Conclusões

A Televisão 3D surge como uma solução que pretende aproximar a reprodução de imagem e vídeo da realidade visual captada sensorialmente pelo ser humano. No entanto, a história mostra que, não só no caso da televisão mas nos conteúdos 3D em geral, a expetativa relativa a esta tecnologia não deve ultrapassar o seu desenvolvimento tecnológico propriamente dito.
A situação atual do mercado mostra que ainda que a Televisão 3D tenha chegado como produto comercialmente acessível para todo o público, o insucesso em alguns fatores críticos está a levá-la a um declínio de popularidade. Em termos da interação direta com o utilizador ao nível dos displays, parece absolutamente fundamental a implantação em definitivo de tecnologias auto-estereoscópicas que eliminem a dependência de óculos. Por sua vez, é também ao nível da aquisição e codificação de conteúdos que por vezes a utilização de técnicas desadequadas conduz a vídeo 3D de baixa qualidade. Este facto aliado à falta generalizada de conteúdos 3D de qualidade é também um fator crítico para o sucesso da Televisão 3D.
O impacto dos conteúdos 3D ao nível da saúde é também uma área na qual é fundamental o desenvolvimento no sentido de diminuir a fadiga visual causada por estes. Enquanto o consumidor considerar esse impacto consideravelmente distinto do da televisão convencional, dificilmente existem possibilidades de sucesso desta tecnologia.
Todavia, não existem indícios objetivos de que esta tecnologia será abandonada. Independentemente das tecnologias que despontam atualmente como o 4K e o HDR, o conceito de reproduzir imagem tridimensional distingue-se totalmente destas e, atendendo ao desenvolvimento tecnológico verificado nas últimas décadas, é expectável que novas tecnologias venham suprimir as falhas da tecnologia existente.