pirataria na indústria discográfica
Métodos e Sugestões para a Protecção de Música
Tecnologia DIF
A PAN Network
introduziu recentemente um novo sistema para combater a pirataria de música,
assim como de vídeo. A tecnologia chama-se DIF (Digital Interactive
Fingerprinting), e está ainda pendente de patente. Ao contrário de outros
métodos já sugeridos no passado, esta solução é bastante simples e não afecta a
integridade do ficheiro ou a sua reprodução. É um sistema que pode ser instalado
em qualquer página de Internet, funcionando transparentemente com qualquer
ficheiro (mp3, wma, etc.), assim que é feito o seu download, para criar uma
impressão digital única e virtualmente indetectável. Esta permitirá obter a
identificação de qualquer pessoa que descarregue um ficheiro protegido por
copyright que eventualmente apareça numa página de Internet não autorizada. O seguinte diagrama exemplifica o funcionamento desta
tecnologia:
1) Consumidor requisita uma música;
2) O sistema DIF recebe o pedido, cria a impressão digital e insere no ficheiro;
3) A música, já com a marca, é entregue ao consumidor.
A tecnologia inclui ainda um conjunto de ferramentas de gestão
que permite às editoras discográficas manterem um catálogo dos ficheiros dentro
do sistema DIF. Sempre que se quiser investigar sobre um ficheiro suspeito, o
programa DIF-Scan permite fazer o rastreio de qualquer ficheiro na Internet
mediante a impressão digital e, consequentemente, fornecer os dados sobre a
pessoa que o adquiriu.
CD’s protegidos
Há uns anos tentou-se implementar uma técnica para desencorajamento da
pirataria que consistia em colocar, despercebidamente, à venda no mercado CD’s
que incluem uma tecnologia que insere ‘cliques’ audíveis, e outros ruídos, nas
faixas que são transferidas para o computador. Mas esta técnica é algo inviável
pois existe quem apenas copie as músicas sem o intuito de as
partilhar, o que não é ilegal.
Música errada
Têm aparecido casos curiosos de pessoas que julgam estar a fazer o download de
um determinado álbum da sua escolha, quando na verdade a música que estão a
adquirir não pertence a esse álbum. Acontece que algumas dessas pessoas acabavam
por gostar daquilo que ouviam, sem se aperceberem de que não era a banda que
tinham escolhido. Perante este tipo de incidentes, existe quem sugira a
contratação, por parte das empresas, de programadores desempregados para que
encham os serviços de partilha de ficheiros com músicas falsas. Ou então que se
use esta técnica para promover novos artistas, como aconteceu com alguns que se
lançaram desta maneira e hoje em dia alcançaram grande nome.
A música que aprenda com Hollywood
Diz-se que o modelo da indústria da música, de controlar
obsessivamente as vendas e a distribuição, é o que está precisamente a atrasar a
sua promoção. Os filmes e a televisão têm seguido um caminho bastante diferente.
Produtores de Hollywood, assim como estúdios e distribuidores, têm-se associado
a vários fornecedores de conteúdos digitais, como a
Hulu LLC e a
Netflix Inc., em que se oferecem
subscrições pagas ou oportunidades de negócio comerciais. Os utilizadores podem
aceder a conteúdos gratuitamente ou pagando uma pequena quantia que por vezes o
fazem de bom grado, o que revela algum bom senso por parte dessas pessoas.
O galardoado director e produtor de cinema,
James Cameron, criticou
recentemente a indústria da música, dizendo que tinham cometido um erro crítico
ao tentar impedir a pirataria em vez de inovar e tentar fornecer, aos
consumidores, novas experiências que poderiam usar para gerar mais dinheiro.
Para ele, a chave para combater a pirataria na indústria cinematográfica é a de
criar uma experiência que seja inigualável em qualquer outro lado que não o
cinema. James Cameron esforçou-se na sua última produção, o filme
Avatar, para conseguir este objectivo.
O filme arrecadou $2.6 biliões, mais do que qualquer outro alguma vez lançado.
Como prova do sucesso, as pessoas mostraram-se dispostas a pagar $10, ou mais,
para ver Avatar no grande ecrã, prolongando-se o ritual mesmo passados quatro
meses após o lançamento. A chegada da Internet de banda larga a quase todas as
pessoas também não é factor que o preocupa, pois está confiante que isso o
ajudará no processo criativo pelo qual ele e outros produtores de cinema passam
quando fazem os seus filmes. James Cameron agradece também as tecnologias
disponíveis por companhias, como a Samsung, que ajudam a inovar com o mercado de
vídeo 3D. Mas alerta, no entanto, que estas tecnologias são bastante sensíveis e
convém levar o tempo necessário para as desenvolver, de modo a se conseguirem
criar experiências de alta qualidade.
Os esforços contra a pirataria, por parte da indústria
cinematográfica, têm tido como alvo as leis e a consciência pública. A maior
parte da pirataria toma lugar fora dos E.U.A., sendo os principais alvos a
China, Canada, México, Rússia e Espanha, e está-se a trabalhar arduamente para
encontrar o ponto certo entre os conteúdos gratuitos e pagos. Deste modo, a
indústria da música vê-se frente a dois desafios: a percepção do público em como
a pirataria afecta a indústria, e a desaprovação desse público face aos métodos
obsessivos usados.