Lentes Lenticulares

     Outro método de proporcionar 3D TV sem óculos é utilizar lentes lenticulares (lentes convexas), que são projectadas e realizadas para que uma imagem diferente seja recebida por cada olho dependendo do ângulo de visualização do utilizador.



     As duas imagens 2D ligeiramente diferentes, a ser transmitidas para gerar uma imagem 3D, são alternadas em linhas (tiras) no ecrã.

     As lentes referidas são alinhadas com as imagens a ser transmitidas de tal forma que a luz reflectida por cada tira é refractada numa direcção ligeiramente diferente, mas a luz reflectida pelos pixéis que emitem a mesma imagem é enviada na mesma direcção (ângulo). O resultado final é que cada olho vê uma imagem inteira diferente, o que conduz à visualização de uma imagem 3D.

     Com esta tecnologia consegue-se uma menor redução de brilho do que na tecnologia de barreira de paralaxe e consegue-se também uma maior abrangência de ângulos de visualização, que no caso do uso de tecnologias de barreira de paralaxe é muito restrito como já foi referido.

     As lentes lenticulares têm ainda um outro benefício muito grande comparativamente à barreira de paralaxe que consiste no facto de estas tornarem possível ver imagens diferentes a partir de ângulos distintos, permitindo que mais do que uma pessoa visualize a emissão 3D ao mesmo tempo.

     Recorrendo a sistemas de processamento de imagem em tempo real, conseguem-se gerar múltiplas vistas 2D de uma dada cena a partir de apenas duas vistas 2D dessa mesma cena.

     Assim no ecrã separam-se, na tecnologia da Toshiba ,por exemplo, 9 imagens 2D correspondentes a ângulos diferentes de visualização da mesma imagem. Transmite-se duas das 9 imagens disponíveis (uma imagem 2D para cada olho) de acordo com o ângulo de visualização do utilizador, utilizando o método já referido anteriormente para uma imagem 3D apenas.

     No entanto, a imprensa de crítica especializada que viu os protótipos da Toshiba no Consumer Electronics Show 2011 (dos melhores do mercado e dos poucos próximos de serem comercialmente viáveis) refere que ainda existem limitações quanto ao ângulo de visualização.

     Agora passam a existir várias direcções em vez de uma no qual o efeito 3D não quebra. Se o utilizador se encontrar num ângulo de transição entre os ângulos estipulados de visualização, passará a ver uma imagem desfocada sem efeito 3D. Esse desfocamento é tanto pior quanto mais movimento tiver o conteúdo disponibilizado. Os melhores resultados continuam a revelar-se quando os utilizadores se encontram directamente em frente da TV.

     Independentemente da posição, a imagem visualizada apresenta uma espécie de textura em faixas especialmente quando existe luz de fontes externas a incidir no ecrã.

     A abordagem de vistas múltiplas com lentes lenticulares, reduz a resolução da imagem, porque muitos pixéis são utilizados para mostrar a mesma imagem 3D a ângulos diferentes. Ou seja, existe o dilema: a televisão necessita de suportar o efeito 3D para muitos ângulos de visualização para tornar a 3D TV sem óculos prática para vários utilizadores. No entanto, a resolução irá degradar-se à medida que mais ângulos são adicionados.

     A viabilidade desta tecnologia a longo prazo irá depender da habilidade dos fabricantes melhorarem a resolução dos ecrãs e os sistemas de codificação de informação 3D.