de serviços diversificados. Neste sentido, e devido à dificuldade que começava a apresentar a evolução dos formatos de televisão analógica, surgiu a necessidade de evoluir para a televisão digital. Este tipo de transmissão apresenta diversas vantagens face à transmissão analógica, como sendo: · Maior eficiência na ocupação de banda, permitindo a difusão de mais programas de qualidade standard ou de programas com maior qualidade de imagem (como a HDTV); · Possibilidade de acesso nos receptores a outro tipo de conteúdo que não o tradicional; · Imunidade a interferência e distorção; · Facilidade na restrição ao acesso indevido; · Possibilidade de serviços interactivos; · Melhor facilidade e flexibilidade no desenho das redes de difusão. Neste sentido, foi formado, em 1993, o projecto DVB, um consórcio, que conta actualmente com 270 membros de 32 países, formado por profissionais das áreas de produção, operação e regulamentação. O objectivo do projecto era encontrar uma plataforma de especificações para a transmissão digital, que aproveitasse as vantagens inerentes a este tipo de transmissão. Uma das características principais deste projecto foi a definição das especificações comerciais a atingir por cada norma, às quais as especificações técnicas se deviam adaptar, ou seja, o trabalho do DVB é principalmente conduzido tendo em vista o mercado a que se destina. Os objectivos a que se propuseram, inicialmente, foram os seguintes: · Permitir a transmissão digital de vídeo de alta qualidade, HDTV. · Difusão com boa qualidade de programas utilizando canais de banda estreita permitindo assim um aumento no número de programas sem a necessidade de alargar o espectro de frequências associado à transmissão de TV. · Permitir a difusão de conteúdo para receptores móveis equipados com antenas de pequena dimensão. · Possibilidade de recepção do sinal digital em veículos que se deslocam a grandes velocidades e em meios de transmissão difícil. · O DVB deve aproveitar as vantagens inerentes à transmissão digital como a estabilidade da recepção, em zonas de cobertura bem definidas, e a distribuição através de vários tipos de redes de telecomunicações. O projecto começou por centrar a sua atenção na difusão digital de áudio e vídeo nos meios mais tradicionais como o satélite, cabo e o meio terrestre. À medida que foi desenvolvendo o seu trabalho, foi estendendo os seus objectivos, para acompanhar as novas tendências tecnológicas e de mercado, permitindo incluir difusão de programas rádio e dados, programas codificados que possibilitem o acesso condicionado, interactividade entre o utilizador e o operador e interoperabilidade entre dispositivos. Em 2000, redefiniu a sua visão para os anos seguintes: “A visão do DVB é construir um ambiente que combine a estabilidade e interoperabilidade do mundo de difusão com o vigor, inovação e multiplicidade de serviços do mundo da Internet.” Nesse sentido, o DVB expandiu a sua influência a meios menos tradicionais, como a transmissão sobre IP, e desenvolveu o Multimedia Home Platform, MPH, de forma a criar uma plataforma comum aos receptores para todos os serviços e aplicações independente das características e implementações do software/hardware específico de cada receptor. O trabalho realizado pelo DVB foca-se em especificar publicamente os mecanismos necessários para que um sinal codificado na origem, seja enviado por um canal e recebido correctamente no descodificador correspondente. Nesse sentido os módulos especificados são os da codificação de fonte, sincronização e multiplexagem, codificação de canal, modulação e acesso condicionado. A principal diferença entre as várias normas especificadas pelo DVB consiste na adaptação de cada uma às características dos diferentes meios de transmissão e receptores de sinal, canais podem introduzir mais ou menos erros e os receptores podem ter características/requisitos diferentes consoante a aplicação, por exemplo o DVB-T utiliza o mesmo canal do DVB-H no entanto existem preocupações adicionais no DVB-H devido à poupança de bateria.
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Hugo Santos Varandas, nº 53602 Ricardo Figueiredo Preguiça, nº 53609 Carlos André Ramos Jacinto, nº 53618 |