protecção de conteúdos na televisão

Retrospectiva

     Na década de 1920 surgiu a caixa mágica que viria a mudar o mundo, a televisão. Pela primeira vez, pessoas a milhares de quilómetros de um determinado local, podiam assistir ao que lá se passava. Os conteúdos eram simples e escassos e não havia diferenciação entre consumidores. As estações de televisão (quando existia mais que uma) eram públicas, dependiam de comparticipações governamentais ou publicitárias, e tinham como objectivo assegurar a chegada do sinal de rádio difusão à totalidade (ou quase totalidade) dos cidadãos que haviam adquirido um televisor. O que era transmitido na noite anterior era tema de conversa na manhã seguinte pois todos os que possuíam um aparelho de recepção de televisão assistiam ao mesmo conteúdo. Tratava-se de uma experiência social em família ou amigos.
     Como os gostos não são todos iguais, surgiu a necessidade de criar conteúdos diferenciados, houve então a necessidade de dar aos consumidores mais opções de escolha. Mais estações de televisão surgiram e tentaram cativar a atenção das pessoas. A rádio difusão em sinal aberto estava fortemente dependente dos ganhos com publicidade e cedo se percebeu que, a longo prazo, a rádio difusão de televisão poderia não ser sustentada com base na publicidade. É neste contexto que surge, em 1951, o primeiro sistema de televisão pago, fornecido pela Zenith Radio Company dos Estados Unidos da América, denominado Phonevision.

                                             

     Muitos outros lhe sucederam por todo o mundo com diferentes modelos de negócio e hoje em dia os fornecedores de televisão por subscrição desempenham um papel importante na cadeia de valores dos conteúdos audiovisuais.
    Por se tratar de um negócio (que se pretende lucrativo), os fornecedores de televisão por subscrição investem uma fatia considerável do seu esforço na restrição do acesso a não subscritores ou mesmo a clientes seus que não subscreveram um determinado conteúdo. Por outro lado, os fornecedores de conteúdos investem milhões na produção de conteúdos próprios ou compra de direitos de exclusividade de determinados conteúdos, negociando depois a distribuição com os fornecedores de televisão por subscrição. Estes, por sua vez, vendem os conteúdos aos telespectadores. Trata-se de uma cadeia de valores que gera milhões e que se pretende eficiente e justa.