Esquema do codificador CELT
De acordo com este esquema, constata-se que o sinal passa por um pré-filtro que é responsável pela sua análise, bem como pela identificação das suas harmónicas principais através de um preditor de tom. Este processo visa melhorar a qualidade de sinais com conteúdo periódico.
Em seguida, o sinal resultante (com as harmónicas principais atenuadas) é dividido em tramas parcialmente sobrepostas as quais são, posteriormente, representadas em coeficientes no domínio da frequência através da aplicação da MDCT. Adicionalmente, prevê-se que a trama original possa ser subdividida em tramas de ainda menor duração com o intuito de aumentar a resolução temporal e, consequentemente, reduzir o pré-eco. No entanto, este procedimento pode conduzir a que, numa ou mais MDCT's, os coeficientes para algumas bandas sejam nulos, o que origina artefactos desagradáveis pois não permite conservar a energia do sinal. De forma a impedir este efeito, para cada banda onde tal é detetado, é introduzido um sinal pseudoaleatório. Note-se que a energia deste sinal não é importante uma vez que o mesmo será normalizado à energia do sinal original, como é descrito adiante.
Seguidamente, os coeficientes são agrupados em bandas, que se assemelham às faixas críticas da audição humana, sendo a energia de cada uma destas determinada e utilizada para os normalizar. Este procedimento de separação em bandas permite explorar a irrelevância do sinal, uma vez que o ouvido humano possui uma resolução espectral diferencial e limitada, permitindo, assim, representar com menos bits os coeficientes correspondentes às bandas onde o ouvido é menos sensível. É de referir que a energia de cada banda é, ainda, comprimida e quantificada para posterior transmissão. Esta compressão baseia-se no facto do descodificador ser capaz de prever o seu valor a partir da trama anterior, bem como da energia da banda que a antecede pelo que o codificador apenas necessita de enviar o erro decorrente desta previsão.
Após a obtenção dos coeficientes normalizados, que mais não são que descritores da forma da energia do sinal, segue-se a etapa da sua quantização que faz uso de um tipo de quantização vetorial, a PVQ (Quantização Vetorial Piramidal). Esta quantificação é muito mais eficiente do que a quantização escalar, pois possui a particularidade de conseguir aproximar uma distribuição multidimensional com recurso a um número finito de vetores pertencentes a esse espaço. Desta forma, esta fase consiste em agrupar os coeficientes normalizados num vetor, caso pertençam à mesma banda, e, em seguida, procura no dicionário (livro de código) da PVQ pelo vetor mais semelhante. Finalmente, os índices (posições dos vetores no dicionário) referentes às bandas que constituem cada trama são codificados entropicamente.