"DVB's vision is to build a content environment that combines the stability and interoperability of the world of broadcast with the vigor, innovation, and multiplicity of services of the world of the Internet."

DVB, 2000

Previsões e evoluções futuras

4.1. DVB-S2 e HDTV

A norma DVB-S2 é a evolução da norma DVB-S e, nos dias que correm, já é uma realidade. Este padrão surgiu para acomodar os avanços tecnológicos dos últimos anos, nomeadamente nas áreas da codificação de fonte, da codificação de canal e da modulação.

É uma plataforma que apresenta um ganho no desempenho até 30% superior ao da sua antecessora, pelo que se pode dizer que, actualmente, é a ideal para a transmissão avançada do conteúdo audiovisual. Utiliza um sistema adaptativo que optimiza a codificação e a modulação (AMC) e que permite maximizar a eficiência de utilização do espectro.

Os quatro tipos de modulação, definidos na norma, são o QPSK, o 8PSK, o 16APSK e o 32 APSK. Os dois primeiros destinam-se a aplicações cuja transmissão se efectua por transponders não lineares. Os outros dois estão direccionados para aplicações profissionais e requerem transponders semilineares, para obter uma maior capacidade de transmissão.

O sistema permite a transmissão de um ou mais streams de áudio e vídeo, codificados em MPEG-2 e modulados em QPSK ou 8PSK. A utilização do MPEG-4 melhora a compressão do vídeo, consentindo a oferta de um serviço de alta definição que, modulada em 8PSK, não necessita de uma maior capacidade de transmissão que a suportada pelo serviço MPEG-2/DVB-S.

 

4.2. DVB-SH

DVB-SH

O DVB-SH é uma variante da tecnologia terrestre de televisão móvel, o DVB-H. Esta norma pretende afirmar-se como a solução híbrida, entre as tecnologias de transmissão via satélite e via terrestre, complementando-as e apresentando um serviço significativamente melhorado, em relação ao DVB-H da rede 3G.

Banda de Frequências DVB-SH

Este sistema foi desenhado para trabalhar na zona dos 2.2 GHz, podendo mesmo chegar aos 3 GHz e permitindo o suporte das principais bandas, desde o UHF até à nova banda S.

Modelo DVB-SH

O DVB-SH é assim um standard de TV digital com potencialidade de tornar a TV e os terminais móveis como o telemóvel um só.

Esta tecnologia está a ser desenvolvida pela Alcatel-Lucent, em parceria com a Vodafone. Já foi testada em Portugal, mas a data de lançamento ainda não é conhecida. A primeira oferta do serviço via satélite, na banda S e na Europa, já foi anunciada para 2009, por uma empresa conjunta, entre os concorrentes Eutelsat e SES Astra. Prevê-se que o DVB-SH, em banda S, se torne numa alternativa ao existente DVB-H, o que trará a longo prazo um menor custo no desenvolvimento das redes móveis.

 

4.3. Banda Ka

Outra evolução que se preve nas comunicações via satélite é a introdução de uma nova banda, a Banda Ka. A introdução desta banda de transmissão, será acompanhada pelo lançamento de um novo satélite geoestacionário, o Ka Satellite. Este satélite será colocado junto dos actuais Hotbird’s, da Eutelsat, na posição orbital 13 º E.

Para além da oferta de televisão digital, na banda Ku, os utilizadores irão beneficiar dos novos serviços digitais como a interactividade, a internet de banda larga e de cobertura local/regional através de spotbeams de conteúdos com origem local, tudo isto apenas com uma antena parabólica. Isto só será possível, porque a Ka pretende operar em gamas de frequências muito superiores às das actuais Ku e C, e com bidireccionalidade de serviços.

Tab. 2: Bandas Ka.
Uplink
27.50 GHz
31 GHz
Downlink
18.30 a 18.80 GHz
19.70 a 20.20 GHz

Esta tecnologia permite a utilização de um equipamento mais compacto. As antenas de recepção poderão passar a ter muito menores dimensões, do que as actuais, não só devido ao uso de frequências mais elevadas, mas também devido ao acréscimo de potência introduzido pelo satélite Ka.

É importante não esquecer que a subida na gama de frequências tornará esta banda especialmente sensivel ou mesmo vulnerável a problemas causados pela atenuação da chuva.

Banda Ka

Em geral, esta tecnologia suporta todos os actuais serviços que exigem um alto débito, como os que transmitem conteúdo de alta definição, e possui uma capacidade de operação total de 70 Gbit/s, capaz de servir um milhão de utilizadores.

Trata-se de uma revolução na teconologia actual dos satélites, prevista para 2010. Esta combina o mundo da internet com uma nova forma de difusão de televisão local e regional dirigida a utlizadores específicos que completa a oferta de conteúdos aos consumidores mais exigentes.