Processamento



          O processamento dos sinais de televisão por cabo é executado no headend. Nele estão localizadas as antenas que recebem os sinais das operadoras de televisão, provenientes de satélites, ou do ar, no caso de TV’s abertas. Os sinais encaminhados para o headend são filtrados para rejeitar todos os sinais não desejados que também são transmitidos pelo ar , sendo ajustados para níveis de audição e visualização adequados.

          A maioria dos canais de televisão por cabo são entregues ao headend principal via satélite. Nesta abordagem os sinais são transmitidos para um satélite de comunicações em órbita geosíncrona e o satélite retransmite os sinais de volta à Terra, onde são recebidos por antenas parabólicas, no headend.  É necessário uma antena parabólica fixa para cada satélite do qual se pretende receber canais, caso contrário é necessário instalar uma antena de maiores dimensões, usualmente não parabólica, que possua múltiplos pontos de reflecção que permitam receber sinais de mais do que um satélite, ao mesmo tempo.

          Como as antenas se encontram no exterior da instalação o sinal necessita de ser transportado para o interior  via cabo coaxial. Os sinais provenientes do satélite são caracterizados nas frequências da ordem dos GHz que proporcionam perdas consideráveis nos cabos, sendo por isso usual inserir-se blocos conversores de baixo ruído ( LNB -  Low Noise Block-Converters) que aplicam o principio superheterodino ao sinal, convertendo-o para um sinal de frequência inferior, normalmente designada por frequência intermédia, IF – intermediate frequency. Estes sinais de mais baixa frequência são transmitidos pelo cabo sujeitos a muito menos atenuação, resolvendo substancialmente o problema das perdas no cabo. A conversão para um sinal de mais baixa frequência possibilita ainda adquirir circuitos electrónicos que operem a mais baixa frequência que são mais fáceis e mais baratos de projectar, do que circuitos que operem à frequência da transmissão do satélite. A designação de baixo ruído advém da introdução da amplificação e modulação dos sinais antes da sua transmissão por cabo para o interior da instalação, que contribui para uma maior robustez face ao ruído.

          Como os sinais provenientes do satélite vêm na sua maioria encriptados ou codificados o headend apresenta na sua instalação um receptor de satélite, IRD – integrated receiver-decoder, capaz de desencriptar ou descodificar os sinais provenientes do satélite e convertê-los para um sinal de áudio e video em banda de base. Este sinal é depois modulado para qualquer sinal pretendido para um canal de televisão por cabo.

          Numa estrutura HFC os sinais provenientes do processamento são multiplexados por divisão em comprimento de onda, WDM – wavelenght-division multiplexing. São usados diferentes comprimentos de onda (cores) para transportar diferentes sinais na mesma fibra óptica pelo que a capacidade do mesmo cabo óptico é extendida para permitir comunicações bidireccionais. A multiplexagem por divisão no comprimento de onda é normalmente associada a sinais ópticos, no entanto a tecnologia é análoga à utilizada na rede de cabos coaxiais que adopta o nome de multiplexagem por divisão na frequência, FDM – frequency-division multiplexing, onde os canais são diferenciados no mesmo cabo pela sua frequência podendo depois ser sintonizados nos receptores, por selecção da frequência do canal misturado.  A multiplexagem na fibra óptica e no cabo coaxial é, em ambos os casos por divisão na frequência, sendo no caso particular da fibra óptica adoptada designação de multiplexagem por divisão no comprimento de onda por ser comum caracterizar um sinal óptico pelo seu comprimento de onda, ao invés do sinal de rádio que é normalmente caracterizado pela sua frequência. Como o comprimento de onda e a frequência assumem um relação de proporcionalidade inversa as duas designações convergem para a mesma definição.

          Depois de multiplexados os canais são enviados pelo rede de cabo sendo continuamente amplificados sempre que necessário.