IPTV

     O mundo do IPTV, ao alargar os horizontes da televisão que eram apenas para a difusão de conteúdos televisivos, possibilitou a interactividade tal como se de um PC se tratasse. Permite dar mais um passo na direcção delineada pela "Casa do Futuro", em que os electrodomésticos da gama castanha ou branca possam ter conectividade à Web, de forma a satisfazer cada vez mais e melhor o cliente. Para atingir este patamar, e superar as barreiras existentes, as operadoras tem de adoptar um modelo de negócio diferente do tradicional.

     Antes, o modelo de negócio era relativo à venda de tecnologia, e/ou aluguer da mesma. Agora, a tecnologia é quase que dada. As políticas agressivas de marketing das operadoras são tão evasivas, que todas elas, para atrair novos clientes, oferecem 3 ou 4 mensalidades, assim como todos os dispositivos necessários para o seu funcionamento.
     Neste ponto, qualquer cliente sente, além da pura curiosidade pela nova tecnologia, quase obrigado a aderir a estes serviços, pois num curto prazo, o serviço é grátis. Sendo claro, que a operadora indica nas famosas letras pequenas, que um cliente necessita de ter um compromisso de permanência por 18 meses (no melhor dos casos). Este modelo de negócio é bastante baseado na publicidade, e na comodidade que estes novos serviços trazem aos clientes.
     Um exemplo actual é o caso do Meo (da Portugal Telecom), esta operadora que oferece serviços Triple-Play (no qual se encontra o IPTV) indica na sua publicidade que um cliente seu que imaginemos num determinado momento necessita de se ausentar para ir abrir a porta, pode “parar” o tempo de transmissão do programa em questão, através de uma função de live pause, em que a transmissão do programa passa a ser gravada para o disco da STB, para posterior visualização. Assim como o Meo Mobile¸que permite a visualização de conteúdos televisivos num terminal UMTS (Universal Mobile Telecommunications System), embora não seja por IPTV, mas implica que se possui o pacote Meo ou Meo Satélite para usufruir das promoções inerentes ao serviço móvel. Pequenos exemplos que chamam a atenção pela versatilidade do serviço.
     O sucesso deste modelo depende em muito de como é constantemente actualizado para poder competir sempre no pináculo do mercado. No modelo de negócio, é muito importante a infra-estrutura, voltando ao caso da Meo, eles possuem a maior infra-estrutura do país, em cobre e que está a ser gradualmente migrada para fibra óptica. Graças ao facto de serem donos da infra-estrutura, torna-se desnecessário alugar recursos a outras operadoras.
     Através do IPTV, a possibilidade de um diversificado número de serviços, permite que os programas possam ser geo-distribuídos, isto é, determinados conteúdos sobre determinada zona, como o caso da publicidade, possam ser difundidos para a sua zona de proximidade. Isto resulta de uma manipulação e/ou gestão dos conteúdos da forma em que o retorno do investimento seja o melhor e mais rápido possível.
     Tendo em conta os objectivos por colmatar, os serviços de IPTV são um factor determinante do sucesso das operadoras. E é neste âmbito que as estratégias devem ser direccionadas, para assegurar quota de mercado suficiente para ultrapassar as perdas do mercado da voz fixa.
     Relativamente ao espectro temporal, é de salientar que o tempo entre o estudo, concepção e distribuição do serviço, seja o mais curto possível, de modo a permitir entrar no mercado no timing ideal, em que a concorrência ainda está a desenvolver os seus produtos. E sobretudo, convêm manter num ciclo de vida: investigação, experimentação, depuração, actualização de releases, e volta ao início do ciclo. Só desta forma, uma operadora de telecomunicações pode estar no topo do mercado.