Comparação e Interoperabilidade entre as Plataformas Middleware
1- Comparação entre as principais Plataformas Middleware
Figura 8 – Comparação entre as principais plataformas middleware [15].
Esta tabela sintetiza as diferenças e semelhanças existentes entre as principais plataformas middleware, no que diz respeito às linguagens suportadas pelos seus ambientes de programação. Quase todas as plataformas usam XHTML enquanto linguagem declarativa, à excepção da plataforma Ginga, que usa a linguagem declarativa NCL. No que diz respeito às linguagens não-declarativas, quase todas as plataformas usam ECMAScript, à excepção do Ginga, que usa a linguagem não-declarativa Lua.
No que toca às linguagens procedimentais, quase todas as plataformas usam Java, à excepção da plataforma ARIB, que não nenhuma linguagem implementada. Crê-se, no entanto, que irá adoptar a linguagem Java, como forma de aproximação à plataforma GEM.
2 - Interoperabilidade
Existe uma tendência mundial para a adopção de padrões de middleware abertos, entre os quais o MHP é aquele que tem tido uma maior aceitação. O MHP foi o primeiro middleware desenvolvido para televisão digital, enquanto parte integrante do padrão DVB.
Originalmente foi concebido para apenas funcionar em plataformas que utilizem o padrão DVB, mas acabou por se tornar referência, originando iniciativas para estender o seu funcionamento a outros padrões de televisão digital, como forma de aproveitar as aplicações desenvolvidas para diferentes sistemas. Esta demanda originou o Globally Executable MHP (GEM), uma estrutura que permite que outras organizações possam definir especificações baseadas no MHP [9].
Uma dessas especificações é o OCAP, plataforma de televisão por cabo adoptada no Estados Unidos da América, criada pela empresa CoreLabs. No OCAP, as especificações do DVB, que não são usadas no ambiente de televisão por cabo Norte-Americano, foram retiradas e substituídas pelos seus equivalentes funcionais, conforme as especificações do GEM. No que diz respeito à difusão terrestre da televisão digital, a CoreLabs e a ATSC trabalharam em conjunto e desenvolveram a especificação comum baseada no GEM – a ACAP. Esta plataforma assegura uma compatibilidade entre os receptores do sinal de televisão digital difundido por cabo e os receptores do sinal de televisão digital difundido na atmosfera.
Na prática o GEM é uma especificação à qual as normas de televisão digital e plataformas de middleware existentes se devem adaptar, de forma a obter uma conformidade que garanta a execução global das aplicações.
Consoante os cenários de difusão, o GEM define três diferentes targets [9]:
- Broadcast Target: difusão de televisão digital, via cabo, via satélite ou terrestre;
- IPTV Target: difusão de televisão digital via IP;
- Package Media Target: para uso em serviços baseados em cd/dvd.
Todos estes targets partilham um modelo de aplicação comum e um conjunto de classes base. A imagem que se segue ilustra a interacção entre as diferentes especificações baseadas no GEM.
Figura 8 – Diferentes especificações baseadas no GEM.
Segue-se um mapeamento entre os diferentes targets e as especificações baseadas no GEM [9]:
- Broadcast Target: OCAP, ACAP, ARIB B.23;
- IPTV Target: GEM-IPTV;
- Package Media Target: Blu-Ray Disc Java (BD-J), é uma plataforma com conteúdo interactivo, suportada em discos Blu-Ray;