Licenciamento
O Opus surge do facto de existirem demasiados codecs de áudio no mercado. Tal situação é explicada, em grande parte, pelas restrições de licenciamento que um elevado número deles exibe, uma vez que muitas das empresas ainda apresentam uma inércia considerável em alicerçar o seu negócio em tecnologias pertencentes à concorrência. É, neste sentido, que o Opus pretende ser uma ferramenta unificadora, conseguindo aliar à qualidade, um licenciamento flexível. Assim, os criadores do Opus, para além de livremente disponibilizarem a sua especificação, também fornecem a sua implementação a nível de codificador e descodificador, os quais, por sua vez, podem ser integrados, modificados e usados em qualquer aplicação sem nenhum custo. Este codec, não se encontra, portanto, associado a qualquer sistema proprietário, no entanto, tendo resultado de uma colaboração entre a Broadcom, a Microsoft (através da Skype) e a Xiph.Org, as mesmas detêm patentes que servem principalmente para defender os interesses dos seus utilizadores de eventuais ataques judiciais provenientes de outras empresas.
Apesar das entidades que participaram ativamente no desenvolvimento do Opus terem declarado que as suas patentes são compatíveis com os princípios de código aberto e de livre acesso e isentas de taxas de utilização, aquando da padronização do Opus pela IETF, outras empresas, nomeadamente a Huawei e a Qualcomm, também declararam que as mesmas detinham direitos intelectuais sobre este codec, mas, ao contrário das primeiras, estas exigiam que as suas patentes fossem sujeitas a taxas. Seguiu-se, então, uma fase de investigação por parte da Xiph.Org no sentido de provar que estas alegações não tinham fundamento. Tal foi conseguido, mas à custa de um investimento significativo de recursos humanos o que, por sua vez, abrandou o processo de desenvolvimento do Opus. Mais tarde, foi revelado que tanto a Huawei como a Qualcomm não tinham realizado nenhum estudo prévio que validasse as suas declarações, tratando-se apenas de meras suposições o que, apesar de eticamente incorreto, é considerado legal e, como tal, estas ações não tiveram repercussões negativas para nenhuma destas empresas.