4. Tecnologias

A maneira de transmitir conteúdos multimédia é usando umas das várias estruturas protocolares existentes do universo H.32X em que cada um destes difere consoante o meio de transmissão que se usa. De seguida ilustramos a tabela com as várias normas existentes (Tabela1).

Padrão

Tecnologia

Qualidade Oferecida 

H.320

Videoconferência sobre ISDN 

Business Communications

H.321

Videoconferência sobre ATM 

Alta Qualidade

H.323

Videoconferência sobre IP/Ethernet 

Qualidade "Best Effort"

H.324

Videoconferência sobre POTS 

Baixa Qualidade

H.310

Videoconferência sobre MPEG-2 sobre ATM 

Qualidade para Broadcast

Tabela1: Tabela com as várias normas H.32X

4.1. H323

Das várias normas H.32x a mais usada em redes é a H.323 que funciona sobre redes TCP/IP.
O H.323 é uma norma, padronizada pela ITU-T, que integra componentes, protocolos e serviços necessários para estabelecer comunicações multimédia sobre redes de dados em que o QOS não é garantido. Esta norma, é independente da rede em que opera, o que lhe permite funcionar em diversas tecnologias (IPv4, IPv6,…), sem que a sua estrutura protocolar seja alvo de modificações perante cada tecnologia.
Na pilha protocolar do H.323 estão integrados diversos padrões, como é caso dos padrões de codificação e descodificação de vídeo e de áudio, permitindo desta forma garantir interoperabilidade entre aplicações de fabricantes distintos que utilizam a norma H.323.

4.1.1. Componentes adicionais

A norma H.323 especifica a existência de quatro componentes na comunicação (Figura3), em que cada um deles pode executar a sua função em simultâneo ou não dependo do modo como são utilizados. Deste modo os intervenientes são:

Terminais: Estes podem ser dispositivos específicos ou tecnologias embebidas em computadores pessoais que permitem a comunicação em tempo real, com outras entidades que utilizam o H.323 para uma comunicação. Cada um dos terminais tem de suportar obrigatoriamente a comunicação de áudio (voz), sendo opcional a comunicação de vídeo e de dados.

Gatekeepers: É um dos intervenientes mais importantes, sendo este responsável pela gestão e controlo de acesso à rede, bem como efectuar a tradução dos identificadores H.323 e números E.164 em endereços IP. Além destas funções, esta componente tem ainda de efectuar a administração de zonas. Estas são constituídas por um conjunto de terminais, Gateways e MCU (Multipoint Controller Units) que se encontram registadas no Gatekeeper.

Gateways: A função principal deste interveniente é interligar terminais de protocolos diferentes (H.320, H.321, H.322), ou de redes diferentes (PSTN) com terminais H.323, de modo a permitir a existência de comunicação entre eles. Além de permitir esta interoperabilidade, este é também o responsável pela conversão de protocolos e dos formatos de áudio e vídeo. Este interveniente não é obrigatório.

MCUs: Esta componente permite o estabelecimento de sessões entre três ou mais participantes. Cada MCU é composta por um MC (Multipoint Controller) e por 0 ou mais MPs (Multipoint Processors). O MC é o responsável pelas negociações entre os terminais, de modo a determinar as capacidades que lhes são comuns no que diz respeito ao áudio e ao vídeo, enquanto que o MP tem como função efectuar o processamento dos fluxos de áudio e vídeo para distribuir aos terminais.

Figura3: Componentes do H.323 e sua interligação com as outras normas