História

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A história da televisão interactiva confunde-se com a da própria televisão, já que desde cedo se procurou oferecer aos telespectadores programas e serviços que permitissem algum nível de interactividade, ainda que limitado. A TV interactiva moderna, tal como hoje a conhecemos, só viria a surgir, no entanto, no final da década de 90.


Evolução da TV interactiva

O desenvolvimento da televisão deveu-se ao trabalho de vários cientistas e inventores ao durante o fim do século XIX e início do século XX, não existindo uma personalidade única creditada com a invenção da televisão. Os Jogos Olímpicos de Berlim em 1936 foram o primeiro evento desportivo a ter cobertura em direto e é a partir desta altura que se iniciam as primeiras emissões regulares e em larga escala de TV monocromática. A Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos lideraram este processo.

Em 1950, um primeiro meio de interação com o equipamento de televisão foi desenvolvido pela Zenith Radio Corporation, um controlo remoto ligado à televisão por um cabo. O primeiro comando sem fios (com o nome “Flash-Matic”) viria a aparecer em 1955, devido ao trabalho de Eugene Polley, também ele da Zenith.


Publicidade ao Zenith Flash-Matic

Em 1953, um programa infantil chamado “Winky Dink and You” permitia às crianças ajudar o personagem Winky a resolver uma série de problemas. Para isso era necessário colocar uma película de plástico no ecrã da televisão onde as crianças podiam desenhar com lápis de cera. O programa viria a ser cancelado porque as crianças desenhavam diretamente no ecrã da televisão.


Winky Dink and You

A BBC, anuncia em 1972, o “Ceefax”, o primeiro sistema de teletexto, que ainda hoje é usado por diversas redes televisivas. Em 1977, surge nos Estados Unidos, o primeiro serviço de TV interactiva, disponibilizado pelo sistema de televisão por cabo QUBE. A QUBE oferecia 30 canais divididos entre TV, pay-per-view e programação interativa. Apesar da sua popularidade, não foi um sucesso comercial.


BBC Ceefax

Nos anos que se seguiram, sobretudo durante a década de 90, vários serviços de TV interativa foram aparecendo, mas inicialmente o seu custo impedia que tais serviços se massificassem. 

Hoje em dia, o uso de TV interativa é generalizado, sendo oferecido aos utilizadores uma grande variedade de serviços, entre os quais, Internet, Video on Demand, pay-per-view, personalização da emissão, como por exemplo, escolha da câmara preferida durante uma emissão desportiva, etc.


TV interactiva em Portugal

As emissões de TV em Portugal, ainda TV monocromática, surgem em 1957, sendo a RTP o único canal disponibilizado.  A evolução inicial da televisão em Portugal decorre com um relativo atraso em relação a outros países europeus.

Em 1989, foram removidos os obstáculos à constituição de redes televisivas privadas na Assembleia Nacional. A SIC e a TVI surgem em 1992 e 1993 respectivamente.

Alguns programas ofereceram aos telespectadores uma experiência interativa, nomeadamente o programa “Agora Escolha” no fim da década de 80 e início da década de 90 e o divertido programa infantil “Hugo” que permitia aos telespectadores jogarem em direto, utilizando as teclas do telefone.


Personagem Hugo do programa com o mesmo nome

A TV Cabo, oferecendo serviços de TV por cabo, é adoptada por muitos utilizadores no final da década de 90. Durante a década de 2000, outras empresas surgiram, destacando-se a Cabovisão e a MEO, esta última lançada pela PT, após a separação da PT Multimédia que viria a mudar de nome para ZON Multimédia. 


Empresas líderes de serviços televisivos em Portugal

Atualmente a ZON e a MEO são líderes nos serviços de televisão em Portugal, e a concorrência entre estas duas empresas, tem permitido que diversos serviços, cada vez mais interativos tenham sido disponibilizados aos subscritores. 

Hoje é possível usufruir de serviços pay-per-view, Electronic Programming Guide (EPG), Video on Demand (VoD), canais personalizados, widgets, etc. Canais em alta-definição e até 3D são oferecidos por estes dois grandes operadores de televisão e outras empresas com menos quota de mercado.


© João Rosário, José Alves, Tiago Castanheira.