Perspectiva técnicaFormatos de Streaming OTTActualmente existem cinco protocolos de streaming concorrentes, em diferentes estados de desenvolvimento e adopção, sendo que quatro deles são propostos por empresas que operam na área das tecnologias da informação, enquanto que apenas um é especificado por entidades de telecomunicações independentes, nomeadamente a 3GPP, 3rd Generation Partnership Project e a MPEG-LA:
Embora todos estes protocolos possuam diferentes características técnicas, todos eles apresentam um factor comum: o débito binário adaptativo, que lhes permite adaptar-se à capacidade do canal que utilizam num dado momento, garantindo assim que a experiência de utilização é sempre a melhor possível e que não sofre interrupções. A implementação desta técnica é semelhante em todos os protocolos referidos excepto no caso do Google WebM. Enquanto que nos restantes a selecção do débito binário a utilizar é realizada pelo receptor, com base no tempo de transmissão de um segmento de ficheiro, no caso do WebM é o servidor que efectua esta gestão. Neste protocolo, o servidor mantém uma memória tampão (buffer) onde são guardados os pacotes a serem enviados. À medida que estes são enviados a um certo débito, o servidor avalia a capacidade do receptor de os receber correctamente e ajusta o débito binário, caso tal seja necessário. Além da diferença no que se refere à gestão do débito adaptativo, o WebM apresenta ainda outra variação relevante em relação aos outros formatos. De facto, enquanto nas restantes quatro alternativas o conteúdo é segmentado em blocos de curta duração, cerca de 10 segundos no caso do HLS, aos quais é associada uma playlist que indica a localização de cada um destes elementos, no WebM cada stream é visto como um ficheiro único pelo receptor. Apesar de esta implementação dificultar a utilização de caches para reduzir a latência no acesso aos dados, possui a vantagem de ser o único formato que, no fim da transmissão, resulta num ficheiro completo, passível de ser reproduzido na íntegra. Assim, uma vez que os cinco formatos apresentam várias semelhanças a nível técnico, excepção feita ao já mencionado WebM, o verdadeiro ponto diferenciador advém dos codecs de áudio e vídeo utilizados e, talvez mais importante, o ecossistema envolvente. De facto, é inegável que o sucesso de um qualquer formato está fortemente dependente da quantidade de dispositivos em que está disponível ou de quão fácil é a sua integração em software já existente, no caso dos browsers, por exemplo. Dito isto, é de esperar que os formatos apadrinhados pela Apple e Google possuam uma significativa vantagem face aos restantes, dado o sucesso das suas plataformas móveis iOS e Android, respectivamente. Na tabela abaixo, apresenta-se uma comparação dos cinco formatos em termos de codecs utilizados, bem como de dispositivos móveis, set-top-boxes (STBs) e browsers suportados. ![]() |
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