A evolução da tecnologia
Desde a invenção da televisão analógica, que a videotelefonia já era uma forma de comunicação possível (sistema de dois circuitos fechados de televisão, ligados por cabo), exemplo disso foi o videotelefone público, desenvolvido por Dr.Georg Schubert e inaugurado pelo serviço postal alemão, Reichspost, em 1938 (que unia Berlim a diversas cidades, tais como Munique e Hamburgo). Ou a NASA que usou duas ligações de radiofrequência UHF ou VHF, nas duas direcções. Ou até mesmo o Picturephone (Ver Figura.3) da norte-americana AT&T, lançado em 1970. Estas tecnologias, que, apesar de muito rudimentares, foram visionárias para o seu tempo, falharam, quer devido à má qualidade de vídeo, quer devido ao elevado custo, o que não ajudou a aliciar o mercado. Contudo, foram estes pequenos passos que levaram ao que é hoje a videoconferência.
Em meados dos anos 80, começam a aparecer os primeiros sistemas de videoconferência (uma vez que já estava assegurado o bitrate mínimo para a transmissão de áudio e vídeo comprimidos, devido à norma H.120). Mas só em 1986, a PictureTel introduz o seu sistema, que em 4 anos se tornou na opção mais viável, já que era um sistema com potencial de mercado (muito mais barato).
Os anos 90, trouxeram novos avanços no IP (Internet Protocol) e na compressão de vídeo (H.261), e com eles veio também a possibilidade de se fazer videoconferência através de um computador. A IBM em conjunto com a PictureTel estrearam-se neste novo método, lançando, em 1991, o PicTel (um sistema a preto e branco, mas muito barato).
Outro sistema que fez história foi o CU-SeeMe, inicialmente desenvolvido para o Macintosh em 1992, ainda sem transmissão de áudio nesta data. Rapidamente evoluiu e, em 1995, já havia a versão compatível para Windows e com transmissão de áudio. Mas só em 1998, conseguiram, com uma equipa da universidade Cornell, transmitir vídeo a cores. Em 1996, a Microsoft lança também a sua versão, NetMeeting.
Em 2001, fez-se a primeira “tele-cirurgia” transatlântica: um cirurgião nos EUA, controlou um robot do outro lado do atlântico, numa cirurgia à vesícula biliar (ficou conhecida como: Operação Lindbergh (ver Figura.4)).
Foi, finalmente, em 2003, que a videoconferência se tornou numa tecnologia, acessível ao mercado, devido a factores como:
• a redução dos preços das câmaras, ou dos próprios PCs (que na altura já eram acessíveis a quase toda a gente);
• a cobertura da rede de Internet já era muito vasta (em todo o mundo);
• já havia internet de alta-velocidade a preços razoáveis.
Assim, apareceram softwares gratuitos que popularizaram a videoconferência, como o Skype, o MSN Messenger, o iChat, etc. Estes ofereciam videoconferência de baixa qualidade, mas permitiram ligar todos os cantos do mundo (desde que houvesse ligação de Internet).
Só em 2005 aparece o primeiro sistema de videoconferência de alta-definição, produzido pela LifeSize Communications, com uma resolução de 1280x720. Em 2006, a Polycom segue as suas passadas e, actualmente, esta já é um exigência da videoconferência.
Actualmente
Cada vez mais, a videoconferência, se tem vindo a tornar numa ideia mais atractiva. Até agora, o mercado em geral, não aderia em massa a este conceito, mas tudo indica que isso pode estar prestes a mudar.
Hoje, há serviços que permitem que os computadores, tablets ou smartphones comuns, desde que ligados a internet de alta-velocidade, ofereçam uma qualidade equiparada aos sistemas usados pelas empresas. O FaceTime, o Skype e o Google+ estão a tornar este num método mais apelativo de comunicação. Hoje, temos muito mais que videoconferência em alta-definição, temos também telepresença, que leva a videoconferência para outro nível, pois é como se os participantes passassem a estar na mesma divisão, ao lado uns dos outros. A Cisco foi a empresa que tornou esta solução, numa solução famosa.
Contudo, a telepresença, ainda não tem muitos seguidores (apesar da brilhante inovação) pois tem um custo demasiado elevado, que poucos podem pagar. Enquanto a videoconferência diminui custos numa empresa (nomeadamente os de deslocamento), a telepresença acaba por aumentar, o que é comparável ao avião privado (um luxo)!


