Tecnologia TV por cabo
A TV por Cabo distribui o seu serviço por cabo coaxial ou fibra óptica utilizando o serviço DVB-C (Digital Video BroadCasting – Cable) na powerbox e CATV (Cable TV) analogicamente, usando por satélite o DVB-S.
CATV
Esta tecnologia é usada pelas empresas de cabo há já alguns anos, é analógica e transmite o sinal através de rádio frequência. Actualmente a sua relevância tem vindo a diminuir e é cada vez menos usada, dando lugar ao DVB-C.
DVB-C[3]
O DVB também designado por padrão europeu de televisão, é um
consórcio de cerca de 270 empresas dos mais diversos ramos, que tem
como finalidade a concepção de normas técnicas para o
fornecimento de televisão digital e de serviços de dados. Na
figura 3 podemos ver o esquema típico dum canal de transmissão.
Oferece a garantia de honestidade, igualdade e protecção da propriedade
intelectual. Algumas das técnicas definidas foram:
- Vídeo;
- Áudio;
- EPG (Electronic Programme Guides);
- ESG (Electronic Service Guide);
- Pay-per-view TV.
Baseia-se na norma MPEG-2(Motion Pictures Expert Group), onde se insere por exemplo
o MPEG-2 Video
que permite a utilização de diferentes qualidades de imagem chegando
até ao HDTV (High Definition Television).

Figura 3 – Esquema do canal.[2]
- MPEG-2
- MPEG2 – Sistemas
- MPEG2-Vídeo
- MPEG2-Áudio
- 1 Audio Backward Compatible codifica até 5 canais mais 1 canal de baixa frequência a 384Kbit/s ou menos por canal, usando adicionalmente as frequências de amostragem 16, 22.05, 24 KHz. Oferece compatibilidade backward e forward com a norma MPEG1-Áudio.
- 2 Advanced Áudio - Não tem compatibilidade com a norma MPEG1-Áudio, obtendo por isso 1 a 48 canais, de 8 a 96KHz.
- Codificação de canal
- Modulação
É um sistema de compressão e codificação que abrange várias áreas da multimédia, contém o MPEG-2 vídeo, áudio e sistema. Esta norma permite ter uma boa compressão utilizando algoritmos simples, o que faz dela a actual norma da Televisão Digital. Faz uso do retorno do canal, o que possibilita a tão desejada interactividade, tornando-se possível a utilização de serviços como video-on-demand, acesso à Internet, compras online e muitos outros.
Tem como objectivo principal combinar um ou mais fluxos de áudio e vídeo codificados num único fluxo binário multiplexado e fazer a sua sincronização (figura 4). O MPEG-2 permite a multiplexagem de grande volume de informação (canais).

Figura 4 – Esquema básico MPEG2 – sistema.[2]
Na saída dos codificadores temos as ES:
Elementary Streams (ES)– Podem conter vídeo, áudio e alguns
tipos de dados. Por exemplo, no vídeo, uma unidade será uma trama.
Após passarem pelo packetizer obtêm-se as Packtized Elementary Streams
(PES) que no geral são um agregado de ES mais alguma informação
adicional. Antes de serem enviadas passam pelo processo da multiplixagem, onde
podemos
ter:
Program streams – Tem uma única base de tempo, na prática
corresponde a apenas um canal, é mais adaptado para gravação.
Idêntico
ao MPEG1.
Transport streams - Têm fluxos que multiplexam uma grande quantidade
de dados (canais), utilizando várias bases de tempo e pacotes de tamanho
fixo. São mais adequadas para processos de transmissão.
Tem como objectivo a codificação de vídeo de uma forma
eficiente, satisfazendo para isso a um conjunto de requisitos, como:
- Compressão de vídeo compatível com MPEG1;
- Entrelaçamento e vídeo progressivo, para aplicabilidade em
TV (várias resoluções) e ecrãs de computadores.
-Acesso Aleatório;
- Factores de compressão, etc.
Permite abranger desde a imagem tradicional em analógico até à imagem
em Alta-Definição.
No MPEG-2 foram definidos os conceitos de Perfil e Nível. O Perfil junta
diversos tipos de algoritmos usados e o nível define os valores para os
perfis. Um exemplo de perfil é a caracterização de um tipo
de imagem. Em baixo podemos ver o codificador típico de MPEG-2.

Figura 5 – Codificador MPEG-2 vídeo.[2]
Esta tecnologia estrutura o vídeo segundo a seguinte sequência:
1. GOP (Group of pictures);
2. Imagem;
3. Slice (fatias de macroblocos);
4. Macro Blocos (16*16pixels);
5. Blocos (8*8pixels) .
Utiliza a redundância temporal, a redundância espacial, a redundância
estatística e a irrelevância para melhorar o factor de compressão.
Faz uma codificação preditiva baseada em 3 tipos de tramas:
- I – Intra, Recebe na integra a trama codificada, não é predictiva.
Permite acesso aleatório;
- B – Trama predictiva bidirecional. Com base nas I e P. Bons factores
de compressão. Responsável pelo atraso;
- P – Forward prediction.
Tem como vantagens face à norma MPEG-1 a Codificação
de conteúdos entrelaçados e a criação de fluxos
escaláveis,
ou seja, para obter o sinal descodificando com apenas algumas partes
da informação
comprimida e claro a possibilidade de utilização de vários
canais.
Esta norma tem por objectivo uma codificação eficiente de áudio com alta qualidade visando a difusão e armazenamento de sinais TV. Existem 2 tipos de normas:
Esta codificação tem por objectivo possibilitar a detecção e correcção de erros causados pelo canal de transmissão. A sua escolha deve ter em conta o tipo de canal e de modulação, onde um dos factores preponderantes está relacionado com o volume de dados disponível. Algumas das técnicas que se podem utilizar passam pelo seguinte: adicionar redundância ao sinal digital comprimido, utilizar códigos de blocos e códigos convolucionais.
Esta é uma técnica que também depende de vários factores, como o tipo de canal, a eficiência espectral, as imperfeições nos transmissores e receptores, entre outros. São várias as técnicas que se podem usar, das quais o DVB-C optou por utilizar a mistura de amplitude e fase (QAM). O QAM é uma técnica que decompõe o sinal em 2 componentes multi-nível e a informação está contida na amplitude e na fase.