Aplicações

Redistribuição em redes por cabo

O paradigma actual da distribuição de conteúdos televisivos por cabo é o de um modelo híbrido em que sinais são retransmitidos por satélites entre centrais de redistribuição de conteúdos. O sinal é depois tratado na central receptora e distribuido por meio terrestre pela infraestrutura existente, seja ela de fibra óptica ou de cabo coaxial. É hoje em dia o modelo mais comum nas distribuidoras multi-canal e permite construir uma rede televisiva de grande cobertura e longo alcance, sendo que as distribuidoras não se vêem assim tão expostas às limitações técnicas e geográficas das redes terrestres existentes.

Actualmente a distribuição pode ser feita em formato SDTV, HDTV ou um misto dos dois, tomando partido de tecnologias que suportam o MCPC.

O standard mais comum para esta aplicação é o DVB-S, abrangendo toda a europa e diversos outros países do mundo [5] exceptuando grande parte da américa do norte (que usa o standard ATSC para transmissão via satélite neste tipo de aplicações), o Brasil e o Japão, estes últimos utilizando o sistema ISDB-S.

DTH

O DTH (Direct-To-Home) é uma aplicação específica da transmissão de conteúdos televisivos via satélite que consiste na recepção directa em casa dum sinal, mono ou multicanal, normalmente distribuido directamente pela produtora televisiva ou por uma prestadora de serviço multicanal dedicada, numa única e determinada frequência de banda base.

A programação é produzida e processada numa central de produção de conteúdos televisivos e posteriormente transmitida a partir duma central distribuidora. Esta central distribuidora pode consistir tanto numa simples emissora de programações individuais como pode ser uma distribuidora multicanal, compilando várias programações e transmitindo-as num único “pacote” a subscritores, à semelhança do que acontece com as redes de distribuição por cabo coaxial.

Tipicamente uma distribuidora multicanal transmite dúzias ou mesmo centenas de programações em formato digital, portanto com elevada qualidade de imagem e som.

A modalidade em que o sinal é distribuido consiste normalmente numas destas duas:

  • Distribuidora Multicanal: A prestadora de serviço, ou distribuidora multicanal, escolhe e compila numa única onda várias programações provenientes de diversas produtoras televisivas e depois transmite-a, via satélite, para uma determinada área, onde se encontram subscritores com aparelhos receptores adaptados às especificações de compressão e encriptação utilizadas no sistema implementado. Este serviço é normalmente comercialmente por “pacotes” de programações a que o subscritor tem acesso consoante o pagamento dum determinado valor.

  • Distribuição em canal aberto: algumas produtoras televisivas, maioritariamente produtoras regionais ou de conteúdos étnicos, transmitem via satélite as suas programações em canal aberto, não cobrando nada pela sua visualização. Estes conteúdos estão disponíveis gratuitamente a qualquer consumidor que capte o sinal.

    Tal como no caso da redistribuição em redes por cabo, estas transmissões são feitas na banda Ku e são tratadas da mesma forma - pelos mesmos standards (DVB-S, ISDB-S, ATSC, DMB-S, etc).

    DSNG

    DSNG (Digital Satellite News Gathering) é uma indústria cuja concepção se prende com a gravação in loco de acontecimentos noticiosos de interesse mediático para posterior transmissão sobre a forma duma programação.

    No âmbito do vídeo por satélite, esta definição restringe-se à utilização de transmissão video por satélite para encurtar o tempo entre a gravação e a transmissão à larga escala da programação, não sendo necessário transportá-la desta forma sobre um suporte físico até ao estúdio, o que nalguns casos pode constituir uma poupança significativa de tempo e recursos.

    As exigências relativas ao tratamento de video são neste caso bastante diferentes do que em relação ao tratamento do tradicional conteúdo num suporte físico.

    Televisão Móvel

    A televisão móvel é um serviço televisivo distribuido a subscritores através de redes de telecomunicações móveis pré-existentes(como a GSM) ou projectadas para o efeito, e que permite aos utilizadores verem televisão nos seus terminais móveis. É uma aplicação destinada a equipamentos terminais móveis que satisfaçam as exigências para operarem nestes parâmetros, como por exemplo os telemóveis 3G ou PDAs

    Os serviços de televisão móvel, contudo, têm se visto a par com algumas dificuldades técnicas na implementação do sistema. Se por um lado o consumo energético exigido é demasiado grande para a tecnologia de armazenamento de energia em terminais móveis disponível, por outro as limitações de memória nos terminais móveis, particularmente relativamente ao buffer disponível, não se adequam a longos períodos de visualização de televisão.

    Outra dificuldade prende-se com a relativa falta de capacidade de processamento do terminais móveis ou com a interface de utilização - a maioria dos terminais móveis são comercializados sem software que suporte a televisão móvel de série, levando a que os utilizadores tenham que adquirir acessórios complementares para poderem visualizar conteúdos televisivos no terminal móvel.

    Não existem standards completamente dedicados a esta aplicação pelo que normalmente tende-se a usar um misto de standards de transmissão tanto a nível terrestre como via satélite. Nesse sentido os sistemas mais avançados do mundo nesta área actualmente são o T-DMB/S-DMB na Coreia do Sul e Japão e o DVB-H implementados na Alemanha, Itália e Estados Unidos.

    [5]“Master Spreadsheet of Deployment Data