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A norma DVB-S destina-se à transmissão digital de conteúdos por satélite. Foi definida em 1993, começando a ser utilizada em 1994, acompanhando o desenvolvimento tecnológico (nas codificações de fonte, técnicas de codificações de canal, electrónica de consumo e satélites) ocorrido no início dessa década que tornou a digitalização completa do sistema de difusão por satélite economicamente viável, permitindo aliar, às vantagens inerentes à transmissão por satélite, os benefícios aos utilizadores e operadores associados com a transmissão digital.

 O meio de transmissão utilizado pelo satélite é caracterizado por uma largura de banda disponível relativamente elevada mas por uma potencia de emissão limitada, por isso, para a sua utilização com taxas de erro reduzidas é necessário uma codificação de canal robusta e uma modulação com boa imunidade ao ruído.

A arquitectura do sistema de transmissão desta norma é semelhante à definida para um sistema sistema genérico de DVB.

O bloco de codificação de canal deste sistema inclui um codificador de bloco do tipo Reed-Solomon, um de Interleaving e um de codificação convolucional. A codificação Reed-Solomon adiciona por cada pacote TS 16Bytes de overhead, que lhe confere a capacidade de correcção de erros até 8 bytes errados por bloco. A codificação convolucional é utilizada como complemento da codificação RS.

Este sistema estava destinado sobretudo à difusão de televisão, cujo acesso estava limitado a um plano de pagamento mensal ou pagamentos especiais de certas emissões ou programas especiais (pay per view), de qualidade standard e de alta definição, previa a utilização de DVRs, que permitiam a gravação de programas para o disco-rígido do receptor, e ao acesso a conteúdos interactivos, como EPGs personalizados ou a possibilidade de emissões muti-câmara ou multi-canal.

Nos anos seguintes, observou-se um crescimento da procura, tanto a nível de operadores como de clientes, que, aliado a uma evolução na tecnologia e conhecimento associado às comunicações digitais, levou ao estabelecimento de uma nova norma pelo DVB associada à transmissão por satélite, DVB-S2. Esta norma foi realizada tendo em vista os seguintes serviços:

·         Difusão de canais de definição normal e de alta definição;

·         Serviços interactivos, incluindo acesso à Internet, para ser utilizada tanto pelo receptor como por um PC;

·         Diversas aplicações digitais, como a transmissão ponto-a-ponto de conteúdo para ligação entre, por exemplo, um fornecedor de conteúdos e estúdios ou unidades remotas para transmissão de noticias ou eventos;

·         Distribuição de conteúdo de dados.

Tendo em vista estes serviços, os conceitos fundamentais que estiveram presentes ao longo da concepção desta norma foram o aumento do desempenho na transmissão e mais flexibilidade sem aumentar em demasia a complexidade do receptor. Nesse sentido o DVB-S2, aproveita os desenvolvimentos para melhorar os campos da codificação de canal e modulação, alcançando um ganho de 30% em capacidade face à norma anterior, adopta um sistema de modulação e codificação adaptativa (AMC), que optimiza a codificação e modulação utilizadas para atingir a melhor eficiência possível tendo em conta as condições do meio de transmissão graças à existência de um canal de retorno, útil para aplicações que envolvem transmissão ponto-a-ponto por baixar o preço deste tipo de comunicações e suporta qualquer tipo de fluxo, incluindo a possibilidade de várias TS, utilização de cabeçalhos IP ou células ATM.

As modulações permitidas pela norma para a transmissão são QPSK, 8PSK,16APSK, e 32 APSK. As duas primeiras são as usadas geralmente para difusão enquanto que, as outras, são geralmente utilizadas para as aplicações profissionais, devido à maior exigência de qualidade de sinal requeridas por essas modulações. A codificação de canal escolhida foi uma conjugação entre o Low Density Parity Codes (LDPC)  e o BCH, por ser aquela que, nos testes efectuados, oferecia um melhor desempenho.

Este sistema foi concebido para possibilitar um modo de compatibilidade directa, garantindo a utilização dos receptores DVB-S ao mesmo tempo que permite aos receptores DVB-S2 serviços e capacidades adicionais. Esta funcionalidade é possibilitada utilizando duas TS pelo mesmo canal, uma prioritária utilizada por ambos e uma secundária que providencia os tais serviços adicionais aos novos receptores, algo que pode ser atingido recorrendo a modulação hierárquica. Esta funcionalidade foi especificada para facilitar a mudança sem a necessidade de trocar de uma vez só todos os receptores em funcionamento, possibilitando uma migração gradual. Quando essa migração estivesse concluída o operador poderia modificar a transmissão para o modo não compatível, aproveitando então todo o potencial do DVB-S2.


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Hugo Santos Varandas, nº 53602

Ricardo Figueiredo Preguiça, nº 53609

Carlos André Ramos Jacinto, nº 53618