Vídeo em Alta Definição

Como o disco de Blu-Ray tem uma grande capacidade de armazenamento de dados que variam de 25GB a 50GB por disco, torna-se possível guardar dados de vídeos em alta definição com uma qualidade de imagem muito superior quando comparado com o DVD. Evidentemente, que o processo de melhoria da qualidade da imagem depende da codificação da mesma. O processo de codificação actual em alta definição permite ter 7 horas de vídeo em alta definição. O espaço que sobra no disco permite ter conteúdos adicionais que possibilitam que o utilizador tenha uma maior interação com o filme, por exemplo a criação de botões de salto, outras acções ou conteúdos extra filme.

A tabela abaixo revela o tipo de resolução que pode ser armazenada num disco BD.

Para reproduzir os vídeos guardados no disco Blu-Ray os players do lado do utilizador necessitam de suportar os seguintes codecs de vídeo:

  • MPEG-2;
  • H.264/MPEG-4 AVC;
  • SMPTE VC-1.

O MPEG-2 é a compressão padrão para o DVD, ou seja, o objectivo é ter um player compatível com a versão anterior, permitindo que a migração para novos conteúdos de qualidade superior não seja tão brusca. O fato da leitura do MPEG-2 ser possível em players de Blu-ray deve-se essencialmente ao utilizador. Seria ingrato para um utilizador que coleciona DVD's se não fosse possível reproduzi-los. Esta frustração poderia levar ao insucesso dos players de Blu-ray. Abaixo encontra-se uma figura que ilustra o processo de compressão e gravação do DVD e/ou Blu-ray.

O conceito de compressão de dados é o tema nuclear do mundo de entretenimento digital.

A compressão é vital para "espremer" conteúdo digital, de modo a que o espaço de armazenamento de dados seja minimizado. Compressão é o que tornou possíveis formatos de vídeo como DVD e HDTV, assim como formatos áudio como Dolby Digital e MP3. A informação digital é comprimida para transmissão ou codificação num disco e depois sofre uma descompressão por um dispositivo de leitura. Estas tecnologias de compressão/descompressão são designadas de codecs.

MPEG-2 é o codec vídeo usado para DVDs e conteúdo HDTV corrente. Os Blu-ray Discs também suportam este codec, tendo sido usados por muitos estúdios para uma primeira vaga de Blu-ray Disc, por volta de 2006. Além deste, os Blu-ray Discs suportam três novos codecs com um grau de eficiência mais elevado: MPEG-4 AVC ou H.264, SMPTE (Society of Motion Picture and Television Engineers) VC-1 e MPEG-4 MVC para vídeo 3D.

Devido ao facto do Blu-ray Disc ter uma enorme capacidade de armazenamento e empregar taxas de transferência elevadas, a sua qualidade de imagem é excecionalmente limpa, com menos artefactos de compressão visíveis.

A escolha do codec afecta os custos de licenciamento (royalties) para os produtores de vídeo, assim como a duração máxima dos seus conteúdos, devido a diferenças na eficiência de compressão entre os diversos codecs. A codificação de vídeo em MPEG-2 tipicamente limita o conteúdo dos produtores em cerca de duas horas de conteúdo em alta definição num BD-ROM de uma camada (25GB). Por outro lado, os codecs mais avançados (VC-1 e MPEG-4 AVC) tipicamente atingem o dobro da duração de vídeo alcançada pelo MPEG-2, para uma qualidade vídeo semelhante. Actualmente o uso do codec MPEG-4/H.264 ou VC-1 é o mais comum.

Os pontos essenciais que caracterizam o MPEG-4 AVC são:

  • A sua eficiência de compressão;
  • A interactividade de conteúdos, pois este codec tem a capacidade de codificar objectos em vez de frames de vídeo, o que possibilita a manipulação de conteúdos;
  • A sua grande versatilidade, essencial hoje em dia.

O MPEG-4 AVC é bastante usado em streams de alta definição na internet, como por exemplo no Vimeo, Youtube e iTunes Store; software da web como por exemplo Adobe Flash Player e Microsoft Silverlight; e também em diversas transmissões HDTV terrestres, por cabo e satélite.

O SMPTE VC-1 foi inicialmente desenvolvido pela Microsoft como um formato de vídeo, e foi lançado como um codec de vídeo SMPTE em 2006. Trata-se de um codec que alia uma qualidade de imagem elevada, com uma boa eficiência de compressão e escalabilidade. O VC-1 representa a evolução convencional de codecs baseados na DCT. Em termos de suporte ao nível de hardware, este codec inclui os leitores Blu-ray, dispositivos audiovisuais portáteis, telemóveis, entre outros.

Uma curiosidade importante na distribuição dos filmes é a região para a qual foi distribuído. Esta divisão em regiões deve-se ao facto dos reprodutores de Blu-ray serem diferentes e só reproduzirem um determinado formato de vídeo. O Blu-ray ao contrário do DVD tem apenas 3 regiões contra as 6 do DVD. Assim o Blu-ray divide-se nas seguintes regiões geográficas:

  • Região 1 (ou A): para todo continente americano e para a ásia Central;
  • Região 2 (ou B): para a Europa, o Oriente Médio, a áfrica e a Oceania;
  • Região 3 (ou C): para a China, a Rússia, a ásia meridional e a ásia insular.

Esta divisão foi uma exigência dos estúdios de Hollywood na tentativa de evitar a pirataria e manter um maior controlo das vendas e do preço. Mais uma jogada de mercado.

Estrutura do BD-ROM para Vídeo

Index Table, tabela que contém o índice, isto é, contém todas as referências para os títulos e menus do BD-ROM, tabela que define o nível superior do disco.

A mesma tabela tem uma entrada para o Movie Object/BD-J chamada "reprodução em primeiro lugar", este objecto pode ser usado pelos reprodutores de vídeo para reproduzir o filme automaticamente.

Movie Object, o objecto filme é um comando de navegação. O comando permite a descrição dinâmica do cenário. Este objecto está acima da camada das listas de reprodução.

Movie Playlist, a lista de reprodução cotém os intervalos para reprodução dos Clips. Um intervalo de reprodução é chamado PlayItem que consiste num ponto de entrada e de sáida, onde cada um tem um referência a posição no eixo do tempo do Clip.

Clip, é um arquivo de fluxo de vídeo.