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Tecnologias envolvidas
 
Para compreender a tecnologia é importante ter em conta como é criada a ilusão de profundidade para a estereoscopia e para Free Viewpoint Television (FTV).
 
         
         
 
 Técnicas de Visualização
 

As tecnologias envolvidas na visualização de TV 3D são, à parte de uma diferença de escala, as mesmas utilizadas na exibição de cinema 3D. Desde que na última década do século XIX, o pioneiro do cinema Britânico, William Friese-Greene, patenteou um processo para visionamento de filmes em 3D, várias tecnologias foram criadas, exploradas e substituídas por outras com melhores resultados.

A primeira técnica consistia na exibição, lado a lado e em simultâneo de imagens diferentes para cada olho. O cérebro humano tratava depois de combinar ambas dando ao espectador a ideia de profundidade. O sistema não era prático para o uso em cinema e não foi utilizado. Outra técnica, mais popular e de uso mais alargado, o anáglifo, foi criada na segunda década do século XX. Consistia na exibição simultânea e sobreposta de duas imagens, uma para o olho esquerdo e outra para o direito, filtradas a cores opostas, normalmente ciano e vermelho. Estas imagens sobrepostas, vistas através de um filtro especial, normalmente óculos com uma lente vermelha e outra ciano, fazem chegar a cada olho uma perspectiva diferente da mesma cena, gerando a noção de profundidade. Estes dois métodos, curiosidades na época em que foram criados, não resistiram à evolução tecnológica, que exige métodos de maior qualidade e menor complexidade para o consumidor.

 

Dois outros métodos, criados nos anos 20 e 30 do século XX, destacam-se por apresentarem estas características, o método de eclipse (Activo) e o método de polarização (Passivo).

O método de eclipse consiste na exibição rápida e alternada de imagens para cada um dos olhos. Ao mesmo tempo, um mecanismo abre e fecha, em sincronismo com as imagens projectadas, um obturador para cada um dos olhos, garantindo que quando a imagem do olho direito é mostrada apenas o obturador respectivo se encontra aberto e vice-versa. Se o ritmo de alternância entre imagens for suficientemente rápido, é criada no cérebro a ideia de profundidade da cena.

O método de polarização, por outro lado, consiste na exibição sobreposta e simultânea de imagens, uma para cada olho, polarizadas com 2 filtros diferentes. O espectador usa óculos em que cada lente consiste num filtro, correspondente a um dos filtros usados na projecção. Desta forma cada olho apenas vê a imagem polarizada da mesma forma que a lente correspondente.

 

Os dois métodos, no entanto, só viriam a ser verdadeiramente implementados no início do século XXI, com a chegada de filmes em formato digital e uma aposta forte, por parte dos produtores, no cinema 3D. O método de eclipse, implementado por marcas como a XpanD 3D, utiliza nos seus óculos obturadores sob a forma de painéis de cristais líquidos. Deixando passar a luz, em condições normais, os cristais líquidos escurecem quando excitados com uma corrente eléctrica, bloqueando a passagem de luz. O sinal eléctrico para cada uma das lentes é sincronizado sem-fios, normalmente através de um emissor de infra-vermelhos.

Por outro lado, o método de polarização, como implementado pela RealD, utiliza simples filtros com polarização circular (sentido directo e inverso) em cada lente dos óculos. Por cada um destes filtros apenas passa luz polarizada da maneira correspondente. O projector utilizado é capaz de projectar apenas uma imagem de cada vez, mas fá-lo a 144 imagens por segundo. As imagens são mostradas alternadamente para o olho esquerdo e direito, mas cada uma é mostrada 3 vezes para reduzir a cintilação.

 
 

A autoestereocopia consiste num conjunto de tecnologias de visualização de conteúdos 3D que não necessitam de óculos para serem visualizados. Entre os vários displays da tecnologia encontram-se, por exemplo, barreira de paralaxe, lenticular, volumétrico, electro-holográfico, e light field displays.