pirataria na indústria discográfica
Digital Economy Act
A Digital Economy Act 2010 (DEA) é uma medida do Parlamento do
Reino Unido que tem como intenção regular os conteúdos mediáticos digitais.
Recebendo Aprovação Real a dia 12 de Abril de 2010, ela entrará em vigor a
partir do dia 12 e Junho do mesmo ano.
A DEA toma medidas sobre: a infracção de copyright e consequentes
penalidades; as funções da Ofcom (Office
of Communications, a reguladora independente de telecomunicações do Reino
Unido); registos de domínios na Internet; as funções da
C4C (Channel Four Television Corporation,
uma estação televisiva pública do Reino Unido); a regulação dos serviços de
televisão e rádio; a regulação do uso do espectro electromagnético; a
Video
Recordings Act 1984 (uma medida do Parlamento, aprovada em 1984, com o
objectivo de controlar e classificar os conteúdos vendidos no Reino Unido); o
direito de empréstimo público no que trata a publicações electrónicas; correcção
da Communications
Act 2003 obrigando os ISP’s a fornecer detalhes dos clientes que
repetidamente cometem infracções de copyright, desde que haja provas
suficientes, com uma multa até £250.000; a exigência de que os ISP’s bloqueiem o
acesso a páginas de Internet que permitem uma transgressão substancial. Propõe-se ainda a
temporária suspensão do serviço de Internet a quem abusa da infracção de
conteúdos protegidos.
No que diz respeito à infracção de copyright, críticas surgiram
dos direitos dos consumidores e grupos de privacidade face à suspensão
temporária do serviço de Internet, e preocupações também com o impacto que
afectaria as empresas fornecedoras de WiFi grátis aos seus consumidores, assim
como bibliotecas e universidades. A empresa
Carphone Warehouse, dona do ISP
TalkTalk, criticou a DEA dizendo que lutaria em tribunal contra os pedidos
de corte do acesso de Internet aos seus clientes. Vários fotógrafos
profissionais e amadores uniram-se contra a cláusula que lidava com o uso de
trabalhos órfãos (aqueles protegidos por copyright mas em que é praticamente
impossível descobrir o dono), conseguindo mesmo que ela fosse abandonada.
Grupos conseguiram angariar mais de £20.000 em donativos para
serem usados em anúncios de jornal contra a DEA. Mais de 35 mil pessoas
assinaram a petição iniciada por Andrew Heaney, do ISP TalkTalk, protestando
contra o corte de serviço sem um julgamento justo. Mais de cem pessoas
protestaram no exterior do Parlamento no dia 24 de Março de 2010, incluído mesmo
membros do Parlamento, escritores e activistas.
No domínio da política também há quem manifeste a sua oposição,
por exemplo Membros do Parlamento Europeu (MEP’s) do
Partido Verde e do Partido Pirata
juntam-se contra a DEA afirmando estar ‘cheia de falhas e é profundamente
não-liberal’. Os Liberais Democratas também declaram a sua oposição a que seja
cortado o acesso das pessoas à Internet.
Ainda existe quem afirme que todo o acto não passa de um esquema da
indústria, que conseguiu aprovar determinadas leis apenas para proteger o seu
negócio.
As críticas são muitas, mas também há quem manifeste o seu apoio.
A Design and Artists Copyright Society e a
British Association of Picture Libraries and
Agencies apoiam a DEA pela sua modernização do sistema de licenciamento de
Copyright e acesso a trabalhos órfãos, já que este último foi abandonado.
Os ISP’s têm manifestado opiniões variadas em relação à DEA. A
Virgin Media e a TalkTalk partilham o
compromisso de combater a pirataria, mas que nem a persuasão ou a coerção são a
solução, pois um regime tão agressivo apenas iria alienar os utilizadores de
Internet. A Sky, que funciona
como ISP e fornecedora de conteúdos, apoia o governo nas leis contra a partilha
de ficheiros protegidos por copyright, mas não propriamente a proposta de banir
certas páginas de Internet.