Analise Critica

Se é verdade que, numa altura em que em grande parte das residências figurava um leitor VHS, o aparecimento do DVD com a sua su perior qualidade de imagem, maior durabilidade, menor e mais convidativo formato físico, para além dos seus apelativos conteúdos extra captivou as massas, o argumento da qualidade por si só deixou de ser suficiente aquando da entrada no leque de opções do Blu Ray. Além do mais, os excitantes novos televisores com capacidade de reprodução de imagens de alta definição, aqueles destinados à reprodução dos conteúdos do disco de laser azul, para muitos dos possuidores de um leitor de DVD foi suficiente para satisfazer as suas necessidades de qualidade de imagem, optando portanto por não fazer a transição para os leitores mais modernos. Ainda, apesar da capacidade da Playstation 3 de reproduzir conteúdos Blu Ray, a sua compatibilidade para reproduzir DVDs levou a que muitos preferissem aumentar a sua colecção de DVDs ao invés de iniciarem uma nova colecção de discos Blu Ray, cujo preço mais elevado muitas vezes se revela um obstáculo. Para além desta "guerra" entre os formatos, ambos travam ainda uma outra batalha, talvez mais mortífera e perigosa no que aos formatos físicos diz respeito. O número decrescente de espectadores nas salas dos cinemas, leva a pensar que as produções de Hollywood já não são tão apelativas quanto anteriormente: o caminhar para um mundo mais heterógeneo e com muito mais para oferecer a que se tem vindo a assistir nos últimos anos, levou a um dispersar de atenção, a uma descoberta de novas formas de entretenimento. Os jovens de hoje em dia são facilmente atraídos para os conteúdos rapidamente consumíveis e muito diversificados de sites como o YouTube e parece haver uma tendência crescente para a preferência pelas séries de televisão face aos filmes de Hollywood. Para além do mais, o Video On Demand que permite que qualquer um possa assistir a uma filme, quase após a sua saída de exibição das salas do cinema e portanto antes do seu lançamento em formato físico, no conforto das suas casas, de entre uma biblioteca bastante recheada, com as mesmas possibilidades de escolha da altura do visionamento, paragem, avanço e retrocesso no conteúdo é capaz de desviar os utilizadores das prateleiras das lojas. Sendo que os grandes consumidores de discos DVD e Blu Ray são portanto uma geração com mais idade, que assistiu ao boom do VHS e do DVD, que futuro esperar do formato físico, em particular do Blu-Ray, quando a geração da internet, habituada ao streaming, ao download ilegal de conteúdos, a geração do "quero e tenho no momento", for a geração a ditar o mercado? O Futuro deste formato ficará muito dependente do conteúdo que poderá aparecer que terá de explorar de uma forma inovadora o 3D e a alta definição mais do que o que é feito hoje em dia. Esses conteúdos tem então de ser suficientemente atractivos relevantes e autênticos no formato Blu-ray de tal modo que em mais nenhum formato nem plataforma o utilizador final tenha o envolvimento , interacção experiencia que esse conteúdo lhe possibilita no Blu-Ray . Uma coisa é certa entre o Blu-Ray e o DVD , o Blu-Ray acabou de nascer num mundo satisfeito com o DVD e que não está preparado para trocar este ultimo sem ter em troca um grande valor acrescentado a um preço que estava habituado a pagar. O DVD já esta completamente explorado em termos de capacidade ao contrário do Blu-Ray que para mais tem muitas potencialidades para o mercado interactivo de amanhã, como a compatibilidade com aplicações Java e integração com servidos providos via internet. A grande capacidade Blu-Ray tem vantagem de lhe permitir absorver novos codecs que poderam aparecer para novos tipos de conteúdo em que a capacidade será um elemento fundamental. Finalmente, a mudança de paradigma é possível e o formato físico Blu-Ray poderá combater, na nossa opinicão, conteúdos consumidos via Streamming e peer-to-peer, mas para isso terá de levantar de novo a fasquia, contextualizando-se às expectativas das novas gerações em termos de preço, acessibilidade e melhoria radical na maneira como o conteúdo é vivido pelo utilizador, muito para além do 3D e da alta definição.